RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Efexor XR 37.5 mg cápsulas de libertação prolongada
Efexor XR 75 mg cápsulas de libertação prolongada
Efexor XR 150 mg cápsulas de libertação prolongada
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Efexor XR tem como substância activa a venlafaxina, sob a forma de cloridrato.
Efexor XR é composto por cápsulas de libertação prolongada contendo,respectivamente, 37,5 mg, 75 mg e 150 mg de venlafaxina.
A libertação do fármaco é controlada por difusão através da membrana de revestimentodas microesferas e é independente do pH.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Cápsulas de libertação prolongada.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Tratamento de episódios depressivos major.
Prevenção da recorrência de episódios depressivos major.
Tratamento da perturbação de ansiedade generalizada.
Tratamento da perturbação de ansiedade social.
Tratamento da perturbação de pânico, com ou sem agorafobia.
4.2 Posologia e modo de administração
Episódios depressivos major
A dose inicial recomendada de venlafaxina de libertação prolongada é de 75 mgadministrados uma vez por dia. Os doentes que não respondam a uma dose inicial de 75 mg/dia poderão beneficiar de aumentos da dose até uma dose máxima de 375 mg/dia. Os aumentos da dose podem ser efectuados com intervalos de 2 semanasou mais. Se justificado clinicamente pela gravidade dos sintomas, os aumentos dasdoses podem ser efectuados com intervalos mais frequentes, mas nunca inferiores a
4 dias.
Dado o risco de acontecimentos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dosedevem ser feitos apenas após avaliação clínica (ver secção 4.4). Deve ser mantida adose efectiva mais baixa.
Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente,geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliadoperiodicamente, caso a caso. Pode ser apropriado o tratamento prolongado para aprevenção da recorrência de episódios depressivos major (EDM). Na maioria dos casos,a dose recomendada na prevenção de EDM é idêntica à utilizada para tratar o episódioactual.
Deve continuar-se a utilização de medicamentos antidepressivos pelo menos seis mesesapós a remissão.
Perturbação de ansiedade generalizada
A dose inicial recomendada de venlafaxina de libertação prolongada é de 75 mg,administrados uma vez por dia. Os doentes que não respondam a uma dose inicial de
75 mg/dia poderão beneficiar de aumentos da dose até uma dose máxima de
225 mg/dia. Os aumentos da dose podem ser efectuados com intervalos deaproximadamente 2 semanas ou mais.
Dado o risco de acontecimentos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dosedevem ser feitos apenas após avaliação clínica (ver secção 4.4). Deve ser mantida adose efectiva mais baixa.
Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente,geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliado,periodicamente, caso a caso.
Perturbação de ansiedade social
A dose inicial recomendada de venlafaxina de libertação prolongada é de 75 mg,administrados uma vez por dia. Não existe evidência de que doses mais elevadaspossam conferir um benefício adicional.
Contudo, se o doente individualmente não responder a uma dose inicial de 75 mg/dia,poderão considerar-se aumentos da dose até uma dose máxima de 225 mg/dia. Osaumentos da dose podem ser efectuados com intervalos de aproximadamente 2 semanasou mais.
Dado o risco de acontecimentos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dosedevem ser feitos apenas após a avaliação clínica (ver secção 4.4). Deve ser mantida adose efectiva mais baixa.
Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente,geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliado,periodicamente, caso a caso.
Perturbação de pânico
Recomenda-se a utilização de uma dose de 37.5 mg/dia de venlafaxina de libertaçãoprolongada durante 7 dias. A dose deve então ser aumentada para 75 mg/dia. Osdoentes que não respondam a uma dose de 75 mg/dia podem beneficiar de aumentos dadose até 225 mg/dia. Os aumentos da dose podem ser efectuados com intervalos de 2semanas ou mais.
Dado o risco de acontecimentos adversos relacionados com a dose, os aumentos da dosedevem ser feitos apenas após avaliação clínica (ver secção 4.4). Deve ser mantida adose efectiva mais baixa.
Os doentes devem receber tratamento durante um período de tempo suficiente,geralmente durante vários meses ou mais. O tratamento deve ser reavaliado,periodicamente, caso a caso.
Utilização em doentes idosos
Com base apenas na idade não se consideram necessárias alterações específicas daposologia habitual de venlafaxina. Contudo, recomenda-se precaução no tratamento dosidosos (por exemplo, devido à possibilidade de compromisso renal e de alteraçõespotenciais da sensibilidade e afinidade da neurotransmissão que ocorrem com oenvelhecimento). Deve utilizar-se sempre a dose efectiva mais baixa e os doentesdevem ser cuidadosamente monitorizados quando for necessário efectuar um aumentoda dose.
Utilização em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos
Não se recomenda a utilização de venlafaxina em crianças e adolescentes.
Os estudos clínicos controlados realizados em crianças e adolescentes com perturbaçõesdepressivas major não demonstraram eficácia e os resultados não suportam a utilizaçãode venlafaxina nestes doentes (ver secções 4.4 e 4.8).
Não foi estabelecida a eficácia e a segurança de venlafaxina noutras indicações emcrianças e adolescentes com menos de 18 anos de idade.
Utilização em doentes com compromisso hepático
Nos doentes com compromisso hepático ligeiro e moderado deve, em geral considerar-
se uma redução da dose de venlafaxina de 50%. Contudo, dada a variabilidade inter-
individual observada na depuração, é desejável a individualização da dose.
Os dados de doentes com compromisso hepático grave são limitados. Recomenda-seprecaução e deve considerar-se uma redução da dose de 50% ou mais. Deve avaliar-se obenefício potencial em relação com o risco do tratamento de doentes com compromissohepático grave.
Utilização em doentes com compromisso renal
Recomenda-se precaução na utilização em doentes com uma taxa de filtraçãoglomerular (TFG) entre 30 e 70 ml/min, apesar de não ser necessário proceder a umaalteração da posologia. Nos doentes que requerem hemodiálise e em doentes comcompromisso renal grave (TFG<30 ml/min), a dose deve ser reduzida de 50%. Dada avariabilidade inter-individual na depuração nestes doentes, é desejável aindividualização da dose.
Reacções de privação observadas na descontinuação do tratamento com venlafaxina
A descontinuação abrupta do tratamento deve ser evitada. Quando o tratamento comvenlafaxina for descontinuado a dose deve ser gradualmente diminuída durante umperíodo de pelo menos uma a duas semanas, de forma a reduzir o risco de reacções deprivação (ver secções 4.4 e 4.8). Se no decurso de uma diminuição da dose, ou dadescontinuação do tratamento, ocorrerem sintomas intoleráveis deverá ser avaliada anecessidade de retomar a dose anteriormente prescrita. Subsequentemente, o médicopoderá continuar com a redução da dose, mas de forma mais gradual.
Para via oral.
Recomenda-se que a venlafaxina, cápsulas de libertação prolongada, seja tomada comalimentos, aproximadamente à mesma hora todos os dias. As cápsulas devem seringeridas inteiras com um líquido e não devem ser divididas, esmagadas, mastigadas oudissolvidas.
Os doentes que estejam a tomar venlafaxina, comprimidos de libertação imediata,podem alterar a terapêutica para venlafaxina, cápsulas de libertação prolongada, comuma dose diária equivalente mais próxima. Por exemplo, pode substituir-se venlafaxinacomprimidos de libertação imediata a 37,5 mg duas vezes por dia por cápsulas delibertação prolongada a 75 mg uma vez por dia. Pode ser necessário efectuar ajustesindividuais da dose.
As cápsulas de libertação prolongada de venlafaxina contêm esferóides que libertamlentamente o fármaco no tracto digestivo. A porção insolúvel destes esferóides éeliminada e pode observar-se nas fezes.
4.3 Contra-indicações
Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer dos excipientes.
Está contra-indicada a utilização concomitante com inibidores da monoamina-oxidase
(IMAO) irreversíveis, devido ao risco de síndrome serotoninérgica com sintomas taiscomo agitação, tremores e hipertermia. O tratamento com venlafaxina só pode iniciar-sedecorridos pelo menos 14 dias após a interrupção do tratamento com um IMAOirreversível.
Após a interrupção do tratamento com a venlafaxina devem aguardar-se no mínimo 7dias antes de se iniciar um IMAO irreversível (ver secções 4.4 e 4.5).
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Suicídio/ideação suicida ou agravamento da situação clínica
A depressão está associada ao aumento do risco de ideação suicida, auto-agressividadee suicídio (pensamentos/comportamentos relacionados com o suicídio). O riscoprevalece até que ocorra remissão significativa dos sintomas. Como durante asprimeiras semanas ou mais de tratamento pode não se verificar qualquer melhoria, osdoentes deverão ter uma vigilância mais rigorosa até que essa melhoria ocorra. Deacordo com a prática clínica, em geral o risco de suicídio pode aumentar nas fasesiniciais da recuperação.
Outros distúrbios psiquiátricos para os quais a venlafaxina é prescrita podem estarassociados ao aumento do risco de ideação/comportamentos relacionados com osuicídio. Adicionalmente, estas situações podem ser co-mórbidas com os distúrbiosdepressivos major. Consequentemente, no tratamento de doentes com outros distúrbiospsiquiátricos deverão ser tomadas as mesmas precauções que aquando da terapêutica dedoentes com distúrbios depressivos major.
Os doentes com história de pensamentos/comportamentos relacionados com o suicídioou que apresentem um grau significativo destes sintomas antes do início do tratamento,
apresentam também um maior risco de ideação suicida ou de tentativa de suicídio,devendo por este motivo ser cuidadosamente monitorizados durante o tratamento. Umameta-análise de estudos clínicos controlados com placebo em adultos com distúrbiospsiquiátricos demonstrou um aumento do risco de comportamentos relacionados com osuicídio em doentes com menos de 25 anos a tomar antidepressivos comparativamenteaos doentes a tomar placebo.
A terapêutica medicamentosa deverá ser acompanhada de uma monitorização rigorosaem particular nos doentes de maior risco especialmente na fase inicial do tratamento ouna sequência de alterações posológicas. Os doentes, e os prestadores de cuidados desaúde, devem ser alertados para a necessidade de monitorização relativamente aqualquer agravamento da sua situação clínica, pensamentos/comportamentosrelacionados com o suicídio e para procurar assistência médica imediatamente casoestes ocorram.
Utilização em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos
Efexor XR não deve ser utilizado no tratamento de crianças e adolescentes com idadeinferior a 18 anos. Foram observados com maior frequência comportamentosrelacionados com o suicídio (tentativa de suicídio e ideação suicida) e hostilidade
(predominantemente agressão, comportamento de oposição e cólera) em ensaiosclínicos com crianças e adolescentes que se encontravam a tomar antidepressivos, emcomparação com os que se encontravam a tomar placebo. Se, não obstante, com base nanecessidade clínica, a decisão de tratamento for tomada, o doente deve serrigorosamente monitorizado em relação ao aparecimento de sintomas suicidas. Nãoestão disponíveis dados de segurança a longo prazo em crianças e adolescentes no quese refere ao crescimento, à maturação e ao desenvolvimento cognitivo ecomportamental.
Síndrome serotoninérgica
Tal como com outros fármacos serotoninérgicos, durante o tratamento com avenlafaxina pode ocorrer uma síndrome serotoninérgica, uma situação potencialmentefatal, especialmente com a administração concomitante de outros fármacos, tais comoinibidores da MAO, que podem afectar os sistemas neurotransmissores serotoninérgicos
(ver secções 4.3 e 4.5).
Entre os sintomas da síndrome serotoninérgica incluem-se alterações do estado mental
(por exemplo, agitação, alucinações, coma), instabilidade do sistema autónomo (porexemplo, taquicardia, pressão arterial lábil, hipertermia), aberrações neuromusculares
(por exemplo, hiperreflexia, descordenação) e/ou sintomas gastrointestinais (porexemplo, náuseas, vómitos, diarreia).
Glaucoma de ângulo estreito
Pode ocorrer midríase relacionada com a toma de venlafaxina. Os doentes queapresentam aumento da pressão intra-ocular ou doentes com risco de glaucoma de
ângulo estreito agudo (glaucoma de ângulo fechado) devem ser cuidadosamentemonitorizados.
Pressão arterial
Foram notificados frequentemente casos de aumentos da pressão arterial relacionadoscom a dose com a venlafaxina. No período pós-comercialização foram notificadosalguns casos de pressão arterial elevada grave que requereram tratamento imediato.
Recomenda-se que todos os doentes sejam cuidadosamente monitorizadosrelativamente a pressão arterial elevada e que a hipertensão pré-existente sejacontrolada antes do início do tratamento. Deve tomar-se precaução nos doentes cujoestado de saúde possa ser comprometido pelos aumentos da pressão arterial, porexemplo doentes com insuficiência cardíaca.
Frequência cardíaca
Podem ocorrer aumentos da frequência cardíaca, principalmente com doses maiselevadas. Recomenda-se precaução nos doentes cujo estado de saúde possa sercomprometido pelo aumento da frequência cardíaca.
Doença cardíaca e risco de arritmia
A venlafaxina não foi estudada em doentes com história recente de enfarte domiocárdio ou cardiopatia instável. Assim, deve ser usada com precaução nestes doentes.
No período pós-comercialização foram notificados casos fatais de arritmias cardíacascom o utilização de venlafaxina, especialmente quando em sobredosagem. Deveconsiderar-se a relação dos benefícios e dos riscos antes de prescrever venlafaxina adoentes com risco elevado de arritmias cardíacas graves.
Convulsões
Durante o tratamento com a venlafaxina podem ocorrer convulsões. Tal como acontececom todos os antidepressivos, a venlafaxina deve ser utilizada com precaução emdoentes com antecedentes de convulsões e estes doentes devem ser monitorizadoscuidadosamente. O tratamento deve ser descontinuado em qualquer doente quedesenvolva convulsões.
Hiponatremia
Podem ocorrer casos de hiponatremia e/ou de Síndrome de Secreção Inadequada da
Hormona Antidiurética (SIADH) com a venlafaxina. Esta foi reportada com maisfrequência em doentes com depleção de volume ou desidratados. Os doentes idosos, os
doentes que tomam diuréticos e os doentes com depleção de volume por outras razões,podem estar em maior risco.
Hemorragia anómala
Os medicamentos que inibem a recaptação da serotonina podem originar uma reduçãona agregação plaquetária. O risco de hemorragia da pele e mucosas, incluíndohemorragia gastrintestinal, pode aumentar em doentes a tomar venlafaxina. Tal comoacontece com outros inibidores da recaptação da serotonina, a venlafaxina deve serusada com precaução em doentes com predisposição para hemorragias, incluindo osdoentes que tomam anticoagulantes e inibidores das plaquetas.
Colesterol sérico
Em ensaios clínicos controlados com placebo foram registados aumentos clinicamenterelevantes no colesterol sérico em 5,3% dos doentes tratados com a venlafaxina e em
0,0% dos doentes tratados com placebo durante pelo menos 3 meses. Durante otratamento prolongado a necessidade de efectuar a medição dos níveis séricos decolesterol deve ser considerada.
Co-administração com produtos para perder peso
A segurança e eficácia da terapêutica com a venlafaxina em associação com produtospara perder peso, nomeadamente a fentermina, não foram estabelecidas. Não serecomenda a administração concomitante de venlaflaxina e produtos para perder peso.
A venlaflaxina não está indicada para perder peso, quer isoladamente, quer emassociação com outros produtos.
Mania/hipomania
Numa pequena percentagem de doentes com perturbações do humor tratados comantidepressivos, incluindo a venlafaxina, pode ocorrer mania/hipomania. Tal comoacontece com outros antidepressivos, a venlafaxina deve ser usada com precaução nosdoentes com história pessoal ou familiar de perturbação bipolar.
Agressão
Num pequeno número de doentes tratados com antidepressivos, incluindo o tratamentocom a venlafaxina, pode ocorrer agressividade. Esta foi notificada durante o início, asalterações de dose, ou a descontinuação do tratamento.
Tal como acontece com outros antidepressivos, a venlafaxina deve ser utilizada comprecaução em doentes com uma história de agressividade.
Descontinuação do tratamento
Os sintomas de privação observados durante a descontinuação do tratamento sãofrequentes, em particular se a descontinuação é feita de forma abrupta (ver secção 4.8).
Nos ensaios clínicos os acontecimentos adversos observados durante a descontinuaçãodo tratamento (com redução gradual e após a redução) ocorreram em aproximadamente
31% dos doentes tratados com venlafaxina e em 17% dos doentes a tomar placebo.
O risco de ocorrência de sintomas de privação poderá depender de vários factores,incluindo a duração do tratamento, a dose administrada e a taxa de redução da dose.
Tonturas, distúrbios sensoriais (incluindo parestesia), distúrbios do sono (incluindoinsónia e sonhos intensos), agitação ou ansiedade, náuseas e/ou vómitos, tremor ecefaleia são as reacções adversas mais frequentemente notificadas. Geralmente estessintomas são de intensidade ligeira a moderada, contudo em alguns doentes podem serintensos. Estes sintomas ocorrem geralmente durante os primeiros dias dedescontinuação do tratamento, no entanto também têm sido muito raramente notificadosem doentes que inadvertidamente falharam uma toma do medicamento. Em geral estessintomas são auto-limitados e normalmente desaparecem dentro de 2 semanas, apesarde em alguns indivíduos se poderem prolongar (2-3 meses ou mais).
Consequentemente, é aconselhável a redução gradual de venlafaxina quando otratamento é descontinuado, durante um período de várias semanas ou meses, de acordocom as necessidades do doente (ver secção 4.2).
Acatísia/Agitação psicomotora
A administração de venlafaxina tem sido associada ao desenvolvimento de acatísia,caracterizada por agitação subjectivamente desconfortável e perturbadora, enecessidade de movimento, frequentemente acompanhada por incapacidade do doentese sentar ou permanecer em repouso. Esta situação é mais frequente nas primeirassemanas de tratamento. Nos doentes que desenvolvam estes sintomas o aumento dadose pode ser prejudicial.
Xerostomia
Foi notificada xerostomia em 10% dos doentes tratados com venlafaxina. Esta podeaumentar o risco de cáries e os doentes devem ser aconselhados sobre a importância demanter a higiene dentária.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Inibidores da monoamina-oxidase (IMAO)
IMAOs irreversíveis não selectivos
A venlafaxina não deve ser utilizada com IMAOs irreversíveis não selectivos. Otratamento com venlafaxina não deve iniciar-se antes de decorridos pelo menos 14 diasapós a interrupção do tratamento com um IMAO irreversível não selectivo. Deve
descontinuar-se o tratamento com a venlafaxina no mínimo 7 dias antes de se iniciar otratamento com um IMAO irreversível não selectivo (ver secções 4.3 e 4.4).
IMAOs reversíveis selectivos (moclobemida)
Não se recomenda a associação de venlafaxina com um IMAOs reversível e selectivo,tal como a moclobemida, devido ao risco de síndrome serotoninérgica. Após otratamento com um inibidor da MAO reversível, pode iniciar-se o tratamento comvenlafaxina num período de tempo mais curto do que 14 dias. Deve descontinuar-se otratamento com a venlafaxina no mínimo 7 dias antes de se iniciar o tratamento com um
IMAO reversível (ver secção 4.4).
IMAOs reversíveis, não selectivos (linezolida)
O antibiótico linezolida é um IMAOs reversível, não selectivo, fraco, e não deve serdado a doentes a receber tratamento com venlafaxina (ver secção 4.4).
Foram notificadas reacções adversas graves em doentes que interromperamrecentemente um IMAO e iniciaram a venlafaxina ou que interromperam recentementeo tratamento com a venlafaxina antes de iniciarem um IMAO. Estas reacções incluíramtremores, mioclonia, diaforese, náuseas, vómitos, rubor, tonturas e hipertermia comaspectos semelhantes aos de uma síndrome maligna induzida por neurolépticos,convulsões e morte.
Síndrome serotoninérgica
Tal como com outros agentes serotoninérgicos, durante o tratamento com a venlafaxinapode ocorrer uma síndrome serotoninérgica, especialmente com a administraçãoconcomitante de outros fármacos que possam afectar o sistema neurotransmissorserotoninérgico (incluindo triptanos, ISRSs, IRSNs, lítio, sibutramina, tramadol ouhipericão [Hypericum perforatum]), com fármacos que possam diminuir o metabolismoda serotonina (incluindo IMAOs), ou com percusores da serotonina (tal comosuplementos de triptofano).
Se a administração concomitante de venlafaxina com um ISRS, um IRSN ou comreceptores agonistas da serotonina (triptano) estiver indicada, aconselha-se a observaçãocuidadosa do doente, especialmente durante o início do tratamento e durante osaumentos da dose. A administração concomitante de venlafaxina com percursores daserotonina (tal como suplementos de triptofano) não é recomendada (ver secção 4.4).
Fármacos que actuam no SNC
O risco de administração concomitante da venlafaxina com outros fármacos que actuamno SNC não foi avaliado sistematicamente. Desta forma, deve tomar-se precauçãoquando a venlafaxina é administrada em associação com outras substâncias que actuamno SNC.
Etanol
Demonstrou-se que a venlafaxina não provoca agravamento do compromisso dascapacidades intelectuais e motoras causadas pelo etanol. Contudo, tal como com outrassubstâncias que actuam sobre o SNC, os doentes devem ser aconselhados a evitar oconsumo de álcool.
Efeitos de outros medicamentos sobre a venlafaxina
Cetoconazole (inibidor da CYP3A4)
Num estudo farmacocinético realizado com cetoconazole em indivíduosmetabolizadores extensivos (ME) e fracos (MF) de CYP2D6 observaram-se AUC maiselevadas de venlafaxina (70% e 21% em indivíduos MF e ME de CYP2D6,respectivamente) e de O-desmetilvenlafaxina (33% e 23% em indivíduos MF e ME de
CYP2D6, respectivamente) após a administração de cetoconazole. O uso concomitantede inibidores da CYP3A4 (por exemplo, atazanavir, claritromicina, indinavir,itraconazole, voriconazole, posaconazole, cetoconazole, nelfinavir, ritonavir,saquinavir, telitromicina) e venlafaxina pode aumentar os níveis de venlafaxina e
O-desmetilvenlafaxina. Deste modo, aconselha-se precaução no caso da terapêutica dodoente incluir concomitantemente um inibidor da CYP3A4 e venlafaxina.
Efeitos da venlafaxina sobre outros medicamentos
Lítio
Pode ocorrer síndrome serotoninérgica com a administração concomitante devenlafaxina e lítio (ver Síndrome serotoninérgica).
Diazepam
A venlafaxina não tem efeitos sobre a farmacocinética e a farmacodinâmica dodiazepam e do seu metabolito activo, desmetildiazepam. O diazepam não parece afectara farmacocinética, quer da venlafaxina, quer da O-desmetilvenlafaxina. Desconhece-sese existe interação farmacocinética e/ou farmacodinâmica com outras benzodiazepinas.
Imipramina
A venlafaxina não afectou a farmacocinética da imipramina e da 2-OH-imipramina.
Houve um aumento dependente da dose da AUC da 2-OH-desipramina de 2,5 a
4,5 vezes, quando se administrou uma dose diária de venlafaxina de 75 mg a 150 mg. Aimipramina não afectou a farmacocinética da venlafaxina e O-desmetilvenlafaxina.
Desconhece-se o significado clínico desta interacção. Deve tomar-se precaução com aadministração concomitante de venlafaxina e imipramina.
Haloperidol
Um estudo farmacocinético com o haloperidol demonstrou uma diminuição de 42% nadepuração oral total, aumento de 70% na AUC, aumento de 88% na Cmax, mantendo-
se inalterada a semi-vida, do haloperidol. Estes resultados devem ser tidos em
consideração em doentes a receber tratamento concomitante com haloperidol evenlafaxina concomitantemente. Desconhece-se o significado clínico desta interacção.
Risperidona
A venlafaxina provocou um aumento de 50% na AUC mas não alterousignificativamente o perfil farmacocinético de fármaco activo total (risperidona e 9-
hidroxirisperidona). Desconhece-se o significado clínico desta interacção.
Metoprolol
A administração concomitante da venlafaxina e metoprolol a voluntários saudáveis,num estudo de interacção farmacocinética entre os dois fármacos, causou um aumentodas concentrações plasmáticas do metoprolol de aproximadamente 30-40%, sem alteraras concentrações plasmáticas do seu metabolito activo, o ?-hidroximetoprolol.
Desconhece-se a relevância clínica desta observação em doentes hipertensos. Ometoprolol não alterou o perfil farmacocinético da venlafaxina ou do seu metabolitoactivo, a O-desmetilvenlafaxina. Deve ter-se precaução na administração concomitantede venlafaxina e metoprolol.
Indinavir
Um estudo farmacocinético com o indinavir demonstrou um decréscimo de 28% na
AUC e de 36% na Cmax do indinavir. O indinavir não alterou o perfil farmacocinéticoda venlafaxina ou da O-desmetilvenlafaxina. Desconhece-se o significado clínico destainteracção.
4.6 Gravidez e aleitamento
Gravidez
Não existem dados suficientes sobre a utilização de venlafaxina em mulheres grávidas.
Os estudos em animais revelaram toxicidade reprodutiva (ver secção 5.3). Desconhece-
se o risco potencial para o ser humano. A venlafaxina só deve ser administrada amulheres grávidas se os benefícios esperados superam qualquer risco possível.
Tal como com outros inibidores da recaptação da serotonina (ISRSs/IRSNs), se avenlafaxina for utilizada até, ou pouco tempo antes, do nascimento, deverá considerar-
se a possibilidade de ocorrerem efeitos de privação no recém-nascido. Alguns recém-
nascidos expostos à venlafaxina no final do terceiro trimestre de gravidez apresentaramcomplicações que requereram alimentação através de sonda, suporte ventilatório ouhospitalização prolongada. Tais complicações podem surgir imediatamente após oparto.
Podem observar-se os seguintes sintomas nos recém-nascidos se a mãe tomou um
ISRS/IRSN no final da gravidez: irritabilidade, tremores, hipotonia, choro persistente,dificuldade na amamentação e em dormir. Estes sintomas podem dever-se, quer a
efeitos serotoninérgicos, quer a sintomatologia relacionada com a exposição. Namaioria dos casos estas complicações observam-se imediatamente ou dentro de
24 horas após o parto.
Aleitamento
A venlafaxina e o seu metabolito activo O-desmetilvenlafaxina são excretados no leitematerno. Não pode excluir-se um risco para a criança amamentada. Assim, deveoptar-se por continuar/descontinuar o aleitamento ou por continuar/descontinuar aterapêutica com Efexor XR, tendo em consideração os benefícios do aleitamentomaterno para a criança e os benefícios da terapêutica com Efexor XR para a mulher.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Qualquer psicofármaco pode perturbar o raciocínio, o pensamento ou as capacidadesmotoras. Assim, qualquer doente a receber tratamento com venlafaxina deve serprevenido relativamente à sua capacidade de condução e de trabalho com máquinasperigosas.
4.8 Efeitos indesejáveis
Os efeitos indesejáveis notificados mais frequentemente (1/10) em estudos clínicosforam náuseas, xerostomia, cefaleias e sudação (incluindo suores nocturnos)
Os efeitos indesejáveis são apresentados abaixo por classe de sistema de órgãos efrequência de ocorrência.
As frequências foram definidas como: muito frequentes (?1/10), frequentes (?1/100,
<1/10), pouco frequentes (?1/1.000, <1/100), raros (?1/10.000, <1/1.000),desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis).
Sistema
Muito
Frequentes Pouco
Raros Frequência
Corporal
frequentes
frequentes
desconhecida
Hematológ
Equimoses,
Hemorragia
das
ico/
Hemorragia
membranas
Linfático
gastrointestina
mucosas,
l
Aumento dotempo dehemorragia,
Trombocitopenia
Discrasiassanguíneas
(incluindoagranulocitose,anemia aplástica,neutropenia epancitopenia),
Metabólic
Aumento
do
Ganho de peso
Resultados dos
o/
colesterol
testes da função
Nutriciona
sérico, perda de
hepática
l
peso
anómalos,
Hiponatremia,
Hepatite,
Síndrome dasecreçãoinadequada dehormonaantidiurética
(SIADH),
Aumento daprolactina
Sistema
Muito
Frequentes Pouco
Raros Frequência
Corporal
frequentes
frequentes
desconhecida
Nervoso Xerostomia Sonhos
Apatia,
Acatí
Síndrome
(10,0%),
anómalos,
Alucinações,
sia/
neuroléptica
Cefaleias
Diminuição da
Mioclonia,
Agita
maligna (SNM),
(30,3%)*
líbido,
Agitação,
ção
Síndrome
Tonturas,
Perturbações
psico
serotoninérgica,
Aumento do
da
moto-
Delírio,
tónus muscular
coordenação e
ra,
Reacções
(hipertonia),
do equilíbrio
Conv
extrapiramidais
Insónia,
ulsões
(incluindo
Nervosismo,
,
distonia e
Parestesia,
Reacç
disquinesia),
Sedação,
ão
Disquinesia
Tremores,
manía
tardia,
Confusão,
ca
Ideação/
Despersonalisa-
comportamento
ção
suicida**
Órgãos
Anomalias
de
Alteração do
Glaucoma
de
dos
acomodação,
paladar,
ângulo fechado
sentidos
Midríase,
Acufeno
Alterações
visuais
Cardiovasc
Hipertensão,
Hipotensão
Hipotensão,
ular
vasodilatação
postural,
Prolongamento
(geralmente
Síncope,
do intervalo QT,
afrontamentos/
Taquicardia
Fibrilhação
rubor),
ventricular,
Palpitações
Taquicardiaventricular
(incluindotorsade depointes)
Respiratóri
Bocejos
Eosinofilia
o
pulmonar
Digestivo Náuseas
Diminuição do
Bruxismo,
Pancreatite
(20,0%)
apetite
Diarreia
(anorexia),
Obstipação,
Vómitos
Sistema
Muito
Frequentes Pouco
Raros Frequência
Corporal
frequentes
frequentes
desconhecida
Pele Sudação Erupção
Eritema
(incluindo
cutânea,
multiforme,
suores
alopécia
Necrólise
nocturnos)
epidérmica
[12,2%]
tóxica, Síndromede Stevens-
Johnson, Pruridoe Urticária
Musculo-
Rabdomiólise
esquelético
Urogenital
Ejaculação/
Orgasmo
orgasmo
anómalo
anómalos
(mulheres),
(homens),
Retenção
Anorgasmia,
urinária
Disfunção
eréctil
(impotência),
Alterações damicção
(geralmentehesitação),
Perturbaçõesmenstruaisassociadas aaumento dahemorragia ouhemorragiaaumentada eirregular (porex.: menorragia,metrorragia),
Polaquiúria
Perturbaçõ
Astenia
(fadiga)
Reacções de
Anafilaxia
es gerais
calafrios
fotossensibilid
ade
* Num conjunto de ensaios clínicos, a incidência de cefaleias foi de 30,3% com avenlafaxina versus 31,3% com placebo.
** Foram notificados casos de ideação/comportamento suicida durante o tratamentocom venlafaxina ou imediatamente após a sua descontinuação (ver secção 4.4).
A descontinuação de venlafaxina (em particular quando é feita de forma abrupta) estáfrequentemente associada a sintomas de privação. Tonturas, distúrbios sensoriais
(incluindo parestesias), distúrbios do sono (incluindo insónia e sonhos intensos),agitação ou ansiedade, náuseas e/ou vómitos, tremor, cefaleias, e síndrome gripal são asreacções mais frequentemente notificadas. Geralmente estes sintomas são deintensidade ligeira a moderada e são auto-limitados, contudo em alguns doentes podemser intensos e/ou prolongados. Consequentemente, quando o tratamento comvenlafaxina deixar de ser necessário é aconselhável que se proceda à suadescontinuação de forma gradual através do escalonamento de doses (ver secções 4.2 e
4.4).
Doentes Pediátricos
De um modo geral, o perfil de reacções adversas da venlafaxina (em ensaios clínicoscontrolados com placebo) em crianças e adolescentes (entre os 6 e os 17 anos de idade)foi idêntico ao observado nos adultos. Tal como nos adultos, observou-se diminuição doapetite, perda de peso, aumento da pressão arterial e aumento do colesterol sérico (versecção 4.4).
Em ensaios clínicos em pediatria foi observado a reacção adversa de ideacção suicida.
Houve também um aumento de notificações de hostilidade e, principalmente naperturbação depressiva major, de auto-flagelação.
Em particular observaram-se as seguintes reacções adversas nos doentes pediátricos:dor abdominal, agitação, dispepsia, equimose, epistaxis e mialgia.
4.9 Sobredosagem
Na experiência pós-comercialização, foi notificada sobredosagem com a venlafaxina,na maioria dos casos em associação com álcool e/ou outras substâncias. Osacontecimentos relatados mais frequentes em casos de sobredosagem incluemtaquicardia, alterações do estado de consciência (desde sonolência a coma), midríase,convulsões e vómitos. Outros acontecimentos notificados incluíram alteraçõeselectrocardiográficas (por exemplo, prolongamento do intervalo QT, bloqueio de ramo,prolongamento QRS), taquicardia ventricular, bradicardia, hipotensão, vertigens emorte.
Estudos retrospectivos publicados referem que a sobredosagem com venlafaxina podeestar associada a um aumento do risco de resultados fatais comparativamente aoobservado com antidepressivos ISRSs, mas inferior ao observado com antidepressivostricíclicos. Estudos epidemiológicos mostraram que doentes tratados com venlafaxinatêm mais factores de risco de suicídio comparativamente aos doentes tratados com
ISRSs. Não se encontra ainda esclarecido se o aumento observado de risco deresultados fatais pode ser atribuído à toxicidade da venlafaxina nos casos desobredosagem ou a algumas características dos próprios doentes. Deverá ser prescrita amenor dose de venlafaxina, consistente com o controlo adequado do doente, a fim dereduzir o risco de sobredosagem.
Tratamento recomendado
Recomenda-se que sejam tomadas as medidas gerais de suporte e sintomáticas; deverãoser monitorizados o ritmo cardíaco e os sinais vitais. No caso de existir um risco deaspiração, não se recomenda a indução do vómito. A lavagem gástrica está indicadaquando puder ser efectuada pouco tempo após a ingestão ou em doentes sintomáticos. Aadministração de carvão activado pode igualmente limitar a absorção da substânciaactiva. Não se prevê que a diurese forçada, diálise, hemoperfusão ou transfusão sejambenéficas. Não se conhecem antídotos específicos da venlafaxina.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 2.9.3 Antidepressores – Código ATC: N06A X16.
Pensa-se que o mecanismo da actividade antidepressiva da venlafaxina em sereshumanos está relacionado com a potenciação da actividade neurotransmissora nosistema nervoso central. Os estudos pré-clínicos demonstraram que a venlafaxina e oseu metabolito principal, a O-desmetilvenlafaxina (ODV), são inibidores da recaptaçãoneuronal da serotonina e da noradrenalina. A venlafaxina é também um inibidor fracoda recaptação da dopamina. A venlafaxina e o seu metabolito activo reduzem a resposta
?-adrenérgica, quer após a administração aguda (dose única), quer crónica. Avenlafaxina e a ODV são muito semelhantes relativamente à actividade global sobre arecaptação neurotransmissora e ligação aos receptores.
A venlafaxina não tem afinidade significativa para os receptores muscarínicos,colinérgicos, histaminérgicos-H1 ou ?1-adrenérgicos de cérebro de rato in vitro. Aactividade farmacológica a nível destes receptores pode estar relacionada com aocorrência de vários efeitos secundários observados com outros medicamentosantidepressivos, tais como efeitos secundários anticolinérgicos, sedativos ecardiovasculares.
A venlafaxina não possui actividade inibitória da monoamina oxidase (MAO).
Estudos in vitro revelaram que a venlafaxina não tem afinidade significativa para osreceptores sensíveis aos opiáceos ou benzodiazepinas.
Episódios Depressivos Major
A eficácia de venlafaxina de libertação imediata no tratamento de episódios depressivosmajor foi estabelecida em cinco estudos de curta duração, de distribuição aleatória,efectuados sob dupla ocultação e controlados com placebo, realizados num período de 4
a 6 semanas, com doses até 375 mg/dia. A eficácia de venlafaxina de libertaçãoprolongada, no tratamento de episódios depressivos major foi estabelecida em doisestudos controlados com placebo, de curta duração, realizados num período de 8 e
12 semanas, que incluíram doses entre 75 a 225 mg/dia.
Num estudo de duração prolongada os adultos em ambulatório, que responderam aotratamento com venlafaxina de libertação prolongada (75, 150, ou 225 mg) durante 8semanas, sem ocultação, foram distribuídos aleatoriamente para continuar a receber amesma dose de venlafaxina de libertação prolongada ou placebo, durante um período de
26 semanas, para observação de recaídas.
Num segundo estudo de duração prolongada, a eficácia da venlafaxina na prevenção deepisódios depressivos recorrentes durante um período de 12 meses foi estabelecida numestudo clínico, controlado com placebo e sob dupla ocultação, realizado em adultos emambulatório que apresentaram episódios depressivos major recorrentes e que tinham,anteriormente, respondido ao tratamento com venlafaxina (100 a 200 mg/dia, numesquema posológico de duas vezes por dia) no último episódio de depressão.
Perturbação de ansiedade generalizada
A eficácia de venlafaxina cápsulas de libertação prolongada no tratamento daperturbação de ansiedade generalizada (PAG) foi estabelecida em dois estudos de
8 semanas controlados com placebo, com uma dose constante (75 a 225 mg/dia), umestudo com a duração de 6 meses, controlado com placebo, com uma dose constante (75a 225 mg/dia), e um estudo com a duração de 6 meses, controlado com placebo, comuma dose variável (37.5, 75, e 150 mg/dia) em doentes adultos em ambulatório.
Apesar de haver, também, evidência de superioridade sobre o placebo da dose de
37.5 mg/dia, esta dose não foi tão consistentemente efectiva quanto as doses maiselevadas.
Perturbação de Ansiedade Social
A eficácia de venlafaxina cápsulas de libertação prolongada no tratamento daperturbação de ansiedade social foi estabelecida em quatro ensaios efectuados sob duplaocultação, de grupos paralelos, com a duração de 12 semanas, multicêntricos,controlados com placebo, de doses variáveis e um estudo efectuado sob duplaocultação, de grupos paralelos, com a duração de 6 meses, controlado com placebo, dedoses fixas/variáveis em doentes adultos em ambulatório. Os doentes foram tratadoscom doses entre 75-225 mg/dia. Não houve qualquer evidência de maior efectividadeno grupo que recebeu 150 a 225 mg/dia comparativamente com o grupo que recebeu
75 mg/dia no estudo com a duração de 6 meses.
Perturbação de pânico
A eficácia de venlafaxina cápsulas de libertação prolongada no tratamento daperturbação de pânico foi estabelecida em dois ensaios efectuados sob dupla ocultação,com a duração de 12 semanas, multicêntricos, controlados com placebo, em doentesadultos em ambulatório que sofriam de perturbação de pânico, com ou sem agorafobia.
Nos estudos na perturbação de pânico a dose inicial foi de 37.5 mg/dia durante 7 dias.
Seguidamente, os doentes receberam doses fixas de 75 ou 150 mg/dia num dos estudose 75 ou 225 mg/dia no outro estudo.
A eficácia foi também estabelecida num estudo de longo prazo, efectuado sob duplaocultação, controlado com placebo, de grupos paralelos, que avaliou a segurança delongo prazo, a eficácia e a prevenção de recaídas em doentes adultos em ambulatórioque responderam ao tratamento em estudo aberto. Os doentes continuaram a receber amesma dose de venlafaxina de libertação prolongada que tinham tomado durante a fasesem ocultação (75, 150 ou 225 mg).
5.2 Propriedades farmacocinéticas
A venlafaxina é extensivamente metabolisada, principalmente no metabolito activo
O-desmetilvenlafaxina (ODV). As médias ± desvios padrão das semi-vidas plasmáticasda venlafaxina e ODV são, respectivamente, 5 ± 2 horas e 11 ± 2 horas. Asconcentrações de venlafaxina e ODV no estado estacionário são atingidas após 3 diasde tratamento com doses múltiplas por via oral. A venlafaxina e ODV apresentam umacinética linear num intervalo de doses entre 75 mg e 450 mg/dia.
Absorção
Após administração oral de doses únicas de venlafaxina de libertação imediata, pelomenos 92% da venlafaxina é absorvida. A biodisponibilidade absoluta é de 40 a 45%,devido a metabolismo pré-sistémico. Após a administração de venlafaxina de libertaçãoimediata atingem-se as concentrações máximas de venlafaxina e ODV no plasma ao fimde 2 e 3 horas, respectivamente. Após a administração de venlafaxina em cápsulas delibertação prolongada, as concentrações plasmáticas máximas de venlafaxina e ODVatingem-se após 5,5 e 9 horas, respectivamente. Quando doses diárias equivalentes sãoadministradas, quer sob a forma de comprimido de libertação imediata, quer comocápsula de libertação prolongada, a cápsula de libertação prolongada proporciona umataxa mais baixa de absorção, mas a mesma extensão de absorção, comparativamentecom o comprimido de libertação imediata. Os alimentos não afectam abiodisponibilidade da venlafaxina e ODV.
Distribuição
A venlafaxina e a ODV ligam-se minimamente às proteínas plasmáticas emconcentrações terapêuticas (27% e 30%, respectivamente). O volume de distribuição davenlafaxina no estado estacionário, após administração intravenosa, é de 4,4 + 1,6 l/kg.
Metabolismo
A venlafaxina sofre um extenso metabolismo hepático. Estudos in vitro e in vivoindicam que a venlafaxina sofre biotransformação no seu principal metabolito activo, a
ODV, pela CYP2D6. Estudos in vitro e in vivo indicam que a venlafaxina émetabolizada em N-desmetilvenlafaxina, um metabolito menor e menos activo, pela
CYP3A4. Estudos in vitro e in vivo indicam que a venlafaxina é um inibidor fraco da
CYP2D6. A venlafaxina não inibiu a CYP1A2, a CYP2C9, ou a CYP3A4.
Eliminação
A venlafaxina e os seus metabolitos são excretados principalmente pelo rim.
Aproximadamente 87% de uma dose de venlafaxina é recuperada na urina após 48horas, sob as formas de venlafaxina inalterada (5%), ODV não conjugada (29%), ODVconjugada (26%) e outros metabolitos menores inactivos (27%). As médias ± desviospadrão das depurações no estado estacionário, de venlafaxina e ODV são
1,3 ± 0,6 l/h/kg e 0,4 ± 0,2 l/h/kg, respectivamente.
Populações especiais
Idade e género
A idade e o género não afectam significativamente a farmacocinética da venlafaxina e
ODV.
Metabilizadores extensivos e fracos da CYP2D6
As concentrações plasmáticas de venlafaxina são mais elevadas nos metabolizadoresfracos da CYP2D6 do que nos que apresentam actividade elevada. Uma vez que aexposição total (AUC) à venlafaxina e ODV é semelhante, tanto nos metabolizadoresfracos como nos extensivos, não são necessários regimes posológicos diferentes devenlafaxina nestes dois grupos de indivíduos.
Doentes com compromisso hepático
Em indivíduos Child-Pugh A (alterações ligeiras da função hepática) e Child-Pugh B
(alterações moderadas da função hepática), as semi-vidas da venlafaxina e ODVaumentaram comparativamente com as de indivíduos normais. A depuração oral davenlafaxina e ODV diminuiu. Observou-se um elevado grau de variabilidadeinterindividual. Os dados de doentes com compromisso hepático grave são limitados
(ver secção 4.2).
Doentes com compromisso renal
Em doentes dialisados, a semi-vida de eliminação da venlafaxina aumentou cerca de
180% e a depuração diminuiu cerca de 57%, comparativamente com indivíduosnormais, enquanto que a semi-vida de eliminação da ODV aumentou cerca de 142% e adepuração diminuiu cerca de 56%. É necessário ajustar as doses em doentes comcompromisso renal grave e em doentes que requerem hemodiálise (ver secção 4.2)
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Os estudos efectuados com venlafaxina em ratos e ratinhos não revelam quaisquerindícios de carcinogenicidade. A venlafaxina não se revelou mutagénica numa vastasérie de ensaios in vitro e in vivo.
Os estudos em animais sobre toxicidade reprodutiva revelaram nos ratos umadiminuição do peso das crias, um aumento no número de nados-mortos e um aumentode mortes das crias durante os primeiros 5 dias de aleitamento. Desconhece-se a causadestas mortes. Estes efeitos ocorreram com as doses de 30 mg/kg/dia, 4 vezes a dosediária de 375 mg de venlafaxina em seres humanos (com base em mg/kg). A dose semefeito relativamente a estes achados foi de 1,3 vezes a dose utilizada em seres humanos.
Desconhece-se o risco potencial para os seres humanos.
Observou-se uma redução da fertilidade num estudo em que tanto os machos como asfêmeas foram expostos a ODV. Esta exposição foi 1 a 2 vezes a exposição humanaobservada com a dose de venlafaxina de 375 mg/dia. Desconhece-se a relevância desteachado para os seres humanos.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Efexor XR 37,5 mg:
Grânulos: celulose microcristalina, etilcelulose (E462), hidroxipropilmetilcelulose.
Cápsula: gelatina, óxido de ferro amarelo (E172), óxido de ferro vermelho (E172),
óxido de ferro negro (E172), dióxido de titânio (E171) e tinta de impressão vermelhacontendo goma laca, óxido de ferro vermelho (E172), álcool n-butílico, álcoolisopropílico, propilenoglicol, hidróxido de amónio e simeticone.
Efexor XR 75 mg:
Grânulos: celulose microcristalina, etilcelulose (E462) e hidroxipropilmetilcelulose.
Cápsula: gelatina, óxido de ferro amarelo (E172), óxido de ferro vermelho (E172),dióxido de titânio (E171) e tinta de impressão vermelha contendo goma laca, óxido deferro vermelho (E172), álcool n-butílico, álcool isopropílico, propilenoglicol, hidróxidode amónio e simeticone.
Efexor XR 150 mg:
Grânulos: celulose microcristalina, etilcelulose (E462) e hidroxipropilmetilcelulose.
Cápsula: gelatina, óxido de ferro amarelo (E172), óxido de ferro vermelho (E172),dióxido de titânio (E171) e tinta de impressão branca contendo goma laca, álcooletílico, álcool isopropílico, álcool n-butílico, propilenoglicol, hidróxido de sódio,polivinilpirrolidona e dióxido de titânio (E171).
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 30ºC.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blister de ACLAR/PVC e folha de Alumínio ou blister de PVC e folha de Alumínio.
Cada embalagem de Efexor XR 37,5 mg e 75 mg contém 10 ou 30 cápsulas delibertação prolongada.
Cada embalagem de Efexor XR 150 mg contém 10, 14 ou 30 cápsulas de libertaçãoprolongada.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Wyeth Lederle Portugal (Farma), Lda.
Rua Dr. António Loureiro Borges, 2
Arquiparque – Miraflores
1495-131 ALGÉS
Tel: 21 412 82 00
Fax: 21 412 01 11e-mail: wyeth-portugal@wyeth.com
8. NÚMERO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Efexor XR 37,5 mg
Nº Registo: 4894986 – 10 cápsulas de libertação prolongada, 37,5 mg, blister
ACLAR/PVC/Alumínio.
Nº Registo: 4895181 – 10 cápsulas de libertação prolongada, 37,5 mg, blister
PVC/Alumínio.
Nº Registo: 4895082 – 30 cápsulas de libertação prolongada, 37,5 mg, blister
ACLAR/PVC/Alumínio.
Nº Registo: 4895280 – 30 cápsulas de libertação prolongada, 37,5 mg, blister
PVC/Alumínio.
Efexor XR 75 mg
Nº Registo: 4499984 – 10 cápsulas de libertação prolongada, 75 mg, blister
ACLAR/Alumínio.
Nº Registo: 4499885 – 10 cápsulas de libertação prolongada, 75 mg, blister,
PVC/Alumínio.
Nº Registo: 2571883 – 30 cápsulas de libertação prolongada, 75 mg, blister,
ACLAR/Alumínio.
Nº Registo: 4273082 – 30 cápsulas de libertação prolongada, 75 mg, blister
PVC/Alumínio.
Efexor XR 150 mg
Nº Registo: 5417084 – 10 cápsulas de libertação prolongada, 150 mg, blister
ACLAR/Alumínio.
Nº Registo: 5417183 – 10 cápsulas de libertação prolongada, 150 mg, blister
PVC/Alumínio.
Nº Registo: 5770797 – 14 cápsulas de libertação prolongada, 150 mg, blister
ACLAR/Alumínio.
Nº Registo: 5770698 – 14 cápsulas de libertação prolongada, 150 mg, blister
PVC/Alumínio.
Nº Registo: 2572089 – 30 cápsulas de libertação prolongada, 150 mg, blister
ACLAR/Alumínio.
Nº Registo: 4273181 – 30 cápsulas de libertação prolongada, 150 mg, blister
PVC/Alumínio.
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Efexor XR 37,5 mg
Data da primeira autorização: 22 de Dezembro de 2003
Efexor XR 75 mg e Efexor XR 150 mg
Data da primeira autorização: 28 de Outubro de 1997
Data da última renovação: 04 de Outubro de 2002