RESUMO DAS CARACTERISTICAS DO MEDICAMENTO
1. Nome do medicamento
Phenazin 25 mg/ml solução injectável
2. Composição qualitativa e quantitativa
1 ml de solução injectável contém 25mg de decanoato de flufenazina
Cada ampola de 1ml contém 25mg de decanoato de flufenazina Cada ampola contém óleo desésamo q.b.p 1 ml.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. Forma farmacêutica
Solução injectável, de decanoato de flufenazina, para administração intramuscular.
Solução viscosa, amarelo pálido, limpida.
4. Informações clínicas
4.1 Indicações terapêuticas
Esquizofrenia. Psicoses paranóides.
Phenazin (decanoato de flufenazina injectável) é particularmente útil no controlo de doentes nosquais não se pode confiar uma medicação por via oral e nos que não absorvem fenotiazinas orais emquantidades adequadas.
Phenazin não se destina ao tratamento das perturbações não psicóticas nem à terapêutica de curtaduração (<3 meses).
O decanoato de flufenazina não se mostra eficaz no tratamento das complicações de comportamentonos doentes deficientes mentais.
4.2 Posologia e modo de administração
A dose óptima e o intervalo entre as doses devem ser determinados para cada doente; asnecessidades posológicas variam com as circunstâncias clínicas e as respostas individuais aofármaco.
O decanoato de flufenazina pode ser administrado por via intravascular. A seringa e a agulha devemestar devidamente secas. A solução a administrar pode tornar-se turva para uso do material nãoseco.
Adultos
Em doentes não submetidos a tratamento anterior:
Administram-se inicialmente 12,5 mg de flufenazina (6,25 mg no idoso) como injecçãointramuscular profunda na região glútea. O início da acção ocorre geralmente 24 a 72 horas após ainjecção, notando-se efeito antipsicótico em 2 a 4 dias. Os esquemas posológicos subsequentesdevem ser estabelecidos de acordo com a resposta individual. A maioria dos doentes são tratadoscom sucesso nos regimes de 12,5 mg ? 100 mg, e com um intervalo de doses de 2-5 dias.
Se necessário aumentar a dose em mais de 50 mg, o aumento das doses deve ser efectuados emdoses de 12,5 mg.
Doentes tratados previamente:
Pode ser aconselhável que os doentes sem antecedentes de tratamento com fenotiazinas sejaminicialmente tratados com uma formação de flufenazina de acção mais rápida (formas farmacêuticasde cloridrato de flufenazina) antes da dministração do decanoato de flufenazina, para determinar aresposta do doente à flufenazina e estabelecer a dose apropriada.
Oral: a posologia deve ser ajustada como se se tratassem de novos doentes.
Depot: Re-iniciar o tratamento com as doses descritas anteriormente, possivelmente em intervalosposológicos inferiores nas primeiras semanas de tratamento.
Dose de manutenção:
Uma única injecção pode ser eficaz no controlo dos sintomas esquizofrénicos até 4 semanas oumais. Na terapêutica de manutenção tem-se verificado que a resposta a uma dose única se prolongapor 6 semanas em alguns doentes.
Doentes extremamente agitados:
Estes doentes podem ser tratados inicialmente com uma fenotiazina de acção rápida. Quandotiverem desaparecido os sintomas agudos, pode administrar-se 25 mg (1ml) do decanoato deflufenazina; as doses subsequentes são ajustadas de acordo com as necessidades.
Crianças
A utilização de Phenazin não é recomendada em crianças com idade inferior a 12 anos.
Idosos
Os doentes deste grupo etário podem ser particularmente susceptíveis a reacções extrapiramidais,efeitos sedativos e hipotensivos. Por forma a evitar isto, pode ser necessário reduzir a posologia demanutenção, após dose inicial como foi indicada anteriormente.
Para a maior parte dos doentes idosos, pode ser suficiente usar doses mais baixas, correspondendo a
1/4 ou 1/3 das posologias usadas nos adultos mais jovens .A resposta ao tratamento deve sermonitorizada e a posologia deve ser ajustada. Se necessário, as doses devem ser gradualmenteaumentadas.
4.3 Contra-indicações
O Phenazin é contra-indicado em doentes com hipersensibilidade à substância activa ou a qualquerexcipiente da formulação.
O decanoato de flufenazina é contra-indicado em doentes comatosos, com insuficiência hepática,icterícia, insuficiência renal, arteriosclerose cerebral grave, feocromocitoma, insuficiência cardíaca,estados muito depressivos ou com discrasias sanguíneas.
O decanoato de flufenazina está também contra-indicado em doentes submetidos a doses altas defármacos com acção depressiva sobre o SNC (álcool, barbitúricos, narcóticos, hipnóticos, etc).
Deve ser usado com precaução em doentes com antecedentes de hipersensibilidade a outrasfenotiazinas, pois pode ocorrer reacção cruzada.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Frequentemente, foram relatados casos de mortes inexplicadas em doentes que receberamfenotiazinas, incluindo a flufenazina. A autópsia de alguns destes doentes revelou pneumoniafulminante com aspiração. O benefício/risco do tratamento com a flufenazina deve sercuidadosamente avaliado antes do seu início, e os doentes com factores de risco para arritmiasventriculares, tais como uma doença cardíaca, hemorragia subaracnóide, anomalias metabólicas talcomo hipocaliémia, hipocalcémia ou hipomagnesémia, inanição, abuso alcoólico ou recebendoterapêutica concomitante com outros medicamentos conhecidos por prolongarem o intervalo QT,devem ser cuidadosamente monitorizados (ECG e níveis de potássio), particularmente durante afase inicial de tratamento, de forma a obter os níveis plasmáticos de equilíbrio. Deve utilizar-se comprecaução nos doentes com doença cardiovascular ou história familiar de prolongamento dointervalo QT.
O risco de eventos adversos cerebrovasculares foi observado cerca de 3 vezes mais em ensaioclínico randomizado versus placebo, nos doentes dementes com antipsicóticos atípicos. Omecanismo do aumento de risco é desconhecido. Um aumento de risco não pode ser excluído paraoutros antipsicóticos e outras populações de doentes. A flufenazina deve ser utilizada comprecaução em doentes com factores de risco para enfarte.
O síndrome neuroléptico maligno (SNM) tem sido reportado em doentes tratados com decanoato deflufenazina (Ver secção 4.8).
O tratamento da síndrome neuroléptica maligna (SNM) deve incluir:
1) interrupção imediata de fármacos antipsicóticos e outros fármacos não essenciais para aterapêutica concomitante;
2) tratamento sintomático intensivo e vigilância clínica;
3) tratamento de quaisquer situações médicas graves concomitantes.
Se após a recuperação da SNM o doente necessitar de tratamento com antipsicóticos, deve sercuidadosamente considerada a reintrodução potencial do medicamento. O doente deve sercuidadosamente monitorizado uma vez que tem sido descrito o reaparecimento da SNM.
A utilização de neurolépticos concomitantemente deve ser evitada.
Os fármacos neurolépticos aumentam as concentrações de prolactina; o aumento mantém-se duranteo tratamento de longa duração.
Tal como com outros agentes antipsicóticos, pode ocorrer discinésia tardia em alguns doentes sobterapêuticas prolongadas ou após interrupção do tratamento.
A discinésia tardia é um síndrome que consiste em movimentos discinéticos, involuntários,potencialmente irreversíveis, que se pode desenvolver nos doentes tratados com neurolépticos,incluindo a flufenazina. Não existe tratamento conhecido para os casos estabelecidos de discinesia
tardia, se bem que a síndrome possa reverter, parcial ou completamente, se o tratamentoneuroléptico for interrompido.
Deve-se proceder a exames periódicos das funções hepáticas e renal assim como à avaliaçãohematológica.
Os doentes recebendo fenotiazinas durante um período de tempo prolongado requerem de vigilânciaregular e cuidadosa, com particular atenção ao seu potencial para induzir alterações oculares
(retinopatia pigmentar, depósitos da córnea e do cristalino), efeitos na hematopoiese, funçãohepática, efeitos na condução do miocárdio, particularmente se houver administração de outrosmedicamentos com potencial efeito nestes sintomas.
Em alguns doentes medicados com flufenazina, as acções dos anticolinérgicos podem serpotenciadas devido aos efeitos aditivos anticolinérgicos.
Este produto deve ser usado com muito cuidado em doentes com epilépsia ou história deconvulsões ou com doença de Parkinson.
Usar com cuidado nos idoso, particularmente se frágil, ou com risco de hipotermia.
O uso de fenotiazinas em doses elevadas (relativas ou absolutas) pode induzir a efeitos indesejáveisexptrapiramidais, discinésia, acatasia e distonia. Estes podem ser particularmente graves nos idosos.
Utilizar com precaução nos doentes com tirotoxicose, hipotiroidismo, doença respitatória grave,doença hepática, história familiar ou pessoal de glaucoma de perto angulo, hipertrofia prostática,miastenia grave.
A flufenazina deve ser usada com precaução nos doentes que tenham desenvolvido icteríciacolestática, dermatoses ou outras reacções alérgicas com os derivados fenotiazínicos.
A flufenazina deve ser usada com precaução nos doentes expostos a calor excessivo ou ainsecticidas fosforados; nos doentes com antecedentes de doenças convulsivas (uma vez que asconvulsões do grande mal têm ocorrido nos doentes medicados com flufenazina); e nos doentescom situações especiais, tais como insuficiência mitral ou outras doenças cardiovasculares oufeocromocitoma.
Doentes que vão ser submetidos a cirurgia podem apresentar risco de hipotensão. Também deve serrecordado que pode ser necessária a redução das quantidades deanestésicos ou de depressores do SNC.
Atendendo a que o fármaco pode provocar sensibilidade cruzada, é necessário cuidado nos doentescom reconhecida história de hipersensibilidade a outras fenotiazinas.
Tal como com as outras fenotiazinas, o médico deve estar alertado para o possível desenvolvimentopneumonia “silenciosa” nos doentes sob tratamento de longa duração com flufenazina.
Este medicamento deve ser administrado sob a supervisão de um médico experiente no uso depsicotrópicos.
Os doentes que recebam este medicamento devem possuir um cartão do tratamento indicando adose recebida.
Pediatria:
O Phenazin não se destina a ser utilizado em crianças com idade inferior a 12 anos. (ver secção 4.2.)
Interrupção abrupta do tratamento:
As fenotiazinas, geralmente, não produzem dependência psíquica. No entanto, foram relatadosgastrite, náuseas e vómitos, tonturas e tremores após a interrupção abrupta da terapêutica com doseselevadas. Dados sugerem que estes sintomas podem ser reduzidos se se mantiver a terapêuticaconcomitante com fármacos antiparkinsónicos durante algumas semanas após a interrupção dotratamento com fenotiazinas.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Deve estar presente a possibilidade das fenotiazinas poderem interagir com:
Depressores do SNC/álcool/ analgésicos:
A resposta do doente ao álcool, a outros depressores do SNC tais como hipnóticos, sedativos ouanalgésicos potentes, pode ser exacerbada durante o tratamento com Phenazin.
Antidepressores tricíclicos:
As fenotiazinas diminuem o metabolismo dos antidepressores tricíclicos. As concentrações séricasdos antidepressores tricíclicos e das fenotiazinas são aumentados. Os efeitos sedativos eantimuscarínicos podem ser potenciados ou prolongados. Os antidepressores tricíclicos podemaumentar o potencial para arritmia.
Lítio:
A flufenazina pode interagir com o lítio sendo raramente relatada neurotoxicidade quandoadministrados concomitantemente.
Inibidores ECA/diuréticos tiazídicos:
A hipotensão resultante da via aditiva ou por mecanismo farmacológico sinérgico.
Antihipertensores e Beta-bloqueadores:
A acção antihipertensora da guanetidina, glonidina e de outros fármacos antihipertensoresbloqueadores adrenérgicos pode ser bloqueada. A clonidina pode diminuir a actividade antipsicóticadas fenotiazinas.
Os níveis plasmáticos dos Beta-bloqueadores e das fenotiazinas podem ser aumentados.
Recomenda-se a redução da dose de ambos os fámacos.
Metrizamida:
As fenotiazinas podem predispôr os doentes a conclusões induzidas pela metrizamida.
Suspender a flufenazina durante 48 horas antes e, pelo menos, 24 horas após a micrografia.
Epinefrina e outros simpaticomiméticos:
As fenotiazinas podem antagonizar a acção da adrenalina e de outros simpaticomiméticos e podemcausar hipotensão grave.
Levodopa:
As fenotiazinas podem diminuir o efeito antiparkinsónicos da Levodopa.
Anticonvulsivantes:
A acção anticonvulsivante pode ser diminuída pela Phenazin.
Antidiabéticos:
As fenotiazinas foram, raramente, associadas à perda do controlo da glicémia nos doentesdiabéticos.
Anticoagulantes:
As fenotiazinas podem alterar os efeitos dos anticoagulantes.
Anticolinérgicos/antimuscarínicos:
O efeito anticolinérgico pode ser exagerado quando Phenazin é administrado com fármacosanticolinérgicos, especialmente em doentes mais idosos. Os efeitos antimuscarínicos podem serpotenciados ou prolongados. É necessária uma vigilância rigorosa e cuidadoso acerto da dosequando Phenazin é usado com outros fármacos anticolinérgicos ou antimuscarínicos.
Cimetidina:
A cimetidina pode reduzir as concentrações plasmáticas das fenotiazinas.
Fármacos antiácidos/antidiarreicos:
A administração concomitante pode interferir com a absorção da flufenazina. A administração deantiácidos deverá ser espaçada, pelo menos, 1 hora antes ou 2-3 horas após a dose de flufenazina.
Anfetaminas/fármacos anorécticos:
A administração concomitante pode produzir efeitos farmacológicos antagonistas.
As fenotiazinas podem aumentar: os efeitos cardiaco-depressivos da quinidina e outros anti-
arrítmicos, a absorção de corticosteróides, digoxina e agentes bloqueadores neuromusculares.
A flufenazina é metabolizada pelo P450 2D6 e este é um inibidor do metabolismo do fármaco pelaenzima. As concentrações plasmáticas e os efeitos da flufenazina podem assim ser aumentadas eprolongadas pelos fármacos que sejam substratos ou inibidores da isoforma do P450, possivelmenteresultando hipotensão grave, arritmias cardíacas ou efeitos no SNC. Os exemplos de fármacos quesão substratos ou inibidores do Citocromo P450 2D6 incluem anti-arritmícos, certosantidepressivos, incluindo SSRI?s e antidepressivos tricíclicos, certos antipsicóticos, ?-
bloqueadores, inibidores da protease, opiáceos, cimetidina e ecstasy (MDMA).
O desiquilibrio electrolítico, particularmente hipocaliémia, aumenta o risco de prolongamento dointervalo QT. Assim, o uso concomitante destas substâncias com a Flufenazina deve ser evitado.
4.6 Gravidez e aleitamento
Não foi estabelecida a segurança deste medicamento durante a gravidez. Quando se pretendeadministrá-lo à mulher grávida há que avaliar os possíveis riscos em relação aos benefícios.
As fenotiazinas atravessam facilmente a placenta. Tal as outras fenotiazinas, o decanoato deflufenazina é, possivelmente, excretado no leite materno. Não se recomenda, portando, oaleitamento durante o tratamento.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
O decanoato de flufenazina pode diminuir as capacidades mentais e físicas necessárias paraconduzir e usar máquinas, particularmente durante os primeiros dias do tratamento. Com o usodeste medicamento pode ocorrer a potenciação dos efeitos de álcool.
4.8 Efeitos indesejáveis
Sistema nervoso central
Os efeitos secundários mais frequentemente referidos com as fenotiazinas são os sintomasextrapiramidais, incluindo pseudoparkinsonismo, distonia, discinésia, acatisia, crises oculogíricas,opistótono e hiper-reflectividade. Muitas vezes estes sintomas extrapiramidais são reversíveis;contudo, podem ser persistentes. Com qualquer derivado de fenotiazina, a incidência e a gravidadede tais acontecimentos dependem mais da sensibilidade do doente do que de outros factores, mas adose e a idade do doente são também determinantes. As reacções extrapiramidais podem seralarmantes, devendo o doente ser prevenido e tranquilizado. Estas reacções em geral, podem sercontroladas pela administração de fármacos anti-colinérgicos ou antiparkinsónicos como aprociclidina e, pela redução da posologia. Os antiparkinsónicos não devem ser prescritos por rotina,devido aos riscos de agravarem os efeitos indesejáveis anticolinérgicos ou favorecendo estadosconfusionais tóxicos ou comprometendo a eficácia terapêutica.
Com uma monitorização cuidadosa da dose, o número de doentes requerendo anti-parkinsonianospode ser minimizado.
Disquinésia tardia
Como sucede com todos os antipsicóticos, pode ocorrer disquinésia tardia em doentes sobterapêutica de longo prazo com decanoato de flufenazina ou após paragem do tratamento. O riscoparece ser maior em doentes idosos do sexo feminino sob doses altas. Os sintomas são persistentese podem ser irreversíveis. Estas reacções consistem em movimentos involuntários repetitivos dalíngua, face e músculos da mastigação (exemplo, protusão da língua, inchaço das bochechas e boca,movimentos de mastigação). Por vezes são acompanhados por movimentos involuntários dasextremidades. Não existe um tratamento conhecido para a discinésia tardia: os agentes anti-
parkinsónicos habitualmente não aliviam os sintomas desta síndrome. Sugere-se que todos osagentes antipsicóticos sejam interrompidos se estes sintomas surgirem.
Se necessário restabelecer o tratamento ou aumentar a dose do fármaco, ou mudar para um anti-
psicótico diferente. Leves movimentos vermiculares da língua podem ser um sinal precoce dosíndrome e se o medicamento for interrompido neste estágio o síndroma pode não se desenvolver.
Outros efeitos no SNC:
Foram relatadas ocorrências de síndrome neuroléptica maligna em doentes sob terapêutica comneurolépticos. Podem ocorrer leucocitose, febre, aumento da creatina fosfoquinase, anomalia dafunção hepática e insuficiência renal aguda.
Tal como outras fenotiazinas, podem observar-se por vezes situações de sonolência , letargia, visãoturva, secura da boca, obstipação, dificuldades urinária ou incontinência, hipotensão moderada,dificuldade de julgamento e capacidades mentais, e ataques epileptiformes. Em alguns doentes, asfenotiazinas podem causar inquietação, excitação e sonhos bizarros podem ocorrer alterações noselectroencefalogramas e no proteinograma do líquido cefalorraquidiano.
Sistema Nervoso Autónomo
Foi referida a ocorrencia de hipertensão e da flutuação de pressão arterial com a flufenazina. Ahipotensão apenas raramente foi um problema com a flufenazina. Se ocorrer hipotensão grave, asmedidas de suporte devem ser tomadas imediatamente, incluindo o uso de medicamentosvasopressores por via intravenosa. O fármaco mais indicado é o bitartarato de levarterenolinjectável; para este efeito a epinefrina não deve ser usada porque os derivados fenotiazínicosinvertem a sua acção, conduzindo a maior redução da pressão arterial.
Podem ocorrer acontecimentos autonómicos, incluindo náuseas e perda do apetite, salivação,poliúria, transpiração e cefaleias. Os acontecimentos autonómicos podem, geralmente, sercontrolados pela redução posológica ou pela interrupção temporária da medicação.
Em alguns doentes, os derivados fenotiazínicos têm causado, glaucoma, paralisia da bexiga,impactação fecal, íleus paralítico ou congestão nasal.
Metabólicos e endócrinos:
Nalguns doentes medicados com fenotiazinas ocorreram alteração do peso, edema periférico,hiponatremia, síndrome de secreção da hormona antidiurética inadequada, lactação anormal,irregularidades menstruais, falsos resultados do teste de gravidez, impotência no homem eperturbação da líbido na mulher.
Os efeitos das fenotiazinas a nível hormonal podem incluir hiperprolactinémia, a qual pode causargalactorreia, ginecomastia e oligomenorreia.
Reacções alérgicas
Foi descrito com os derivados fenotiazínicos a ocorrência de alterações na pele, tais como prurido,eritema, urticária, seborreia, fotossensibilidade, eczema e até mesmo dermatites exfoliativas. Deveser tido em consideração a possibilidade da ocorrência de reacções anafilácticas nalguns doentes.
Podem ocorrer, raramente, asma, edema da laringe e edema angioneurótico
Hematológicos:
Raramente, têm-se verificado discrasias séricas com derivados da fenotiazina. As contagenssanguíneas devem ser efectuadas se o doente apresentar sinais de infecção persistente. A leucopeniae trombocitopenia transitória têm sido relatadas. Os anticorpos nucleares e SLE têm sido relatadosraramente.
Devido à ocorrência de discrasias sanguíneas incluindo leucopenia, agranulocitose, púrpuratrombocitopénica ou não trombocitopénica, eosinofilia e pancitopenia, com os derivadosfenotiazínicos, é aconselhável a realização de hemogramas de rotina durante o tratamento. Seocorrer qualquer sensibilidade da boca, gengivas ou garganta ou qualquer sintoma de infecçãorespiratória superior e a fórmula leucocitária confirmar depressão da medula óssea, o tratamentodeve ser interrompido e as medidas apropriadas devem ser imediatamente instituídas.
Hepáticos:
Foi detectada icterícia colestática com a flufenazina, em particular nos primeiros meses detratamento. Se ocorrer icterícia o tratamento deve ser interrompido. Foi relatada, nos doentesmedicados com flufenazina, a ocorrência de alterações nos testes da função hepática e hepatite.
Outros:Os efeitos das fenotiazinas no coração são dose-dependentes. As alterações do ECG comprolongamento do intervalo QT e alterações da curva T onde têm sido relatados frequentemente nosdoentes tratados com doses moderadas a elevadas. Têm sido relatados como precedendo arritmias,incluindo taquicardia ventricular e fibrilhação, os quais ocorreram também após sobredosagem.
Torsade de points e problemas cardíacos têm sido relatados. Ocorreram mortes inesperadas einexplicáveis em doentes psicóticos hospitalizados recebendo fenotiazinas. Podem ser factores
predisponentes para morte súbita, dano cerebral prévio ou convulsões; deve ser evitado o uso dedoses elevadas nos doentes com antecedentes de convulsões. Foram relatadas, com a terapêuticaprolongada, febre, vómitos, síndrome tipo lúpus eritematoso sistémico e alterações do traçadoelectrocardiográfico; ocorreu pigmentação cutânea e opacidade da córnea e do cristalino.
Os doentes idosos podem ser mais susceptíveis aos efeitos secundários e hipotensores.
4.9 Sobredosagem
Deve ser efectuado um tratamento sintomático de suporte.
Os sintomas de sobredosagem são, em geral, extensões das acções farmacológicas e dasreacções adversas, sendo os mais proeminentes: reacções extrapiramidais graves, hipotensão ousedação. A depressão do SNC pode progredir para coma com arreflexia. Na intoxicação inicial ouligeira pode ocorrer inquietação, confusão e excitação. O medicamento deve ser interrompido e ossinais da sobredosagem tratados com as medidas de suporte adequadas.
O bitartarato de levarterenol é o fármaco mais adequado para este fim; a epinefrina não deve serusada uma vez que as fenotiazinas invertem a sua acção, produzindo ainda maior hipotensão.
A interrupção dos anti-parkinsónicos deve ser feita gradualmente para evitar o aparecimento desintomas extrapiramidais de “rebound”.
A experiência limitada indica que as fenotiazinas não são dialisáveis.
Na intoxicação com fenotiazinas a hemodiálise, diálise peritoneal, exsanguinotransfusão e diureseforçada são ineficazes.
5. Propriedades farmacológicas
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico:2.9.2. ? Sistema Nervoso Central. Psicofármacos. Antipsicóticoscódigo ATC: N05AB02
A flufenazina apresenta-se como o ester do ácido decanóico (decanoato). Quimicamente, aflufenazina é o 4-(3-[2-(trifluormetil)-fenotiazina-10-il]propil)-1-piperazina, um derivadofenotiazínico.
A flufenazina é uma fenotiazina muito utilizada no tratamento da esquizofrenia. A sua acçãoterapêutica baseia-se, possivelmente, no bloqueio dos receptores dopaminérgicos do sistemamesolímbico. A flufenazina tem, ainda, efeitos anticolinérgicos e sedativos fracos, acções anti-
adrenérgicas e neuro-endócrinas. Os efeitos secundários extrapiramidais são frequentes.
Num veículo oleoso como o decanoato, o éster de flufenazina difunde-se lentamente na circulação.
Após hidrólise, o fármaco passa a barreira hematoencefálica como fármaco livre.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
A flufenazina é extensivamente metabolizada, sofre metabolismo de 1ª passagem e é excretada pelaurina e fezes. A flufenazina tem elevada ligação às proteínas plasmáticas (superior a 90%).Aesterificação da flufenazina liberta-a lentamente do tecido gordo e prolonga a sua duração de acção.
Outro retardamento adicional é conseguido pela formulação em veículo oleoso. O início da suaacção ocorre em geral entre as 24-72 horas, após a injecção e os efeitos do fármaco e tornam-sesignificativos nas 48 a 96 horas, podendo durar 1-6 semanas (média 2 semanas).
A distribuição e metabolismo não estão completamente descritos. A semi-vida plasmática é de 6-9dias, após administração intramuscular do decanoato.
As fenotiazinas atravessam a barreira hematoencefálica e não são removidas da circulação pordiálise.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Foi observado um aumento das neoplasias mamárias nos roedores após a administração crónica defármacos neurolépticos. Não existem dados clínicos nem estudos epidemiológicos que evidenciemuma associação entre a administração crónica destes fármacos e a tumorogénese mamária.
Não há dados pré-clínicos relevantes, além dos já descritos anteriomente.
6. Informações farmacêuticas
6.1 Lista dos excipientes
Phenazin tem como único excipiente o óleo de sésamo.
6.2 Incompatibilidades
Não misturar com outros medicamentos antes da administração.
6.3 Prazo de Validade
Embalagem fechada: 18 meses.
Embalagem aberta: 24 horas
6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar a temperatura inferior a 25ºC.
Não refrigerar.
Proteger da luz.
Conservar na cartonagem
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Embalagens com 5 ampolas de de 1 ml de vidro incolor tipo I, fechadas pela chama.
6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.
7. Titular da autorização de introdução no mercado
Hospira Portugal, Lda.Rua Amália Rodrigues, n.º 240
2750 ? 228 Cascais
Portugal
Tel: 21 485 74 30
Fax: 214 85 74 39
8. Número (s) de autorização de introdução no mercado
Nº registo: 2360485- 1 ml solução injectável, 25 mg/ml, ampolas de 1 ml de vidro incolor tipo I
9. Data da primeira autorização/renovação da autorização de introdução no mercado
Data da primeira autorização: 12 Fevereiro 1996
Data da última renovação: 13 Setembro 2004