RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1 – DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO
Efique® XR 37,5 mg Cápsulas de libertação prolongada
Efique® XR 75 mg Cápsulas de libertação prolongada
Efique® XR 150 mg Cápsulas de libertação prolongada
2 – COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Efique XR tem como substância activa a venlafaxina, sob a forma de cloridrato.
Efique XR é composto por cápsulas de libertação prolongada contendo, respectivamente,
37,5 mg, 75 mg e 150 mg de venlafaxina.
A libertação do fármaco é controlada por difusão através da membrana de revestimento dasmicroesferas e é independente do pH.
Excipientes, ver 6.1.
3 – FORMA FARMACÊUTICA
Cápsulas de libertação prolongada.
4 – INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1- Indicações terapêuticas
Tratamento da depressão, incluindo a depressão acompanhada de ansiedade.
Tratamento da perturbação da ansiedade generalizada, incluindo tratamento prolongado.
Tratamento da perturbação da ansiedade social.
Prevenção de recaídas de um episódio de depressão ou da recorrência de novos episódiosdepressivos.
4.2- Posologia e modo de administração
Posologia habitual
O regime posológico habitual recomendado é de 75 mg, administrados 1 vez por dia. Se apósduas semanas estiver indicado melhorar a resposta terapêutica, pode aumentar-se a posologiapara 150 mg por dia, administrados 1 vez por dia. Se necessário, a posologia pode ainda seraumentada até 225 mg em doentes moderadamente deprimidos, doentes com perturbação daansiedade generalizada ou com perturbação da ansiedade social, e até 375 mg em doentesgravemente deprimidos, numa única toma diária. Os aumentos posológicos devem serefectuados em intervalos de aproximadamente 2 semanas ou mais, mas nunca inferiores a 4 dias.
A actividade ansiolítica com a dose de 75 mg foi observada após 1 semana de tratamento.
Recomenda-se que Efique XR seja tomado com alimentos. Cada cápsula deve ser ingeridainteira com água ou outra bebida. As cápsulas não devem ser divididas, esmagadas, mastigadasou colocadas em água. Efique XR deve ser administrado 1 vez por dia, aproximadamente àmesma hora, de manhã ou à noite.
Os doentes sob tratamento com Efique (comprimidos) podem mudar para Efique XR, naposologia diária mais aproximada. No entanto, podem ser necessários ajustes posológicos.
Manutenção/Continuação/Tratamento prolongado
O médico deve reavaliar periodicamente caso a caso, a utilidade dum tratamento prolongadocom Efique XR. Existe um consenso geral de que os episódios agudos de depressão majorexigem uma terapêutica farmacológica prolongada, durante vários meses ou mesmo mais. Osdoentes com ansiedade generalizada ou ansiedade social sofrem, frequentemente, durante váriosanos e normalmente requerem tratamento prolongado.
O Efique XR revelou-se eficaz em tratamentos prolongados (até 12 meses na depressão e até 6meses na perturbação da ansiedade generalizada e na perturbação da ansiedade social).
Para a prevenção de recaídas e prevenção da recorrência de depressão a posologia habitual éidêntica à utilizada para iniciar o tratamento. Os doentes devem ser reavaliados periodicamentede modo a avaliar o benefício do tratamento prolongado.
Interrupção do tratamento com venlafaxina
Quando se pretende interromper o tratamento, recomenda-se a redução gradual da dose. Se avenlafaxina foi utilizada durante mais de 6 semanas a redução da dose deve ser efectuadadurante 2 semanas (ver secção 4.8). Este período pode ser variável, dependendo da dose,duração do tratamento e do próprio doente.
Doentes com insuficiência renal
Nos doentes insuficientes renais com uma taxa de filtração glomerular de 10-70 ml/min. a dosediária de venlafaxina deve ser reduzida entre 25 a 50%.
Nos doentes hemodialisados esta redução deve ser de 50%. A administração deve ser efectuadaapós a sessão de diálise ter terminado.
Doentes com insuficiência hepática
Nos doentes com insuficiência hepática moderada a dose diária de venlafaxina deve ser reduzidaem 50%. Em alguns doentes pode ser necessário reduzir a dose diária mais de 50%.
Doentes idosos
Com base apenas na idade não se recomendam alterações da posologia habitual.
Utilização em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos
A experiência da utilização da venlafaxina em doentes com menos de 18 anos de idade éescassa.
4.3- Contra-indicações
Hipersensibilidade à venlafaxina, ou a qualquer dos excipientes do Efique XR.
Utilização concomitante com inibidores da monoamina-oxidase (IMAO). O tratamento comvenlafaxina só pode iniciar-se decorridos pelo menos 14 dias após a interrupção do tratamentocom um IMAO. Após interrupção do tratamento com a venlafaxina devem aguardar-se nomínimo 7 dias antes de se iniciar um IMAO (ver secção 4.5).
4.4- Advertências e precauções especiais de utilização
A venlafaxina não foi estudada em doentes com história recente de enfarte do miocárdio oucardiopatia instável pelo que deve ser usado com precaução nestes doentes.
Foram notificados casos de aumentos da tensão arterial relacionados com a dose em algunsdoentes tratados com a venlafaxina pelo que se recomenda a medição da tensão arterial.
Pode ocorrer aumento do ritmo cardíaco, principalmente com doses altas. A venlafaxina deve serutilizada com precaução nos doentes cujo estado de saúde possa ser comprometido pelo aumentodo ritmo cardíaco.
Durante o tratamento com a venlafaxina podem ocorrer convulsões. Tal como acontece comtodos os antidepressivos a venlafaxina deve ser utilizada com precaução em doentes com históriaconvulsiva.
Pode ocorrer midríase relacionada com a toma de venlafaxina. Os doentes que apresentamaumento da tensão intra-ocular ou doentes com risco de glaucoma agudo de ângulo fechadodevem ser cuidadosamente monitorizados.
Numa pequena percentagem de doentes com alterações do humor tratados com antidepressivos,incluindo a venlafaxina, pode ocorrer mania/hipomania. Tal como acontece com outrosantidepressivos a venlafaxina deve ser usada com precaução nos doentes com história de mania.
Podem ocorrer casos de hiponatremia e/ou de Síndrome de Secreção Inadequada da Hormona
Antidiurética (SIADH) com a venlafaxina, particularmente em doentes com depleção de volumeou desidratados, incluindo idosos e doentes que tomam diuréticos.
Deve ter-se em consideração o risco de suicídio em todos os doentes deprimidos e devem serinicialmente prescritas as quantidades mais pequenas do medicamento para diminuir o risco desobredosagem.
Foram notificados casos de hemorragias, por vezes graves, relacionados com a utilização deinibidores de recaptação da serotonina, nomeadamente citalopram, clomipramina, fluoxetina,fluvoxamina, nefazodona, paroxetina, sertralina e venlafaxina, pelo que se recomenda precauçãona administração concomitante com anticoagulantes, fármacos que tenham efeito na funçãoplaquetária (por exemplo anti-inflamatórios não esteróides, ácido acetilsalicílico e ticlopidina)ou fármacos susceptíveis de aumentar o risco de hemorragia. Recomenda-se ainda precaução nautilização daqueles fármacos em doentes com alterações hemorrágicas.
A segurança e a eficácia da terapêutica com a venlafaxina em associação com produtos para oemagrecimento, nomeadamente a fentermina, não foram estabelecidas. Não se recomenda aadministração concomitante de Efique XR com produtos para o emagrecimento. O Efique XRnão está indicado para o emagrecimento, quer isoladamente, quer em associação com outrosprodutos.
Os estudos clínicos não revelaram quaisquer indícios de comportamento de dependência àvenlafaxina, desenvolvimento de tolerância ou necessidade de aumento contínuo da dose.
Utilização em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos
Efique XR não deve ser utilizado no tratamento de crianças e adolescentes com idade inferior a
18 anos. Foram observados com maior frequência comportamentos relacionados com o suicídio
(tentativa de suicídio e ideação suicida) e hostilidade (predominantemente agressão,comportamento de oposição e cólera) em ensaios clínicos com crianças e adolescentes que seencontravam a tomar antidepressivos, em comparação com os que se encontravam a tomarplacebo. Se, não obstante, com base na necessidade clínica, a decisão de tratamento for tomada,o doente deve ser rigorosamente monitorizado em relação ao aparecimento de sintomas suicidas.
Não estão disponíveis dados de segurança a longo prazo em crianças e adolescentes no que serefere ao crescimento, à maturação e ao desenvolvimento cognitivo e comportamental.
4.5- Interacções medicamentosas e outras
? Inibidores da monoamina-oxidase (IMAO)
Foram notificadas reacções adversas graves em doentes que interromperam recentemente um
IMAO e iniciaram a venlafaxina ou que interromperam recentemente o tratamento com avenlafaxina antes de iniciarem um IMAO (ver secção 4.3). Estas reacções incluíram tremor,mioclonia, diaforese, náuseas, vómitos, rubor, tonturas e hipertermia com aspectos semelhantesaos de uma síndrome maligna induzida por neurolépticos, convulsões e morte.
? Fármacos que actuam no SNC
Devido ao mecanismo de acção da venlafaxina e ao seu potencial para causar a síndromeserotoninérgica, a administração concomitante com outros fármacos susceptíveis de afectar ossistemas neurotransmissores serotoninérgicos (tais como triptanos, inibidores selectivos darecaptação da serotonina ? SSRIs ? ou o lítio) deve ser feita com precaução.
? Indinavir
Um estudo farmacocinético com o indinavir demonstrou um decréscimo de 28% na AUC e de
36% na Cmáx do indinavir. Não se sabe qual o significado clínico desta interacção.
? Anticoagulantes, fármacos com efeito na função plaquetária e fármacos susceptíveis deaumentar o risco de hemorragia
Pode ocorrer um aumento do risco de hemorragia associada à administração concomitante do
Efique com anticoagulantes, fármacos com efeito na função plaquetária (por exemploanti-inflamatórios não esteróides, ácido acetilsalicílico e ticlopidina) e fármacos susceptíveis deaumentar o risco de hemorragia (ver secção 4.4).
? Etanol
Demonstrou-se que a venlafaxina não provoca agravamento das alterações das capacidadesintelectuais e motoras causadas pelo etanol. Contudo, tal como com outros fármacos que actuamsobre o SNC, os doentes devem ser aconselhados a evitar o consumo de álcool durante otratamento com a venlafaxina.
? Haloperidol
Um estudo farmacocinético com o haloperidol demonstrou uma diminuição de 42% nadepuração oral total, aumento de 70% na AUC, aumento de 88% na Cmáx, mantendo-seinalterada a semi-vida, do haloperidol.
? Cimetidina
No estado estacionário, a cimetidina demonstrou inibir o metabolismo de primeira passagem davenlafaxina; contudo não exerceu qualquer efeito sobre a farmacocinética da
O-desmetilvenlafaxina. Prevê-se que, na maioria dos doentes, a actividade farmacológica globalda venlafaxina e O-desmetilvenlafaxina aumente apenas ligeiramente. Nos idosos e nos doenteshepáticos esta interacção pode acentuar-se.
? Imipramina
A venlafaxina não afectou a farmacocinética da imipramina e da 2-OH-imipramina. Contudo, a
AUC, Cmáx e Cmin da desipramina aumentou cerca de 35% na presença da venlafaxina. Houveum aumento da AUC da 2-OH-desipramina de 2,5 a 4,5 vezes. A imipramina não afectou afarmacocinética da venlafaxina e O-desmetilvenlafaxina.
? Risperidona
A venlafaxina provocou um aumento de 32% na AUC mas não alterou significativamente operfil farmacocinético de fármaco activo total (risperidona e 9-hidroxirrisperidona). Não se sabequal o significado clínico desta interacção.
? Diazepam
O diazepam não parece afectar a farmacocinética, quer da venlafaxina, quer da
O-desmetilvenlafaxina. A venlafaxina não tem efeitos sobre a farmacocinética e afarmacodinâmica do diazepam e do seu metabolito activo, desmetildiazepam.
? Lítio
A farmacocinética da venlafaxina e da O-desmetilvenlafaxina no estado estacionário não foiafectada pela administração concomitante do lítio. A venlafaxina também não afecta afarmacocinética do lítio. (Ver também a informação acima relativa a Fármacos que actuam no
SNC).
? Fármacos com elevada ligação às proteínas plasmáticas
A venlafaxina não se liga fortemente às proteínas plasmáticas (fracção ligada de 27%); assim, aadministração de venlafaxina a um doente medicado com outros fármacos com elevada ligação
às proteínas plasmáticas não deverá causar aumento das concentrações plasmáticas livres destesfármacos.
? Fármacos metabolizados por isoenzimas do citocromo P450
Os estudos indicam que a venlafaxina é um inibidor relativamente fraco da CYP2D6. Avenlafaxina não inibe a CYP3A4, CYP1A2 e CYP2C9 in vitro. Estudos in vivo utilizando outros
fármacos, designadamente alprazolam (CYP3A4), cafeína (CYP1A2), carbamazepina
(CYP3A4) e diazepam (CYP3A4 e CYP2D6) confirmaram estes dados.
4.6- Gravidez e aleitamento
A segurança da venlafaxina em mulheres grávidas não foi estabelecida. A venlafaxina só deveser administrada em mulheres grávidas se os benefícios esperados superam os riscos possíveis.
Se a venlafaxina for utilizada até ou imediatamente antes do nascimento, deverá considerar-se apossibilidade de ocorrerem efeitos de privação no recém-nascido.
A venlafaxina e a O-desmetilvenlafaxina são excretadas no leite materno, pelo que deve optar-sepor descontinuar a amamentação ou a venlafaxina.
4.7- Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
A venlafaxina não afectou a actividade psicomotora, cognitiva ou o comportamento emvoluntários saudáveis. Contudo, qualquer psicofármaco pode perturbar o raciocínio, opensamento ou as capacidades motoras. Devem por isso prevenir-se os doentes relativamente àsua capacidade de condução e de trabalho com máquinas perigosas.
4.8- Efeitos indesejáveis
A lista das reacções adversas seguinte está organizada por sistema corporal e de acordo com afrequência como:
Frequentes: ?1%
Pouco frequentes: ?0,1% e <1%
Raras: ?0,01% e <0,1%
Muito raras: <0,01%
GERAIS
Frequentes: Astenia/fadiga
Pouco frequentes: Fotossensibilidade
Muito raras: Anafilaxia
APARELHO CARDIOVASCULAR
Frequentes: Hipertensão, vasodilatação (geralmente afrontamentos/rubor)
Pouco frequentes: Hipotensão, hipotensão postural, síncope, taquicardia
Muito raras: Prolongamento do intervalo QT, fibrilhação ventricular, taquicardia ventricular
(incluindo torsade de pointes)
APARELHO DIGESTIVO
Frequentes: Diminuição do apetite, obstipação, náuseas, vómitos
Pouco frequentes: Bruxismo
SANGUE E SISTEMA LINFÁTICO
Pouco frequentes: Manifestações hemorrágicas tais como equimoses, hemorragia ginecológica,gastrointestinal e outras hemorragias cutâneas ou mucosas
Raras: Aumento do tempo de hemorragia, trombocitopenia
Frequência indeterminada: Discrasias sanguíneas (incluindo agranulocitose, anemia aplástica,neutropenia e pancitopenia)
METABÓLICOS E NUTRICIONAIS
Frequentes: Aumento do colesterol sérico, perda de peso
Pouco frequentes: Alterações dos testes da função hepática, hiponatremia, aumento de peso
Raras: Hepatite, síndrome da secreção inadequada de hormona antidiurética (SIADH)
SISTEMA NERVOSO
Frequentes: Sonhos anormais, diminuição da líbido, tonturas, boca seca, aumento do tónusmuscular, insónia, nervosismo, parestesias, sedação, tremor
Pouco frequentes: Apatia, alucinações, mioclonia
Raras: Convulsões, reacção maníaca, síndrome neuroléptica maligna (NMS), síndromeserotoninérgica
Frequência indeterminada: Agitação, delírio
APARELHO RESPIRATÓRIO
Frequentes: Bocejos
Frequência indeterminada: Eosinofilia pulmonar
PELE
Frequentes: Sudação (incluindo suores nocturnos)
Pouco frequentes: Erupção cutânea, alopécia
Muito raras: Eritema multiforme, síndrome de Stevens-Johnson
SENTIDOS
Frequentes: Anomalias de acomodação, midríase, alterações visuais
Pouco frequentes: Alteração do paladar
APARELHO UROGENITAL
Frequentes: Ejaculação/orgasmo anormais (homens), anorgasmia, disfunção eréctil, alteraçõesda micção (geralmente hesitação)
Pouco frequentes: Orgasmo anormal (mulheres), menorragia, retenção urinária
Os dados de evidência clínica e pré-clínica disponíveis não sugerem que os inibidores darecaptação da serotonina causam dependência. No entanto, uma vez que a ocorrência dereacções de privação resultantes da descontinuação brusca dos antidepressivos é bem conhecida,aconselha-se que a administração do Efique seja gradualmente diminuída e o doente vigiado (versecção 4.2). Foram notificados os seguintes sintomas relacionados com a descontinuação brusca,redução da dose ou descontinuação com redução gradual da dose: hipomania, ansiedade,agitação, nervosismo, confusão, insónia ou outras perturbações do sono, fadiga, sonolência,parestesias, tonturas, vertigens, cefaleias, sudação, xerostomia, anorexia, diarreia, náuseas evómitos. A maioria das reacções de privação são ligeiras e desaparecem sem requerertratamento.
4.9- Sobredosagem
Na experiência pós-comercialização, a sobredosagem com a venlafaxina foi notificada namaioria dos casos em associação com álcool e/ou outras substâncias. Foram notificadas as
reacções seguintes: alterações electrocardiográficas (por exemplo prolongamento do intervalo
QT, bloqueio de ramo, prolongamento QRS), taquicardia auriculoventricular, bradicardia,hipotensão, vertigens, alterações do estado vigil (de sonolência a coma), convulsões e morte.
Em situação de sobredosagem recomenda-se que sejam tomadas as medidas gerais de suporte esintomáticas. Deverão ser asseguradas a permeabilidade das vias aéreas, oxigenação e ventilaçãoadequadas, monitorização do ritmo cardíaco e dos sinais vitais. No caso de existir um risco deaspiração não se recomenda a indução do vómito. A lavagem gástrica está indicada quandopuder ser efectuada pouco tempo após a ingestão ou em doentes sintomáticos. A administraçãode carvão activado pode igualmente limitar a absorção do fármaco. Não se prevê que a diureseforçada, diálise, hemoperfusão ou transfusão sejam benéficas e não se conhecem antídotosespecíficos da venlafaxina.
5 – PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1- Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.9.3 ? Psicofármacos ? Antidepressores.
Código ATC: N06A X16
A venlafaxina e o seu metabolito O-desmetilvenlafaxina, são inibidores potentes da recaptaçãoneuronal da serotonina e da noradrenalina e inibidores fracos da recaptação da dopamina.
Pensa-se que a actividade antidepressiva da venlafaxina está relacionada com a potenciação daactividade neurotransmissora no sistema nervoso central. A venlafaxina e a
O-desmetilvenlafaxina não têm afinidade significativa para os receptores muscarínicos,histaminérgicos ou alfa1-adrenérgicos in vitro. A actividade a nível destes receptores pode estarrelacionada com a ocorrência de vários efeitos anticolinérgicos, sedativos e cardiovascularesobservados com outros psicotrópicos. Em modelos animais roedores a venlafaxina demonstrouuma actividade que fazia prever acção antidepressiva, ansiolítica e propriedades de potenciaçãocognitiva.
Depressão
A eficácia do Efique XR (cloridrato de venlafaxina) cápsulas de libertação prolongada, notratamento da depressão, foi estabelecida em dois estudos controlados com placebo, de curtaduração e dose flexível, em doentes adultos no ambulatório com depressão major ou perturbaçãodepressiva major, de acordo com os critérios do DSM-III-R ou DSM-IV.
Um estudo de 12 semanas em que foram utilizadas doses de Efique XR entre 75-150 mg/dia
(dose média nos doentes que completaram o estudo foi de 136 mg/dia) e um outro de 8 semanascom doses de Efique XR entre 75-225 mg/dia (dose média nos doentes que completaram oestudo foi de 177 mg/dia), demonstraram a superioridade do Efique XR comparativamente aoplacebo na pontuação total e no Item Humor Depressivo, da escala de HAM-D, na pontuaçãototal da escala de MADRS, na Gravidade da Doença da escala ICG e na Melhoria Global da
Doença da escala ICG. Em ambos os estudos o Efique XR foi significativamente melhor que oplacebo para alguns factores da escala de HAM-D, incluindo os factores deansiedade/somatização, distúrbios cognitivos e de retardação, bem como a pontuação deansiedade psíquica.
Um estudo de 4 semanas em doentes hospitalizados com depressão major com melancolia, deacordo com os critérios do DSM-III-R, em que se utilizaram doses de Efique (forma delibertação imediata de venlafaxina) entre 150-375
mg/dia (esquema t.i.d.), demonstrou
superioridade do Efique relativamente ao placebo. A dose média nos doentes que completaram oestudo foi de 350 mg/dia.
Perturbação da ansiedade generalizada
A eficácia do Efique XR cápsulas no tratamento da perturbação da ansiedade generalizada, foiestabelecida em quatro estudos controlados com placebo. Os estudos foram conduzidos emdoentes no ambulatório que preenchiam os critérios da DSM-IV de perturbação da ansiedadegeneralizada sem depressão.
A eficácia a curto prazo do Efique XR foi demonstrada em quatro estudos. Dois deles foramestudos de 8 semanas, em que se utilizaram doses de Efique XR de 75, 150 e 225 mg/dia e de 75e 150 mg/dia, respectivamente e os outros foram as primeiras 8 semanas de dois estudos delonga duração, com doses de Efique XR entre 75-225 mg/dia e de 37,5, 75 e 150 mg/dia,respectivamente. Cada um dos quatro estudos demonstrou a superioridade do Efique XRrelativamente ao placebo, em pelo menos 5 das seguintes escalas de eficácia: pontuação total efactor de ansiedade psíquica da escala de HAM-A, subescala de ansiedade hospitalar e ansiedadedepressiva, e gravidade da doença da escala ICG, bem como nos itens de humor ansioso e tensãoda escala de HAM-A.
Dois dos estudos prolongaram-se até aos 6 meses. Estes dois estudos, em que foram utilizadasdoses de Efique XR entre 75-225 mg/dia e de 37,5, 75 e 150 mg/dia, respectivamente,demonstraram a superioridade do Efique XR relativamente ao placebo na pontuação total efactor de ansiedade psíquica da escala de HAM-A, no factor de ansiedade da escala de HAD, nagravidade da doença da escala ICG, tal como no item de humor ansioso da escala de HAM-A.
Perturbação da Ansiedade Social (Fobia Social)
A eficácia do Efique XR no tratamento da perturbação da ansiedade social (também designadapor fobia social) foi estabelecida em quatro ensaios duplamente cegos, paralelos, com a duraçãode 12 semanas, multicêntricos, controlados com placebo, de doses variáveis e um estudoduplamente cego, paralelo, com a duração de 6 meses, de doses fixa/variáveis em doentesadultos no ambulatório que cumpriam os critérios DSM-IV de perturbação da ansiedade social.
Os doentes foram tratados com doses entre 75-225 mg/dia. A eficácia foi avaliada com a escala
Liebowitz Social Anxiety Scale (LSAS). Nestes cinco ensaios o Efique XR foi significativamentemais eficaz que o placebo no que respeita às alterações na pontuação total da escala LSAS entreos valores basais e os obtidos no endpoint.
Recaídas/Recorrência de Depressão
Um estudo efectuado em doentes no ambulatório que tinham respondido ao tratamento com
Efique (forma de libertação imediata de venlafaxina) durante um período inicial de 6 meses,aberto e que foram posteriormente incluídos em tratamento de manutenção, randomizado, com
Efique ou placebo durante 12 meses demonstrou uma diminuição significativa na taxa derecorrência nos doentes tratados com Efique comparativamente aos que tomaram placebo.
Um estudo efectuado em doentes no ambulatório que tinham respondido ao tratamento com
Efique XR durante um período inicial de 8 semanas, aberto e cujo tratamento foi posteriormentecontinuado, randomizado, com Efique XR ou placebo durante 6 meses demonstrou umadiminuição significativa na taxa de recaídas nos doentes tratados com Efique XRcomparativamente aos que tomaram placebo.
5.2- Propriedades farmacocinéticas
Após administração oral de doses únicas de Efique, pelo menos 92% da venlafaxina é absorvida.
A biodisponibilidade absoluta é de 40-45%, devido a metabolismo pré-sistémico. Em estudos dedose única com doses de 25 a 150 mg de venlafaxina de libertação imediata, a média dasconcentrações plasmáticas máximas (Cmáx) variou de 37 a 163 ng/ml, respectivamente, e foramatingidas ao fim de 2,1 a 2,4 horas (tmáx). Após a administração de venlafaxina em cápsulas delibertação prolongada, as concentrações plasmáticas máximas de venlafaxina e
O-desmetilvenlafaxina atingem-se após 5,5 e 9 horas, respectivamente. Após administração devenlafaxina de libertação imediata as concentrações plasmáticas máximas de venlafaxina e
O-desmetilvenlafaxina atingem-se após 2 e 3 horas, respectivamente. A venlafaxina apresenta amesma taxa de absorção após administração de cápsulas de libertação prolongada ou decomprimidos de libertação imediata.
As concentrações plasmáticas da venlafaxina e da O-desmetilvenlafaxina no estado estacionárioatingem-se após 3 dias de tratamento com doses múltiplas de venlafaxina em comprimidos delibertação imediata. Ambas apresentam cinética linear num intervalo de concentrações de
75-450 mg/dia com administração de 8 em 8 horas. A venlafaxina e a O-desmetilvenlafaxinaligam-se às proteínas plasmáticas em aproximadamente 27% e 30%, respectivamente. Uma vezque esta ligação é independente das respectivas concentrações até 2,215 e 500 ng/ml, quer avenlafaxina quer a O-desmetilvenlafaxina apresentam baixo potencial de envolvimento eminteracções farmacológicas significativas que envolvam o deslocamento de fármacos dasproteínas plasmáticas. O volume de distribuição da venlafaxina no estado estacionário apósadministração intravenosa é de 4,4 + 1,9 l/kg.
A venlafaxina sofre um intenso metabolismo hepático. Estudos in vitro e in vivo indicam que avenlafaxina sofre biotransformação no seu metabolito activo, a O-desmetilvenlafaxina, pelaisoenzima CYP2D6 do citocromo P450. Embora a actividade relativa da CYP2D6 possa diferirde doente para doente, não é necessário alteração do regime posológico da venlafaxinarelacionada com este facto. A exposição ao fármaco (AUC) e a flutuação dos níveis plasmáticosda venlafaxina e da O-desmetilvenlafaxina, após administração de doses diárias idênticas devenlafaxina como regimes b.i.d. ou t.i.d. de libertação imediata, foram comparáveis.
A venlafaxina e os seus metabolitos são excretados principalmente pelo rim. Aproximadamente
87% de uma dose de venlafaxina é recuperada na urina após 48 horas, sob as formas devenlafaxina inalterada (5%), O-desmetilvenlafaxina não conjugada (29%),
O-desmetilvenlafaxina conjugada (26%) e outros metabolitos menores inactivos (27%).
Os alimentos não interferem significativamente na absorção da venlafaxina ou na formação da
O-desmetilvenlafaxina.
A farmacocinética da venlafaxina e da O-desmetilvenlafaxina é significativamente alterada emalguns doentes com cirrose hepática compensada após administração oral de uma dose única de
venlafaxina. Em doentes com alterações da função hepática, as médias das clearancesplasmáticas da venlafaxina e da O-desmetilvenlafaxina diminuem aproximadamente 30-33% eas médias das semi-vidas de eliminação prolongam-se 2 vezes ou mais, comparativamente aosindivíduos normais.
As semi-vidas de eliminação da venlafaxina e da O-desmetilvenlafaxina aumentam com o graude insuficiência da função hepática. A semi-vida de eliminação aumentou aproximadamente 1,5vezes em doentes com insuficiência renal moderada e aproximadamente 2,5 vezes e 3 vezes emdoentes com estadio terminal de doença renal.
A idade e o sexo não afectam significativamente a farmacocinética da venlafaxina.
5.3- Dados de segurança pré-clínica
Estudos em animais de experiência mostraram que a DL50 da venlafaxina por via oral era de
405 mg/kg no ratinho, 336 mg/kg no rato fêmea e 673 mg/kg no rato. Estes valores equivalem a
45-90 vezes a dose máxima recomendada para o ser humano.
Os estudos efectuados com venlafaxina em ratos e ratinhos não forneceram quaisquer indícios decarcinogenicidade. A venlafaxina não se revelou mutagénica numa vasta série de ensaios in vitroe in vivo. A venlafaxina não afectou a reprodução e a fertilidade nos estudos efectuados em ratosmachos e fêmeas.
6 – INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1- Lista dos excipientes
Celulose, etilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, gelatina, óxido de ferro amarelo, óxido deferro vermelho, dióxido de titânio, e Opacode S-l-15034, vermelho (Efique XR 37,5 mg e
75 mg) ou Tek Print SB-0007P, branco (Efique XR 150 mg).
6.2- Incompatibilidades
Desconhecidas.
6.3- Prazo de validade
3 anos.
6.4- Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 30ºC.
6.5- Natureza e conteúdo do recipiente
Blister de ACLAR/PVC e folha de alumínio ou blister de PVC e folha de alumínio.
Cada embalagem de Efique XR 37,5 mg, 75 mg ou 150 mg contém 10 ou 30 cápsulas.
6.6- Instruções de utilização e manipulação
Não se aplica.
7 – TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
INTERFARMA-Produtos Químicos e Farmacêuticos, Lda.
Rua Dr. António Loureiro Borges, 2
Arquiparque – Miraflores
1495-131 ALGÉS
8 – NÚMEROS DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Efique XR 37,5 mg – Embalagem de 10 cápsulas – Registo nº 4895389
Efique XR 37,5 mg – Embalagem de 10 cápsulas – Registo nº 4895587
Efique XR 37,5 mg – Embalagem de 30 cápsulas – Registo nº 4895488
Efique XR 37,5 mg – Embalagem de 30 cápsulas – Registo nº 4895686
Efique XR 75 mg – Embalagem de 10 cápsulas – Registo nº 4733580
Efique XR 75 mg – Embalagem de 10 cápsulas – Registo nº 4733689
Efique XR 75 mg – Embalagem de 30 cápsulas – Registo nº 2571487
Efique XR 75 mg – Embalagem de 30 cápsulas – Registo nº 4273280
Efique XR 150 mg – Embalagem de 10 cápsulas – Registo nº 5417282
Efique XR 150 mg – Embalagem de 10 cápsulas – Registo nº 5417381
Efique XR 150 mg – Embalagem de 30 cápsulas – Registo nº 2571685
Efique XR 150 mg – Embalagem de 30 cápsulas – Registo nº 4273389
9 – DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Efique XR 37,5 mg
Data da Primeira Autorização de Introdução no Mercado: 22/12/2003
Efique XR 75 mg e Efique XR 150 mg
Data da Primeira Autorização de Introdução no Mercado: 28/10/1997
Data da Renovação da Autorização de Introdução no Mercado: 04/10/2002
10 – DATA DA REVISÃO DO TEXTO
10/2005