RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
DYSPORT 500 U pó para solução injectável
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Toxina botulínica A: 500 U*/frasco
* Qualquer referência a este medicamento em nanogramas na literatura ou noutro documentopoderá ser facilmente convertida em unidades pela fórmula 1 ng < > 40 unidades.
Excipientes: Lactose ? 2,5 mg
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Pó para solução injectável.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
O DYSPORT está indicado no tratamento do blefarospasmo, espasmo hemifacial, torcicoloespasmódico e espasticidade do braço pós-AVC em adultos e para o tratamento da deformidade dopé equino dinâmico devida a espasticidade em doentes com paralisia cerebral infantil com idadeigual ou superior a dois anos.
O DYSPORT está também indicado para o tratamento sintomático da hiperhidrose axilar (sudaçãoexcessiva).
4.2 Posologia e modo de administração
As unidades de DYSPORT são específicas para este medicamento e não se aplicam a outraspreparações de toxina botulínica A.
O DYSPORT deverá apenas ser administrado por médicos com a devida formação.
A parte central da tampa de borracha deve ser limpa com álcool imediatamente antes de perfurar osepto. Deve-se utilizar uma agulha de calibre 23 ou 25.
Blefarospasmo e espasmo hemifacial
Posologia
Adultos e idosos: Num ensaio clínico de definição de dose sobre o uso de DYSPORT notratamento do blefarospasmo essencial benigno, uma dose de 40 unidades por olho foisignificativamente eficaz. Uma dose de 80 unidades por olho resultou num efeito mais duradouro.
Assim, se se optar por uma dose de 40 unidades por olho para o tratamento inicial, o doente podebeneficiar de uma dose de 80 unidades por olho em tratamentos posteriores caso de pretenda umamaior duração do efeito.
Uma dose de 10 unidades (0,05 ml) deverá ser aplicada medianamente, e de 10 unidades (0,05 ml)lateralmente, na união entre as porções orbitais e pré-septal dos músculos orbiculares daspálpebras superior (3 e 4) e inferior (5 e 6) de cada olho.
Para se reduzir o risco de ptose, devem-se evitar injecções perto do músculo elevador da pálpebrasuperior.
Na pálpebra superior, a agulha deve ser dirigida na direcção oposta ao centro para evitar atingir omúsculo elevador das pálpebras.
O alívio dos sintomas manifesta-se geralmente nos dois a quatro dias seguintes à aplicação dofármaco, com um efeito máximo durante as duas semanas subsequentes.
As injecções deverão ser repetidas aproximadamente de doze em doze semanas ou conformenecessário para evitar a recorrência dos sintomas, mas nunca com uma frequência inferior a dozesemanas. Nestas administrações subsequentes, caso a resposta ao tratamento inicial sejaconsiderada insuficiente, poderá haver necessidade de aumentar a dose por olho para 60 U: 10unidades (0,05 ml) na zona mediana e 20 unidades (0,1 ml) lateralmente, 80 unidades: 20 unidades
(0,1 ml) na zona mediana e 20 unidades (0,1 ml) lateralmente ou até 120 unidades: 20 unidades
(0,1 ml) na zona mediana e 40 unidades (0,2 ml) lateralmente acima e abaixo de cada olho, domodo anteriormente descrito. Podem também ser injectados locais adicionais no músculo frontalacima da sombracelha (1 e 2) caso os espasmos interfiram com a visão.
Nos casos de blefarospasmo unilateral, as aplicações dever-se-ão restringir unicamente ao olhoafectado.
Os doentes com espasmo hemifacial deverão ser tratados como indicado para o blefarospasmounilateral.
As doses recomendadas são aplicáveis a adultos de todas as idades, incluindo os idosos.
No tratamento do blefarospasmo e do espasmo hemifacial, a dose máxima não deve exceder as
120 unidades por olho.
Crianças: Não foi demonstrada a eficácia e a segurança do tratamento do blefarospasmo e doespasmo hemifacial com DYSPORT em crianças.
Modo de Administração: Reconstituir o DYSPORT com 2,5 ml de uma solução de cloreto desódio para injectáveis (0,9% p/v) à temperatura ambiente e agitar suavemente até dissoluçãocompleta do conteúdo. A solução resultante é incolor, contendo 200 U/ml de DYSPORT. Aadministração deve ser feita por via subcutânea medianamente e lateralmente na união entre asporções orbitais e pré-septal dos músculos orbiculares das pálpebras superior e inferior.
Torcicolo espasmódico
Posologia:
Adultos e idosos: As doses recomendadas para o torcicolo são aplicáveis a adultos de todas asidades, desde que tenham um peso normal, sem evidência de reduzida massa muscular no pescoço.
Pode ser apropriada uma dose reduzida caso o doente esteja bastante abaixo do peso normal ou emidosos, onde pode haver redução de massa muscular.
A dose inicial recomendada para o tratamento do torcicolo espasmódico é de 500 U por doente,administradas de forma dividida nos dois ou três músculos mais activos do pescoço.
No torcicolo rotacional, as 500 U devem ser distribuídas administrando 350 U no músculoesplénio da cabeça, ipsilateral à direcção da rotação do queixo/cabeça e 150 U no músculoesternocleidomastoideu, contralateral à rotação.
No laterocolis, distribuir as 500 U administrando 350 U no músculo esplénio da cabeça ipsilaterale 150 U no esternocleidomastoideu ipsilateral. Nos casos associados a elevação do ombro, podeser igualmente necessário tratar o trapézio ou o angular da omoplata ipsilateral, conforme sejavisível hipertrofia muscular ou achados electromiográficos (EMG). Caso seja necessário injectartrês músculos, distribuir as 500 U da seguinte forma: 300 U no esplénio da cabeça, 100 U noesternomastoideu e 100 U no terceiro músculo.
No retrocolis, distribuir as 500 U administrando 250 U em cada um dos esplénios da cabeça. Istopode ser seguido por injecções bilaterais nos trapézios (até 250 U por músculo) após 6 semanas,caso haja uma resposta insuficiente. As injecções bilaterais nos esplénios podem aumentar o riscode fraqueza dos músculos do pescoço.
O tratamento de todas as outras formas de torcicolo depende altamente de conhecimentosespecializados e de um EMG, de modo a identificar e tratar os músculos mais activos. O EMGdeve ser utilizado para diagnosticar todas as formas de torcicolo complexas, para reavaliação apósinjecções sem sucesso em casos não complexos e para guiar injecções nos músculos maisprofundos ou em doentes com excesso de peso que possuam músculos do pescoço poucopalpáveis.
Em administrações subsequentes, as doses podem ser ajustadas conforme a resposta clínica e osefeitos secundários observados. Recomendam-se doses dentro do intervalo de 250-1000 U, apesardas doses superiores poderem ser acompanhadas por um aumento dos efeitos secundários,principalmente de disfagia. Doses acima de 1000 U não são recomendadas.
A segunda administração de DYSPORT não deve ser efectuada enquanto persistir atrofia muscularresidual ou flacidez dos músculos do pescoço resultantes da primeira administração. Em caso deatrofia dos músculos cervicais, a dose indicada deve ser reduzida e adaptada individualmente, deacordo com a resposta obtida.
Espera-se um alívio dos sintomas do torcicolo uma semana após a injecção. As injecções devemser repetidas aproximadamente de doze em doze semanas ou conforme necessário para evitar arecorrência dos sintomas.
Crianças: Não foi demonstrada a eficácia e a segurança do tratamento do torcicolo espasmódicocom DYSPORT em crianças.
Modo de Administração: Reconstituir o DYSPORT com 1 ml de uma solução de cloreto de sódiopara injectáveis (0,9% p/v) à temperatura ambiente e agitar suavemente até dissolução completa doconteúdo. A solução resultante é incolor, contendo 500 U/ml de DYSPORT. A administração deveser feita por via intramuscular.
Espasticidade do braço pós-AVC em adultos
Posologia:
A dose recomendada é de 1000 U, distribuídas ao longo dos seguintes cinco músculos: flexorcomum profundo dos dedos (FDP), flexor comum superficial dos dedos (FDS), cubital anterior
(FCU), grande palmar (FCR) e bicípite braquial (BB). Os locais de injecção devem ser guiadospelos locais padrão utilizados para electromiografia, apesar da localização real do local a ser
injectado ser determinada por palpação. Todos os músculos, com excepção do bicípite braquial,deverão ser injectados num local, enquanto que os bicípites deverão ser injectados em dois locais.
A distribuição recomendada da dose é a seguinte:
BB (unidades): 300-400
FDP (unidades): 150
FDS (unidades): 150-250
FCU (unidades): 150
FCR (unidades): 150
Dose Total (unidades): 1.000
A dose inicial deve ser diminuída se houver sinais que sugiram que esta dose possa originar umafraqueza excessiva dos músculos-alvo, tais como em doentes com músculos pequenos, em que omúsculo BB não deverá ser injectado ou em doentes que vão receber injecções múltiplas.
Esperam-se melhorias clínicas duas semanas após a injecção. As injecções podem ser repetidascerca de cada 16 semanas ou conforme necessário, de forma a se manter a resposta, mas comfrequência não superior a cada 12 semanas.
Crianças: Não foi demonstrada a eficácia e a segurança do tratamento da espasticidade do braçocom DYSPORT em crianças.
Modo de Administração: Reconstituir o DYSPORT com 1 ml de uma solução de cloreto de sódiopara injectáveis (0,9% p/v) à temperatura ambiente e agitar suavemente até dissolução completa doconteúdo. A solução resultante é incolor, contendo 500 U/ml de DYSPORT. A administração deveser feita por via intramuscular nos cinco músculos indicados anteriormente.
Espasticidade na paralisia cerebral infantil
Posologia:
A dose inicial recomendada é de 20 U/kg de peso corporal divididas entre os músculos de ambasas regiões posteriores das pernas. Se só um dos músculos estiver afectado, deve-se utilizar umadose de 10 U/kg de peso corporal. A dose inicial deve ser diminuída se houver sinais que sugiramque esta dose possa originar uma fraqueza excessiva dos músculos-alvo, tais como em doentescom músculos pequenos ou em doentes que vão receber injecções múltiplas. Após avaliação daresposta à dose inicial, o tratamento posterior deve ser titulado dentro do intervalo de 10 a 30
U/kg, divididas entre ambas as pernas. A administração deve ser dirigida principalmente para osgémeos, apesar de se poderem também considerar injecções no solhar e no tibial posterior. A dosemáxima administrada não deve ultrapassar as 1000 U/doente.
A utilização de electromiografia (EMG) não é uma prática clínica de rotina, mas pode ajudar aidentificar os músculos mais activos.
Esperam-se melhorias clínicas duas semanas após a injecção. As injecções devem ser repetidasaproximadamente cada 16 semanas ou conforme necessário de forma a ser evitada a recorrênciados sintomas, mas com uma frequência não superior a cada 12 semanas.
Modo de Administração: Reconstituir o DYSPORT com 1 ml de uma solução de cloreto de sódiopara injectáveis (0,9% p/v) à temperatura ambiente e agitar suavemente até dissolução completa doconteúdo. A solução resultante é incolor, contendo 500 U/ml de DYSPORT. A administração deveser feita por via intramuscular nos músculos da região posterior da perna.
Hiperhidrose axilar
Posologia:
Adultos e idosos: A dose a dose inicial recomendada é de 100 U por axila. Se não se obtiver oefeito pretendido, podem ser administradas até 200 U por axila em injecções posteriores. A área aser injectada deve ser previamente determinada através do teste de iodo-amido. Devem-se limpar edesinfectar ambas as axilas, injectando-se depois por via intradérmica 100 U por axila, distribuídaspor dez locais, ou seja 10 U por cada um. O efeito máximo deve observar-se às duas semanas apósa injecção. Na maior parte dos casos, a dose recomendada conseguirá suprimir a secreção de suordurante cerca de 48 semanas. As injecções seguintes deverão ser administradas de formaindividual, após retorno da secreção de suor ao normal, mas com uma frequência não inferior acada 12 semanas. Existem algumas evidências de efeito cumulativo de doses repetidas, pelo que aaltura correcta para o tratamento seguinte deve ser determinada de forma individual.
Crianças: Não foi demonstrada a eficácia e a segurança do tratamento da hiperhidrose axilar com
DYSPORT em crianças.
Modo de Administração: Reconstituir o DYSPORT com 2,5 ml de uma solução de cloreto desódio para injectáveis (0,9% p/v), à temperatura ambiente, e agitar suavemente até dissoluçãocompleta do conteúdo. A solução resultante é incolor, contendo 200 U/ml de DYSPORT. Aadministração deve ser feita por via intradérmica em dez locais diferentes.
4.3 Contra-indicações
Hipersensibilidade conhecida à substância activa ou a qualquer um dos excipientes de DYSPORT.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Foram reportados efeitos adversos resultantes da disseminação dos efeitos da toxina para locaisdistantes do local de administração (ver secção 4.8). Os doentes tratados com doses terapêuticaspodem apresentar fraqueza muscular excessiva. O risco de ocorrência destes efeitos indesejáveispode ser reduzido utilizando a dose eficaz mais baixa e não ultrapassando a dose recomendada.
O DYSPORT deve ser administrado com precaução em doentes com problemas de deglutição ourespiratórios, uma vez que estes podem piorar após disseminação do efeito da toxina para osmúsculos envolvidos.
Ocorreu aspiração em casos raros, o que é um risco em doentes que apresentem doençarespiratória crónica.
No tratamento da paralisia cerebral infantil, o DYSPORT apenas deve ser utilizado em criançascom idade superior a 2 anos.
A posologia e frequência de administração recomendadas do DYSPORT não devem serultrapassadas (ver Secção 4.2).
O DYSPORT deve ser utilizado com precaução e sob estreita vigilância em doentes comevidências subclínicas ou clínicas de alterações marcadas da transmissão neuromuscular (por ex.:miastenia gravis). Estes doentes podem apresentar uma sensibilidade aumentada a certos agentescomo o DYSPORT, que pode originar uma fraqueza muscular excessiva.
Foram reportados casos muito raros de morte, ocasionalmente num contexto de disfagia,pneumopatia e/ou em doentes com astenia significativa após tratamento com toxina botulínica Aou B.
Doentes com distúrbios que originam defeitos da transmissão neuro-muscular, dificuldades dedeglutição ou respiratórias têm um maior risco de apresentar estes efeitos. Nestes doentes o tratamento pode ser administrado sob controlo de um especialista e apenas se o benefício dotratamento se sobrepuser ao risco.
Os doentes e seus cuidadores devem ser avisados sobre a necessidade de procurarem tratamentomédico imediato no caso de problemas em engolir, falar ou respirar.
Foi detectada formação de anticorpos contra a toxina botulínica em casos raros de doentes tratadoscom DYSPORT. A nível clínico, a existência de anticorpos foi evidenciada por uma deterioraçãosubstancial da resposta ao tratamento ou pela necessidade de doses cada vez maiores.
O DYSPORT apenas deve ser utilizado para tratar um único doente, numa única sessão. Qualquerresto de produto não utilizado deve ser eliminando de acordo com a Secção 6.6 (Precauçõesespeciais de eliminação e manuseamento). Devem ser tomadas precauções específicas para apreparação e administração do produto e para a inactivação e eliminação da solução reconstituídanão utilizada (ver Secção 6.6).
Tal como com qualquer injecção intramuscular, o DYSPORT deve ser utilizado apenas quandoestritamente necessário em doentes com tempos de coagulação prolongados ou com infecção ouinflamação no local de injecção proposto.
Este produto contém uma pequena quantidade de albumina humana. O risco de transmissão deuma infecção viral não pode ser eliminado com absoluta certeza quando se utilizam produtos desangue humano ou derivados.
DYSPORT contém Lactose. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose,deficiência de lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este medicamento.
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
O efeito da toxina botulínica pode ser aumentado por fármacos que interfiram directa ouindirectamente com a função neuromuscular (como aminoglicosídeos, bloqueadores nãodespolarizantes do tipo curare), pelo que estes fármacos devem ser utilizados com precaução emdoentes tratados com toxina botulínica.
4.6 Gravidez e aleitamento
Não foram realizados estudos teratológicos nem outros estudos sobre a reprodução com o
DYSPORT. Não foi demonstrada a segurança de utilização durante a gravidez ou durante oaleitamento.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
O risco adverso de fraqueza muscular pode diminuir a capacidade de conduzir e utilizar máquinas.
4.8 Efeitos indesejáveis
Muito frequentes: ?1/10; Frequentes: ?1/100, <1/10; Pouco frequentes: ?1/1.000, <1/100; Raros:
?1/10.000, <1/1.000; Muito raros: <1/10.000.
Aproximadamente 25% dos doentes tratados com DYSPORT em ensaios clínicos apresentaramum efeito adverso.
As seguintes reacções adversas foram observadas em doentes tratados para várias indicaçõesincluindo o blefarospasmo, espasmo hemifacial, torcicolo, espasticidade associada à paralisiacerebral ou a AVC e hiperhidrose axilar:
Doenças do sistema nervoso
Raros: amiotrofia neurálgica
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Pouco frequentes: prurido
Raros: exantemas cutâneos
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Frequentes: fraqueza generalizada, fadiga, síndroma do tipo gripal, dor/hematoma no local deinjecção
Para além disso, foram reportadas as seguintes reacções adversas específicas a cada indicação:
Blefarospasmo e espasmo hemifacial
Foram observados os seguintes acontecimentos adversos, normalmente de intensidade ligeira amoderada, em doentes tratados com DYSPORT para o blefarospasmo e espasmo hemifacial:
Doenças do sistema nervoso
Frequentes: fraqueza dos músculos faciais
Pouco frequentes: paresia dos nervos faciais
Afecções oculares
Muito frequentes: ptose
Frequentes: diplopia, olhos secos, lacrimejo
Raros: oftalmoplegia
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Frequentes: edema palpebral
Raros: entropion
Os efeitos secundários podem ser devidos a injecções profundas ou mal-localizadas de DYSPORTque paralisam de forma temporária outros grupos musculares próximos.
Torcicolo espasmódico
Foram observados os seguintes acontecimentos adversos, normalmente de intensidade ligeira amoderada, em doentes tratados com DYSPORT para o torcicolo espasmódico:
Doenças do sistema nervoso
Frequentes: disfonia
Pouco frequentes: cefaleias
Afecções oculares
Pouco frequentes: diplopia, visão turva
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Raros: distúrbios respiratórios
Doenças gastrointestinais
Muito frequentes: disfagia
Pouco frequentes: boca seca
Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Frequentes: fraqueza dos músculos do pescoço
A disfagia pareceu estar relacionada com a dose e ocorreu com maior frequência após a injecçãono músculo esternomastoideu. Pode ser necessária uma dieta mole até que os sintomasdesapareçam.
Espasticidade do braço pós-AVC em adultos
Foram observados os seguintes acontecimentos adversos, normalmente de intensidade ligeira amoderada, em doentes adultos tratados com DYSPORT para a espasticidade do braço pós-AVC:
Doenças gastrointestinais
Frequentes: disfagia
Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Frequentes: fraqueza dos músculos do braço
Complicações de intervenções relacionadas com lesões e intoxicações
Frequentes: lesões acidentais / quedas
Foi reportada disfagia com doses superiores a 2700 unidades, quer em dose única, quer em dosedividida.
Espasticidade na paralisia cerebral infantil
Foram observados os seguintes acontecimentos adversos, normalmente de intensidade ligeira amoderada, em doentes tratados com DYSPORT para a espasticidade da perna na paralisia cerebralinfantil:
Doenças gastrointestinais
Frequentes: diarreia
Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Frequentes: fraqueza dos músculos da perna
Doenças renais e urinárias
Frequentes: incontinência urinária
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Frequentes: alteração da marcha
Complicações de intervenções relacionadas com lesões e intoxicações
Frequentes: lesão acidental devida a queda
A lesão acidental devida a queda e a alteração da marcha podem ser devidas a um sobre-
enfraquecimento do músculo-alvo e/ou disseminação local de DYSPORT para outros músculosenvolvidos na marcha e no equilíbrio.
Hiperhidrose axilar
Foram observados os seguintes acontecimentos adversos, normalmente de intensidade ligeira amoderada, em doentes tratados com DYSPORT para a hiperhidrose axilar:
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Frequentes: sudação compensatória.
Experiência pós-comercialização
O perfil de reacções adversas reportadas à Companhia durante a utilização pós-comercializaçãoreflecte a farmacologia do produto e as observadas durante os ensaios clínicos. Houve notificaçõesocasionais de hipersensibilidade. Não houve casos de anafilaxia severa ou de choque anafiláctico.
Foram muito raramente reportados efeitos adversos resultantes da disseminação dos efeitos datoxina para locais distantes do local de injecção (fraqueza muscular excessiva, disfagia, pneumoniapor aspiração que pode ser fatal) (ver secção 4.4).
4.9 Sobredosagem
Doses locais excessivas podem provocar paralisia neuromuscular profunda, mesmo à distância dolocal de aplicação. Não existe antídoto específico; a antitoxina não tem eficácia nestas situações.
Recomenda-se a aplicação de cuidados primários de urgência geral, com recurso à ventilaçãoassistida se necessário, até desaparecimento dos sintomas.
Uma sobredosagem pode originar um aumento do risco de entrada da neurotoxina na correntesanguínea, podendo causar complicações associadas aos efeitos de um envenenamento oral comtoxina botulínica (por ex. a nível da deglutição e disfonia).
Deve ser instituído tratamento sintomático de necessário. Em caso de sobredosagem a pessoa deveser monitorizada durante várias semanas quanto a sintomas de fraqueza sistémica ou paralisiamuscular.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo fármacoterapêutico: 2.3.2. – Sistema nervoso central. Relaxantes musculares. Acçãoperiférica.
Código ATC: M03AX01.
A toxina botulínica A bloqueia a transmissão colinérgica periférica ao nível da junçãoneuromuscular, por acção pré-sináptica no local proximal à libertação da acetilcolina. A toxinaactua sobre, ou no interior da própria terminação nervosa, antagonizando os efeitos desencadeadospelo cálcio que culminam na transmissão do impulso. A toxina não afecta a transmissãocolinérgica nem a simpaticomimética pós-ganglionar.
A actividade da toxina envolve uma etapa inicial de ligação, na qual a toxina se liga rápida eavidamente à membrana nervosa pré-sináptica. Segue-se uma etapa de penetração em que a toxinaatravessa a membrana pré-sináptica, sem iniciar paralisia. Finalmente, a toxina inibe a libertação de acetilcolina por bloqueio do seu mecanismo de libertação mediado pelo cálcio, diminuindoassim o potencial da placa e causando paralisia.
A recuperação da transmissão do impulso ocorre gradualmente, à medida que se desenvolvemnovos terminais nervosos e se estabelece o contacto com a placa motora pós-sináptica, processoque demora 6 a 8 semanas nos modelos animais experimentais.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Os estudos farmacocinéticos efectuados com a toxina botulínica têm suscitado problemas ao nívelda experimentação animal, devido à sua alta potência, às mínimas doses envolvidas, ao elevadopeso molecular e à dificuldade em a dosear de modo a possuir uma actividade específicasuficientemente elevada.
Estudos efectuados com a toxina marcada com 125I demonstraram que a ligação ao receptor éespecífica e saturável, e que a alta densidade dos seus receptores é um factor contributivo para asua alta potência.
Estudos efectuados em macacos, com avaliação da dose/tempo resposta demonstraram que a dosesbaixas há um atraso de resposta de 2-3 dias, com um efeito máximo observado 5-6 dias após ainjecção. A duração de acção, avaliada pela alteração do alinhamento ocular e paralisia muscular,varia entre 2 semanas a 8 meses.
Este modelo experimental é igualmente observado no homem, e é atribuído ao processo de ligaçãoda toxina, à sua interiorização e modificações consequentes na junção neuromuscular.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Dadas as características da molécula, não foram realizados estudos convencionais de farmacologiade segurança, toxicidade de dose repetida, genotoxicidade, potencial carcinogénico e toxicidadereprodutiva.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Albumina humana e lactose.
6.2 Incompatibilidades
Aminoglicosídeos, polimixinas, tetraciclina, lincomicina.
6.3 Prazo de validade
Frasco fechado: 2 anos.
Solução reconstituída: O DYSPORT deverá ser utilizado até 8 horas após a reconstituição econservado no frigorífico (2-8ºC). Não congelar. O produto não contém qualquer agente anti-
microbiano, pelo que deverá ser utilizado assim que possível após a reconstituição.
6.4 Precauções especiais de conservação
Conservar no frigorífico (2ºC-8ºC).
Condições de conservação do medicamento reconstituído, ver secção 6.3.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Embalagens contendo 1 ou 2 frascos de 3 ml de vidro branco neutro Tipo I fechado por rolha deborracha butílica especial para liofilizados e selo de alumínio.
Cada frasco de DYSPORT contém 500 unidades de toxina botulínica A sob a forma de umliofilizado branco estéril.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Na altura da injecção e após desinfecção com solução adequada da pele, deve-se proceder àaspiração de modo a prevenir a injecção directa num vaso sanguíneo.
Imediatamente a seguir ao tratamento do doente, qualquer resto de DYSPORT eventualmente nãoutilizado, presente no frasco ou na seringa, deverá ser inactivado com uma solução diluída dehipoclorito de sódio (1% de cloro activo). Seguidamente, todo o material utilizado deverá serinutilizado de acordo com a prática hospitalar usual.
Qualquer derramamento de DYSPORT deverá ser limpo com um material absorvente embebidonuma solução diluída de hipoclorito.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Ipsen Portugal – Produtos Farmacêuticos, S.A.
Alameda Fernão Lopes, nº16 – 11º
Miraflores
1495-190 Algés
Portugal
Tel: 21 412 35 50
Fax: 21 412 35 51
8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Nº de registo: 2165884 – 2 frascos de pó para solução injectável, 500 U, frasco para injectáveis devidro neutro tipo I
Nº de registo: 3799483 – 1 frasco de pó para solução injectável, 500 U, frasco para injectáveis devidro neutro tipo I
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO / RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 08 Abril 1993
Data da última renovação: 06 Dezembro 2005
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO