RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Fluanxol 3 mg comprimidos revestidos
2. COMPOSIÇÃO qualitativa e quantitativa
Cada comprimido contém 3 mg de flupentixol (sob a forma de 3,504 mg de dicloridrato de flupentixol).
Excipientes:
Cada comprimido revestido contém 61 mg de lactose.
Cada comprimido revestido contém 116,4 mg de sacarose.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido
Comprimido revestido redondo, biconvexo, amarelo-ocre.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Tratamento da esquizofrenia.
4.2 Posologia e modo de administração
Adultos
Em doentes calmos: 3-15 mg de Fluanxol por dia, por via oral.
Em doentes moderadamente agitados: 15-30 mg de Fluanxol por dia, por via oral, numa primeira fase,sendo posteriormente substituído por Fluanxol Retard 50-200 mg de 2-2 a 4-4 semanas, comotratamento de manutenção.
Doentes idosos
Os doentes idosos devem, em geral, ser medicados com doses situadas no limite inferior do intervaloposológico.
Função renal diminuída
Flupentixol pode ser administrado nas doses habituais a doentes com a função renal diminuída.
Função hepática diminuída
É aconselhável precaução quanto à dose a administrar e, se possível, deve proceder-se à determinaçãodos níveis séricos respectivos.
Crianças
Flupentixol não é recomendado em crianças devido à ausência de experiência clínica.
Modo de administração
Os comprimidos devem ser deglutidos com água.
4.3 Contra-indicações
Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes (ver secção 6.1).
Colapso circulatório, nível de consciência diminuído devido a qualquer causa (ex. intoxicação por
álcool, barbitúricos ou opiáceos), coma.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
A possibilidade de desenvolvimento de síndrome maligna dos neurolépticos (hipertermia, rigidezmuscular, estado de consciência flutuante, instabilidade do sistema nervoso autónomo) existe comqualquer neuroléptico. O risco é provavelmente superior com os agentes mais potentes. Os doentes comsíndrome cerebral orgânico pré-existente, com atraso mental, ou com abuso de opiáceos e álcoolencontram-se sobre-representados entre os casos fatais.
Tratamento: Descontinuação do neuroléptico. Tratamento sintomático e utilização de medidas desuporte gerais.
O dantroleno e a bromocriptina podem ser úteis.
Os sintomas podem persistir durante mais de uma semana após a descontinuação de neurolépticos oraise eventualmente durante um período mais longo quando associados à administração das formulações delibertação prolongada do medicamento.
À semelhança de outros neurolépticos o flupentixol deve ser utilizado com precaução em doentes comsíndrome cerebral orgânico, convulsões e doença hepática avançada.
Não é recomendado em doentes excitáveis ou hiperactivos em doses até 25 mg/dia, uma vez que o seuefeito activador pode conduzir a uma exacerbação destas características. Se o doente tiver sidopreviamente medicado com tranquilizantes ou neurolépticos com efeito sedativo, estes devem sergradualmente descontinuados.
Tal como descrito para outros psicotrópicos, o flupentixol pode modificar as respostas à insulina e àglicose requerendo assim um ajuste da terapêutica antidiabética em doentes diabéticos.
Os doentes medicados com terapêutica a longo prazo, particularmente com doses elevadas, devem sercuidadosamente monitorizados e periodicamente avaliados a fim de decidir se a dose de manutençãopode ser diminuída.
Em ensaios clínicos aleatorizados, controlados com placebo, na população demente tratada com algunsantipsicóticos atípicos, observou-se um risco de efeitos adversos cerebrovasculares aproximadamentetrês vezes superior. O mecanismo para este risco aumentado não é conhecido. Um risco aumentado nãopode ser excluído para outros antipsicóticos ou outras populações de doentes. Flupentixol deve serutilizado com precaução em doentes com factores de risco para AVC.
Tal como outros fármacos pertencentes à classe terapêutica dos antipsicóticos, o flupentixol podecausar prolongamento QT. Intervalos QT persistentemente prolongados podem aumentar o risco dearritmias malignas. Portanto, o flupentixol deve ser utilizado com precaução em indivíduos susceptíveis
(com hipocaliémia, hipomagnesiémia ou predisposição genética) e em doentes com história deperturbações cardiovasculares, ex. prolongamento QT, bradicardia significativa (<50 batimentos porminuto), enfarte agudo do miocárdio recente, insuficiência cardíaca descompensada, ou arritmiacardíaca. O tratamento concomitante com outros antipsicóticos deve ser evitado (ver secção 4.5).
Excipientes
Os comprimidos contêm lactose mono-hidratada. Doentes com problemas hereditários raros deintolerância à galactose, deficiência de lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomareste medicamento.
Os comprimidos também contêm sacarose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância àfrutose, malabsorção de glucose-galactose ou insuficiência de sacarase-isomaltase não devem tomareste medicamento.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Combinações que requerem precauções de utilização
Flupentixol pode acentuar os efeitos sedativos do álcool, bem como de barbitúricos e outrosdepressores do SNC.
Os neurolépticos podem aumentar ou reduzir o efeito dos anti-hipertensores; o efeito anti-hipertensorda guanetidina e compostos de acção semelhante é reduzido.
A utilização concomitante de neurolépticos e de lítio aumenta o risco de neurotoxicidade.
Os antidepressivos tricíclicos e os neurolépticos inibem mutuamente o metabolismo uns dos outros.
O flupentixol pode reduzir o efeito da levodopa e o efeito de fármacos adrenérgicos.
A utilização concomitante de metoclopramida e piperazina aumenta o risco de perturbaçõesextrapiramidais.
O aumento do intervalo QT relacionado com o tratamento com antipsicóticos pode ser exacerbado pelaco-administração de outros fármacos conhecidos por prolongarem significativamente o intervalo QT. Aco-administração de tais fármacos deve ser evitada. As classes relevantes incluem:
– anti-arrítmicos de classe Ia e III (ex. quinidina, amiodarona, sotalol, dofetilida)
– alguns antipsicóticos (ex. tioridazina)
– alguns macrólidos (ex. eritromicina)
– alguns anti-histamínicos (ex. terfenadina, astemizole)
– alguns antibióticos do grupo das quinolonas (ex. gatifloxacina, moxifloxacina)
A lista acima discriminada não é exaustiva, devendo ser evitados outros fármacos conhecidos poraumentarem significativamente o intervalo QT (ex.: cisaprida, lítio).
Fármacos conhecidos por causarem distúrbios electrolíticos como as tiazidas (hipocaliémia) e fármacosconhecidos por aumentarem a concentração plasmática de flupentixol devem ser também utilizadoscom precaução dado que podem aumentar o risco de prolongamento QT e arritmias malignas (versecção 4.4).
4.6 Gravidez e aleitamento
Gravidez
Flupentixol não deve ser administrado durante a gravidez a menos que os benefícios esperados para adoente compensem os riscos teóricos para o feto.
Os recém-nascidos de mães medicadas com neurolépticos na fase final da gravidez, ou em trabalho departo, podem mostrar sinais de intoxicação, tais como letargia, tremor e hiperexcitabilidade eapresentar um indíce apgar baixo.
Os estudos de reprodução em animais não evidenciaram qualquer aumento da incidência de danosfetais ou outros efeitos prejudiciais sobre o processo reprodutivo.
Aleitamento
Atendendo a que o flupentixol é encontrado no leite materno em concentrações baixas, não é provávelque afecte a criança quando utilizadas as doses terapêuticas. A dose ingerida pela criança é inferior a
0,5% da dose materna diária corrigida relativamente ao peso. A amamentação pode ser mantida duranteo período de tratamento com flupentixol, se tal for considerado importante do ponto de vista clínico,recomendando-se nesse caso a vigilância da criança, particularmente durante as primeiras 4 semanasapós o parto.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Flupentixol é um fármaco não sedativo quando administrado em doses baixas-moderadas.
Contudo, os doentes medicados com fármacos psicotrópicos podem apresentar alguma perturbação daatenção geral e da concentração e devem ser avisados quanto à sua capacidade de conduzir ou utilizarmáquinas.
4.8 Efeitos indesejáveis
Os efeitos indesejáveis são, maioritariamente, dose-dependentes. A frequência e gravidade são maispronunciadas na fase inicial do tratamento e sofrem uma diminuição ao longo do tratamentocontinuado.
Podem ocorrer reacções extrapiramidais, especialmente na fase inicial do tratamento. Na maior partedos casos, estes efeitos laterais podem ser satisfatoriamente controlados por redução da dose e/ouutilização de fármacos antiparkinsónicos. A utilização profiláctica de antiparkinsónicos por rotina não é
recomendada. Os fármacos antiparkinsónicos não aliviam a discinésia tardia, podendo agravá-la. Aredução da dose ou, se possível, a descontinuação da terapêutica com flupentixol é recomendada. Noscasos de acatísia persistente, pode revelar-se útil a utilização de uma benzodiazepina ou propranolol.
As frequências são retiradas da literatura e da notificação espontânea. As frequências são definidascomo: muito frequentes (?1/10), frequentes (?1/100 a <1/10), pouco frequentes (?1/1 000 a <1/100),raros (?1/10 000 a <1/1 000), muito raros (<1/10 000), ou desconhecidos (não pode ser calculada apartir dos dados disponíveis).
Cardiopatias Frequentes Taquicardia,
palpitações.
Raros
Intervalo QT prolongado noelectrocardiograma.
Doenças do sangue e do sistema
Raros Trombocitopénia,
neutropénia,
linfático
leucopénia, agranulocitose.
Doenças do sistema nervoso
Muito frequentes
Sonolência, acatísia,hipercinésia, hipocinésia.
Frequentes
Tremor, distonia, tonturas,cefaleia.
Pouco frequentes a raros
Discinésia tardia, discinésia,parkinsonismo, perturbações dodiscurso, convulsões.
Muito
raros
Síndrome
maligna
dos
neurolépticos.
Afecções oculares
Frequentes
Perturbações da acomodação,distúrbios da visão.
Pouco frequentes
Movimentos circulares dosglobos oculares
Doenças respiratórias, torácicas
Frequentes Dispneia
e do mediastino
Doenças gastrointestinais
Muito Frequentes
Boca seca.
Frequentes
Hipersecreção
salivar,
obstipação, vómitos, dispepsia,diarreia.
Pouco frequentes
Dor abdominal, náuseas,flatulência.
Doenças renais e urinárias
Frequentes
Distúrbios da micção e retençãourinária
Afecções da pele e dos tecidos
Frequentes Hiperhidrose,
prurido.
subcutâneos
Pouco frequentes
Eritema, reacção defotosensibilidade, dermatite.
Afecções musculosqueléticas e
Frequentes Mialgia.
dos tecidos conjuntivos
Pouco
frequentes
Rigidez
muscular
Perturbações endócrinas
Raros
Hiperprolactinémia
Doenças do metabolismo e da
Frequentes
Aumento do apetite, aumento do
nutrição
peso.
Pouco frequente
Diminuição do apetite
Raros
Hiperglicémia,
intolerância
à
glucose
Vasculopatias
Pouco frequentes
Hipotensão, afrontamentos
Perturbações gerais e alterações
Frequentes Astenia,
fadiga.
no local de administração
Doenças do sistema imunitário
Raros
Hipersensibilidade, reacçãoanafiláctica.
Afecções hepatobiliares
Pouco frequentes
Testes da função hepáticaalterados
Muito
raros
Icterícia
Doenças do sistema reprodutor e Pouco frequentes
Alteração da ejaculação,
da mama
disfunção eréctil
Raros
Ginecomastia,
galactorreia,
amenorreia.
Perturbações do foro
Frequentes
Insónia, depressão, nervosismo,
psiquiátrico
agitação, diminuição da libido.
Pouco frequentes
Estado confusional
Tal como com outros fármacos pertencentes à classe terapêutica dos antipsicóticos, foram notificadospara o flupentixol casos raros de prolongamento do intervalo QT, arritmias ventriculares ? fibrilhaçãoventricular, taquicardia ventricular, Torsades de Pointes e morte súbita não explicada (ver secção 4.4).
A descontinuação abrupta do flupentixol pode ser acompanhada de sintomas de privação. Os sintomasmais frequentes são náuseas, anorexia, diarreia, rinorreia, sudação, mialgias, parestesias, insónia,inquietude, ansiedade e agitação. Os doentes podem ainda sentir vertigens, sensações alternadas de frioe calor e tremor. Os sintomas geralmente iniciam-se 1 a 4 dias após a descontinuação e desaparecemem 7 a 14 dias.
4.9 Sobredosagem
Sintomas
Sonolência, coma, perturbações do movimento, convulsões, choque, hipertermia/hipotermia.
A dose única mais elevada administrada oralmente em ensaios clínicos foi de 80 mg e até 320 mg/dia.
Foram notificadas alterações no ECG, prolongamento QT, Torsades de Pointes, paragem cardíaca earritmias ventriculares na administração em sobredosagem concomitante com fármacos conhecidos porafectarem o coração.
Tratamento
O tratamento é sintomático e de suporte. Deve ser efectuada a lavagem gástrica tão rapidamente quantopossível após a ingestão oral e administrado carvão activado. Devem ser instituídas medidas de suporte
dos sistemas respiratório e cardiovascular. Não deve ser usada epinefrina (adrenalina) pois tal poderesultar numa diminuição adicional da pressão arterial.
As convulsões podem ser tratadas com diazepam e os sintomas extrapiramidais com biperideno.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.9.2 – Sistema Nervoso Central. Psicofármacos. Antipsicóticos
Código ATC: N05AF01
Mecanismo de acção
Flupentixol é um neuroléptico do grupo dos tioxantenos.
Flupentixol é composto por uma mistura de dois isómeros geométricos, o cis(Z)-flupentixol activo e otrans(E)-flupentixol, aproximadamente numa proporção de 1:1.
O efeito antipsicótico dos neurolépticos está relacionado com o seu efeito bloqueador dos receptores dadopamina mas possivelmente o bloqueio dos receptores 5-HT (5-hidroxitriptamina) contribui tambémpara tal. O cis(Z)-flupentixol tem uma elevada afinidade in vitro e in vivo para os receptores dadopamina D1 e D2, enquanto que a flufenazina é praticamente selectiva para os receptores D2 in vivo.
O antipsicótico atípico clozapina apresenta, à semelhança do cis(Z)-flupentixol, equiafinidade para osreceptores D1 e D2, tanto in vitro como in vivo.
O cis(Z)-flupentixol apresenta uma afinidade elevada para os adrenoreceptores ?1 e receptores 5-HT2,embora inferior à do clorprotixeno, fenotiazinas e clozapina em elevadas doses, mas nenhumaafinidade para os receptores muscarínicos colinérgicos. Apresenta apenas ligeiras propriedades anti-
histaminérgicas e nenhuma actividade bloqueadora dos adrenoreceptores ?2.
O cis(Z)-flupentixol provou ser um neuroléptico potente em todos os estudos de comportamentorelativos à actividade neuroléptica (bloqueio dos receptores da dopamina). É encontrada correlaçãoentre os modelos de teste in vivo, a afinidade para os locais de ligação aos receptores dopaminérgicos
D2 in vitro e as doses diárias médias orais de antipsicóticos.
Os movimentos periorais em ratos são dependentes da estimulação dos receptores D1 ou do bloqueioda população de receptores D2. Os movimentos podem ser evitados pelo cis(Z)-flupentixol. De igualmodo, os resultados de experimentação em macacos indicam que a hipercinésia oral está maisrelacionada com a estimulação dos receptores D1 e, num grau inferior, com a hipersensibilidade aosreceptores D2. Tal conduz à sugestão de que a activação dos receptores D1 é responsável por efeitosemelhante no homem, i.e. discinésia. Por conseguinte, o bloqueio dos receptores D1 deve servantajoso.
O flupentixol prolonga o período de sono induzido pelo álcool e pelos barbitúricos em ratinhos apenasem doses muito elevadas, indicando uma acção sedativa muito fraca em termos da utilização clínica.
À semelhança da maioria dos restantes neurolépticos, o flupentixol aumenta o nível de prolactina séricade uma forma dependente da dose.
Eficácia clínica
Em termos de utilização clínica, o flupentixol apresenta um espectro de acção amplo, que varia emfunção da dose.
O flupentixol em doses baixas (1-2 mg/dia) apresenta efeitos antidepressivos, ansióliticos e activadores.
Em doses moderadas (3-25 mg/dia), o flupentixol é destinado ao tratamento de psicoses agudas ecrónicas. Nesta gama posológica, o flupentixol não apresenta praticamente nenhum efeito sedativo enão é adequado para doentes com agitação psicomotora grave. Para além de causar uma reduçãosignificativa ou uma eliminação completa dos sintomas nucleares da esquizofrenia, tais comoalucinações, ilusões e perturbações do pensamento, o flupentixol apresenta igualmente propriedadesdesinibidoras (antiautisticas e activadoras) e melhoradoras do humor, tornando o flupentixolparticularmente útil no tratamento de doentes apáticos, isolados, deprimidos e fracamente motivados.
O efeito antipsicótico aumenta com o aumento da posologia; adicionalmente, deve ser antecipadaalguma sedação. O flupentixol apresenta, dentro de toda a gama posológica, um efeito ansiolíticopronunciado e, mesmo no tratamento com doses elevadas, os efeitos melhoradores do humor e dedesinibição do flupentixol estão mantidos. O tratamento com doses elevadas não aumenta a frequênciados sintomas extrapiramidais.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Os dados seguintes referem-se ao isómero activo cis(Z).
Absorção
A administração oral resulta em níveis séricos máximos num período de 4 a5 horas.
A biodisponibilidade oral é de cerca de 40%.
Distribuição
O volume aparente de distribuição (Vd)? é de cerca de 14,1 l/kg. A ligação às proteínas plasmáticas éde cerca de 99%.
Biotransformação
O metabolismo do flupentixol é efectuado por três vias principais – sulfoxidação, N-desalquilação econjugação glucorónica da cadeia lateral. Os metabolitos são desprovidos de actividadepsicofarmacológica. O flupentixol apresenta níveis superiores, comparativamente aos metabolitos, nocérebro e outros tecidos.
Eliminação
A semi-vida de eliminação (T1/2?) é de cerca de 35 horas e a depuração sistémica média (Cls) é decerca de 0,29 l/min.
O flupentixol é excretado principalmente nas fezes, mas também em determinado grau na urina.
Quando o flupentixol marcado com tritio foi administrado no homem, o padrão de excreção mostrouque a excreção via fezes é cerca de 4 vezes superior à excreção urinária.
Em mães em período de amamentação, o flupentixol é excretado em pequenas quantidades com o leitematerno. A razão concentração no leite/concentração sérica nas mulheres é em média de 1,3.
Linearidade
A cinética é linear. Os níveis plasmáticos no estado estacionário são obtidos em cerca de 7 dias. Osníveis médios mínimos no estadoestacionário correspondentes à dose de 5 mg de flupentixol, por viaoral, uma vez ao dia, são de cerca de 1,7 ng/ml (3,9 nmol/l).
Doentes idosos
Não foram efectuadas investigacões farmacocinéticas em doentes idosos. Contudo, relativamente aofármaco tioxanténico relacionado, zuclopentixol, os parâmetros farmacocinéticos são amplamenteindependentes da idade do doente.
Função renal diminuída
Tendo como base as características anteriores relativas à eliminação do flupentixol, é razoável assumirque uma função renal diminuída não terá muita influência nos níveis séricos do composto de origem.
Função hepática diminuída
Não existem dados disponíveis.
Relação farmacocinética/farmacodinâmica
Como orientação para o tratamento de manutenção de doentes esquizofrénicos com um grau ligeiro-
moderado de doença é sugerida uma concentração sérica (plasma) mínima (i.e. concentraçãodeterminada imediatamente antes da administração de uma dose) de 1-3 ng/ml (2-8 nmol/l).
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Toxicidade aguda
O flupentixol apresenta baixa toxicidade aguda.
Toxicidade crónica
Em estudos de toxicidade crónica não foram registados quaisquer achados merecedores de preocupaçãorelativamente ao uso terapêutico do flupentixol.
Toxicidade reprodutiva
Tendo como base os estudos de toxicidade reprodutiva, não existem razões para uma preocupaçãoespecial quanto ao uso de flupentixol em mulheres em idade fértil.
Carcinogenicidade
O flupentixol não apresenta qualquer potencial carcinogénico.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Núcleo:
Lactose mono-hidratada,
Amido de batata,
Talco,
Gelatina,
Estearato de magnésio
Revestimento:
Gelatina,
Sacarose,
Coloração:
Óxido de ferro amarelo (E172)
Cera de polimento: mistura de cera branca e cera de carnaúba (Capol 1295).
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável
6.3 Prazo de validade
2anos
6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 25ºC.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Frasco de polipropileno com 20 e 60 comprimidos revestidos.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
H. Lundbeck A/S
Ottiliavej 9
DK-2500 Valby
Copenhaga
Dinamarca
Tel: 004536301311
Fax: 0045363019401
E-mail: information@lundbeck.com
Representante local:
Lundbeck Portugal – Produtos Farmacêuticos, Lda
Quinta da Fonte
Edifício D. João I ? Piso 0 Ala A
2770-203 Paço de Arcos
Portugal
Tel: 21 00 45 900
Fax: 21 00 45 999
8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Nº de registo: 8675132 – 20 comprimidos revestidos, 3 mg, frasco de polipropileno
Nº de registo: 8675124 – 60 comprimidos revestidos, 3 mg, frasco de polipropileno
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO / RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 24 Fevereiro 1988
Data de revisão: 29 Outubro 1993
Data da última renovação: 29 Outubro 2003