A hidroterapia consiste na utilização da água para tratar doenças, aliviar dores, induzir o relaxamento e manter a saúde em geral. Para efeitos terapêuticos, a água pode ser aplicada fria ou quente, em gelo ou em vapor. Os tratamentos podem ser banhos de imersão (habitualmente em água fria), imersão em tinas de água quente, banhos de assento, banhos de lama, banhos de vapor, saunas, chuveiros de pressão, fricções com sais, banhos de mangueira (escocês), compressas quentes ou frias, duches e irrigação intestinal (lavagem da parede interior do intestino grosso). A hidroterapia pode também consistir na ingestão de águas minerais com diversos efeitos terapêuticos.
Origem da Hidroterapia
A água tem sido utilizada em todas as culturas para melhorar a saúde e curar doenças. Os complexos e eficientes balneários públicos construídos pelos Romanos são um exemplo típico; eram habitualmente combinados com ginásios para promover os contactos sociais e o bem-estar físico e mental, alternando o exercício com o descanso.
Na Finlândia, a sauna é um ritual que existe há 2000 anos. Em Portugal, a eficácia das águas termais, quer sob a forma de banhos, quer ingerida, é reconhecida e receitada pela medicina convencional há muito tempo. Nos últimos anos, a hidroterapia vem ganhando lugar importante na fisioterapia e na medicina de reabilitação.
Quem são os profissionais da Hidroterapia
Nos hospitais, clínicas de reabilitação e estâncias termais, a hidroterapia é supervisionada por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. Muitas das técnicas de hidroterapia, no entanto, podem ser realizadas em casa como forma de autotratamento.
Quando se utiliza a Hidroterapia
Nos centros de reabilitação, clínicas e hospitais, utiliza-se a hidroterapia para relaxar os músculos e as articulações, reduzir a ansiedade e aumentar a mobilidade. Este último objectivo pode ser atingido através da natação e de exercícios subaquáticos, que ajudam a manter e alargar o âmbito dos movimentos dos doentes com artrite ou outros problemas de articulações ou músculos.
Como parte de um programa de controle da dor, a hidroterapia, sob a forma de banhos quentes num ambiente escurecido, ajuda os doentes a concentrarem-se em exercícios respiratórios e outros métodos de controle da dor.
Também as termas e algumas clínicas promovem a hidroterapia como forma de tratar as articulações e os músculos doridos com uma combinação de chuveiros e banhos de vapor ou de massagem, depois de uma participação em actividades atléticas.
Em casa, a hidroterapia pode ser utilizada para ajudar a descontrair, aliviar dores ligeiras e induzir o sono.
Como actua a Hidroterapia
O modo como a hidroterapia actua depende da técnica utilizada, por exemplo os banhos de assento aliviam muitas situações, como hemorróidas, fissuras anais e infecções vaginais.
PRECAUÇÕES a ter com a Hidroterapia
Mulheres grávidas e diabéticos, hipertensos ou doentes com problemas coronários crónicos devem evitar banhos quentes de banheira, banhos de vapor e saunas.
Uma compressa de gelo não deve ser aplicada directamente sobre a pele. Envolva-a primeiro numa toalha ou flanela.
AEROBIA AQUÁTICA
A aeróbia aquática, ou dança aeróbia modificada praticada na parte menos funda de uma piscina, é uma forma de hidroterapia que tem vindo a popularizar-se. Oferece as vantagens de outras formas de exercícios aeróbios sem o esforço das articulações e o risco de lesões inerentes às actividades que exijam o suporte do peso do corpo. É particularmente útil a pessoas idosas, grávidas, vítimas de lesão desportiva ou de artrite e pessoas com excesso de peso.
– Flutuar numa piscina ou tanque especial permite a quem sofre de artrite ou foi vítima de acidente vascular cerebral exercitar o corpo por um processo que doutra forma seria muito difícil ou dolorosos.
– Os banhos medicinais em água morna a quente afectam o metabolismo dos tecidos subjacentes à pele ou melhoram a circulação, aumentando o afluxo de sangue à superfície.
– Um banho de vapor limpa a congestão nasal e diminui a dor muscular e a rigidez das articulações.
– Uma compressa de gelo reduz o inchaço e a inflamação resultantes de uma equimose, uma lesão desportiva ou ex-tracção de um dente.
– O vapor a que foi adicionado um medicamento alivia a congestão torácica.
– Um pacho quente e húmido acelera a drenagem de furúnculos.
– Envolver uma vítima de exaustão pelo calor em toalhas molhadas em água fria baixa-lhe rapidamente a temperatura, constituindo por isso um eficaz tratamento de emergência.
O exercício subaquático é parte importante da fisioterapia e da reabilitação de doentes vítimas de acidente vascular cerebral ou a quem a artrite torne os movimentos difíceis ou dolorosos.
O que esperar da Hidroterapia
Nos centros de reabilitação, a hidroterapia pode incluir banhos de imersão, chuveiros de agulheta ou mangueira, massagem muscular subaquática com fortes jactos de água, duches e compressas de corpo inteiro ou parciais, quentes ou frias.
Antigamente, eram muito comuns certas formas de hidroterapia para acalmar doentes mentais agitados ou agressivos. Hoje, a medicação tornou quase totalmente obsoleta esta utilização da hidroterapia. Contudo, alguns hospitais de doentes mentais ainda usam tanques de flutuação para acalmar pacientes muito agitados; este processo induz um profundo relaxamento quando o corpo flutua em água aquecida, muitas vezes num quarto escurecido do qual foram retirados todos os estímulos ambientais.