Ter um sol em casa… é tentador, mas não isento de riscos. As lâmpadas utilizadas com fins estéticos produzem, essencialmente, raios UV-A que só bronzeiam quando aplicados em doses fortes. Por esse motivo, a sua irradiação pode ser cerca de dez vezes superior à irradiação solar natural. O envelhecimento da pele é, dessa forma, muito aumentado. Além disso, descobriu-se, recentemente, que os UV-A, quando em concentração elevada, tomam a pele mais sensível aos raios UV-B, que são cancerígenos.
Mais grave ainda: os próprios aparelhos são, de acordo com os testes realizados por organizações europeias de defesa do consumidor, frequentemente mal regulados e pouco fiáveis. Dito isto, se apenas se submeter aos raios ultravioletas caseiros algumas vezes por ano, se vigiar bem a duração da exposição e a distância entre a fonte de irradiação e o corpo e se proteger os olhos com óculos especiais, o risco não será elevado. Mesmo assim, abstenha-se de o fazer durante uma gravidez ou se sofrer de uma doença de pele.
Bronzeado perfeito
- Antes de ir de férias, tente apanhar sol no seu terraço ou jardim, ou num jardim próximo.
- Exponha-se ao sol de forma progressiva e muito prudente, no início.
- Use óculos de sol (e, se tiver a pele muito clara, também convém usar um chapéu).
- Não fique parado ao sol durante horas a fio. Mexa-se, corra, nade e desconfie, sobretudo, das horas em que o sol vai alto.
- Mesmo se já estiver bronzeado, aplique um creme solar eficaz, depois de o ter testado durante, pelo menos, 24 horas, num local pouco visível da pele, devido ao perigo sempre presente das alergias. Aplique o creme uma hora antes de se pôr ao sol, para que a pele fique bem impregnada.
- Renove, frequentemente, a aplicação do creme, especialmente depois de ir à água e de se ter enxugado.
- Não se esqueça de que a água salgada favorece as queimaduras. Tome um duche, seque-se bem quando sair da água e volte a pôr creme. Enxugue também a transpiração com regularidade.
- Não misture alhos com bugalhos: cremes de beleza, produtos de maquilhagem, águas de Colónia (neste campo, desconfie sistemáticamente de tudo o que cheirar bem!) não se confundem nem misturam com um produto solar.
- Evite o sol se a sua pele não estiver perfeitamente sã (em caso de acne, rosácea, prurido) ou se a sua saúde não for das melhores (problemas de digestão ou de circulação, entre outros) ou, ainda, se tomar determinados medicamentos ou se estiver em estado de gravidez avançada.
- Se for vítima de uma queimadura solar, ponha-se à sombra. Não aplique creme, leite ou óleo solar, porque a queimadura poderia ficar macerada. Aplique gelo sobre as zonas afectadas ou peça ao farmacêutico um bom creme contra as queimaduras. Contrariamente ao que diz a sabedoria popular, não é preciso sofrer para se ser bela(o)!
Problemas com a exposição Solar
Falámos já dos riscos de cancro cutâneo e da possibilidade de envelhecimento prematuro da pele. Muito mais frequentes, mas menos preocupantes, as queimaduras provocadas pelos golpes de sol são dolorosas, o que não deve espantar ninguém, dado tratar-se de autênticas queimaduras. Os efeitos manifestam-se 3 a 6 horas depois da exposição e atingem o máximo cerca de 24 horas mais tarde. Pode-se aliviar a dor, com água bem fria ou gelo. Se os sintomas se agravarem (se tiver febre ou sentir náuseas), fique em repouso e beba apenas água e chá fraco. O pó de talco tem uma acção calmante e suavizante. Se todo o corpo foi atingido, convém tomar um banho com amido ou um óleo apropriado e ir ao médico sem demora.
Não volte a expor-se ao sol antes de estar completamente curado e faça-o de forma muito gradual.
A insolação caracteriza-se por uma febre alta e repentina. Deve-se a uma perturbação do mecanismo regulador da temperatura interna, na sequência de uma exposição a condições de calor intensas e prolongadas. A ida ao médico é, neste caso, imperativa. Lembramos que o calor pode provocar evaporação excessiva de água e de sal através da transpiração, o que dá uma sensação desagradável de fadiga e esgotamento. Portanto, não se esqueça de beber muito – água ou sumos de fruta, nunca álcool – quando apanhar sol. Nunca se esqueça, também, de dar água às crianças, porque elas se desidratam com facilidade. Para evitar inflamações da córnea ou, mesmo, conjunüvites, use óculos de sol apropriados, assunto de que voltaremos a falar no capítulo “Os cuidados com os olhos”.