RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO
Dualgan, 300 mg, comprimidos revestidos
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido contém 300 mg de etodolac.
Excipientes: Lactose – 192,8 mg
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1.Indicações Terapêuticas
Osteoartrite (artrose, doença articular degenerativa), artrite reumatóide, espondiliteanquilosante, reumatismos extra-articulares. Dores pós-operatórias e dores apóstraumatismos agudos.
4.2. Posologia e modo de administração
O regime posológico médio recomendado é de 300 mg duas vezes por dia.
Alguns doentes também podem responder à administração de 300 a 600 mg como dose
única à noite.
Os efeitos indesejáveis podem ser minimizados utilizando a menor dose eficaz durante omenor período de tempo necessário para controlar os sintomas (ver secção 4.4)
Crianças:
A segurança e eficácia do Dualgan em crianças ainda não foi estabelecida.
Idosos:
Em doentes com idade igual ou superior a 65 anos, o etodolac deve ser administrado comprecaução (ver secção 4.4.).
Outras situações:
Em doentes com insuficiência renal ou hepática, o etodolac deve ser administrado comprecaução.
4.3 Contra-Indicações
– Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes.
– História de hemorragia gastrointestinal ou perfuração, relacionada com terapêutica com
AINE anterior.
– Úlcera péptica/hemorragia activa ou história de úlcera péptica/hemorragia recorrente
(dois ou mais episódios distintos de ulceração ou hemorragia comprovada).
– Insuficiência cardíaca grave.
Dualgan não deve ser administrado a doentes que mostraram previamentehipersensibilidade ao fármaco. Devido a possível hipersensibilidade cruzada, Dualgan não deve ser administrado a doentes que já sofreram de asma, rinite, ou urticária durante aterapêutica com ácido acetilsalicílico ou com outros fármacos anti-inflamatórios não-esteróides.
4.4. Advertências e precauções especiais de utilização
A administração concomitante de Dualgan com outros AINE, incluindo inibidoresselectivos da ciclooxigenase-2, deve ser evitada.
Os efeitos indesejáveis podem ser minimizados utilizando a menor dose eficaz durante omenor período de tempo necessário para controlar a sintomatologia (ver secção 4.2 einformação sobre os riscos GI e cardiovasculares em seguida mencionada).
Idosos:
Os idosos apresentam uma maior frequência de reacções adversas com AINE,especialmente de hemorragias gastrointestinais e de perfurações que podem ser fatais (versecção 4.8.).
Hemorragia, ulceração e perfuração gastrointestinal:
Têm sido notificados com todos os AINE casos de hemorragia, ulceração e perfuraçãogastrointestinal potencialmente fatais, em várias fases do tratamento, associados ou não asintomas de alerta ou história de eventos gastrointestinais graves.
O risco de hemorragia, ulceração ou perfuração é maior com doses mais elevadas de
AINE, em doentes com história de úlcera, especialmente se associada a hemorragia ouperfuração (ver secção 4.3.) e em doentes idosos.
Nestas situações os doentes devem ser instruídos no sentido de informar sobre a ocorrênciade sintomas abdominais anormais (especialmente de hemorragia gastrointestinal),sobretudo nas fases iniciais do tratamento.
Nestes doentes o tratamento deve ser iniciado com a menor dose eficaz disponível. A co-
administração de agentes protectores (ex.: misoprostol ou inibidores da bomba de protões)deverá ser considerada nestes doentes, assim como em doentes que necessitam de tomarsimultaneamente ácido acetilsalicílico em doses baixas, ou outros medicamentossusceptíveis de aumentar o risco gastrointestinal (ver secção 4.5.).
É aconselhada precaução em doentes a tomar concomitantemente outros medicamentosque possam aumentar o risco de úlcera ou hemorragia, tais como corticosteróides,anticoagulantes (tais como a varfarina), inibidores selectivos da recaptação da serotoninaou anti-agregantes plaquetários tais como o ácido acetilsalicílico (ver secção 4.5.).
Em caso de hemorragia gastrointestinal ou ulceração em doentes a tomar Dualgan, otratamento deve ser interrompido.
Os AINE devem ser administrados com precaução em doentes com história de doençagastrointestinal (colite ulcerosa, doença de Crohn), na medida em que estas situaçõespodem ser exacerbadas (ver secção 4.8.).
Efeitos cardiovasculares e cerebrovasculares:
Têm sido notificados casos de retenção de líquidos e edema associados ao tratamento com
AINE, pelo que os doentes com história de hipertensão arterial e/ou insuficiência cardíacacongestiva ligeira a moderada deverão ser adequadamente monitorizaods e aconselhados.
Os dados de ensaios clínicos e epidemiológicos sugerem que a administração de alguns
AINE (particularmente em doses elevadas e em tratamento de longa duração) poderá estarassociada a um pequeno aumento do risco de eventos trombóticos arteriais (por exemploenfarte do miocárdio ou AVC). Não existem dados suficientes para eliminar o risco deocorrência destes efeitos aquando da utilização de etodolac.
Os doentes com hipertensão arterial não controlada, insuficiência cardíaca congestiva,doença isquémica cardíaca estabelecida, doença arterial periférica e/ou doençacerebrovascular apenas devem ser tratados com etodolac após cuidadosa avaliação. Asmesmas precauções deverão ser tomadas antes de iniciar o tratamento de longa duração dedoente com factores de risco cardiovasculares (ex.: hipertensão arterial, hiperlipidemia,diabetes mellitus e hábitos tabágicos).
Têm sido muito raramente notificadas reacções cutâneas, algumas das quais fatais,incluindo dermatite esfoliativa, síndroma de Stevens-Johnson e necrólise epidérmicatóxica, associadas à administração de AINE (ver secção 4.8.). Aparentemente o risco deocorrência destas reacções é maior no inicio do tratamento, sendo que na maioria dos casosestas reacções manifestam-se durante o primeiro mês de tratamento. Dualgan deve serinterrompido aos primeiros sinais de rash, lesões mucosas, ou outras manifestações dehipersensibilidade.
Os doentes em terapêutica prolongada devem ser submetidos periodicamente amonitorização laboratorial renal, hepática e hematológica.
Os doentes que sofram perturbações visuais durante a terapêutica devem interrompê-la eserem submetidos a exame oftalmológico.
Os efeitos gastrintestinais podem ser minimizados pela administração dos comprimidoscom as refeições ou com leite.
Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência delactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este medicamento
4.5. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
– Diuréticos, Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensiona (IECA) e Antagonistasda Angiotensina II (AAII): Os anti-inflamatórios não esteróides (AINE) podem diminuir aeficácia dos diuréticos assim como de outros medicamentos anti-hipertensores. Nalgunsdoentes com função renal diminuída (ex: doentes desidratados ou idosos comcomprometimento da função renal) a co-administração de um IECA ou AAII e agentes inibidores da ciclooxigenase pode ter como consequência a progressão da deterioração dafunção renal, incluindo a possibilidade de insuficiência renal aguda, que é normalmentereversível. A ocorrência destas interacções deverá ser tida em consideração em doentes atomar etodolac em associação com IECA ou AAII. Consequentemente, esta associaçãomedicamentosa deverá ser administrada com precaução sobretudo em doentes idosos. Osdoentes devem ser adequadamente hidratados e deverá ser analisada a necessidade demonitorizar a função renal após o inicio da terapêutica concomitante, e periodicamentedesde então.
– Corticosteróides: aumento do risco de ulceração ou hemorragia gastrointestinal (versecção 4.4.).
– Anticoagulantes: os AINE podem aumentar os efeitos dos anti-coagulantes, tais como avarfarina (ser secção 4.4.)
– Agentes anti-agregantes plaquetários e inibidores selectivos da recaptação da serotonina:aumento do risco de hemorragia gastrointestinal (ver secção 4.4.).
– Não se deve associar a outros AINEs nem a salicilatos;
– Dada a forte ligação às proteínas plasmáticas terá que haver prudência na sua associaçãocom medicamentos que podem ser deslocados pelo etodolac, como antidiabéticos orais eantiepiléticos;
– Quando administrado concomitantemente com diuréticos poupadores de potássio podeaumentar os níveis circulantes deste;
– Diminui a depuração renal do lítio;
– Pode aumentar a concentração plasmática da digoxina e do metotrexato;
– Os testes de bilirrubina baseados na reacção com um sal de dióxido podem dar umresultado falso ou positivo, devido à presença de metabolitos fenólicos de Dualgan naurina.
4.6. Gravidez e aleitamento
Dualgan só deve ser usado durante a gravidez se o potencial benefício para a doentejustificar o risco potencial para o feto.
Alguns dos inibidores da biossíntese das prostaglandinas demonstraram interferir com oencerramento do canal arterial. Portanto, não se recomenda o uso de Dualgan durante os
últimos três meses de gravidez. Dualgan pode inibir as dores do parto e prolongar o tempode trabalho de parto.
A segurança de Dualgan durante a lactação não foi ainda estabelecida.
4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Uma vez que pode originar tonturas, alterações visuais e sonolência, deve evitar-seconduzir ou manipular máquinas perigosas durante a sua administração.
4.8.Efeitos indesejáveis
O etodolac tem, regra geral, poucos efeitos indesejáveis, que habitualmente são transitóriose ligeiros.
Gastrointestinais: os eventos adversos mais frequentemente observados são de naturezagastrointestinal. Podem ocorrer, em particular nos idosos, úlceras pépticas, perfuração ouhemorragia gastrointestinal potencialmente fatais (ver secção 4.4.). Naúseas, dispepsia, vómitos, hematemese, flatulência, dor abdominal, diarreia, obstipação, melena, estomatiteulcerosa, exacerbação de colite ou doença de Crohn (ver secção 4.4.) têm sido notificadasna sequência da administração destes medicamentos. Menos frequentemente têm vindo aser observados casos de gastrite.
Edema, hipertensão e insuficiência cardíaca têm sido notificados em associção aotratamento com AINE.
Os dados de ensaios clínicos e epidemiológicos sugerem que a administração de alguns
AINE (particularmente em doses elevadas e em tratamentos de longa duração) poderá estarassociada a um pequeno aumento do risco de eventos trombóticos arteriais (por exemploenfarte do miocárdio ou AVC) (ver secção 4.4).
Raramente podem aparecer cefaleias, zumbidos ou fadiga.
Mais raramente (com incidência inferior a 1% nos estudos clínicos) registaram-se entreoutros:
– Reacções de hipersensibilidade, tais como asma, rinite, edema da glote e choqueanafilático;
– Erupções cutâneas, como, por exemplo, eritema, prurido e urticária;
– Reacções bolhosas incluindo síndroma de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica
(muito raro).
– Tempo de hemorragia prolongado e diminuição da agregação plaquetária;
– Nefrite intersticial com hematúria e proteinúria, e, ocasionalmente, síndrome nefrótico einsuficiência renal;
– Elevação das transaminases;
– Alterações oftalmológicas, tais como turvação da visão e, ainda, vertigens, tonturas,sonolência e ansiedade.
4.9. Sobredosagem
Em situações de dosagem excessiva deve recorrer-se ao procedimento habitual de lavagemgástrica, administração de carvão activado e terapêutica de suporte geral.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1. Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 9.1.5 Derivados do indol e do indeno
Código ATC: M01AB08 ETODOLAC
O etodolac é um anti-inflamatório não-esteróide que reduz a síntese das prostaglandinaspor inibição da ciclo-oxigenase. Inibindo a síntese das prostaglandinas, diminui ainflamação e a dor. Na artrite reumatóide, especificamente, este efeito éextraordinariamente importante dado que, embora o curso da doença se mantenhainalterado, permite manter a mobilidade das articulações afectadas, evitando assim asdeformações crónicas.
É bem conhecido que os anti-inflamatórios não-esteróides podem causar distúrbiosgastrintestinais, tais como náuseas, vómitos ou dispepsia, e que também pode ocorrerirritação da mucosa gástrica com erosões, ulcerações, hematemeses ou melenas. Estesefeitos são atribuídos à inibição das prostaglandinas dos grupos E e F, que são potentes inibidores da secreção ácida gástrica e reguladores do fluxo sanguíneo da mucosa gástrica.
No entanto, o etodolac parece diferir dos outros anti-inflamatórios não-esteróides no querespeita ao padrão de inibição das prostaglandinas. Assim, estudos clínicos com eritrócitos marcados mostraram que o etodolac não causa mais micro-hemorragias do que o placebo eque causa menos do que a aspirina, o piroxicam, o naproxeno, o ibuprofeno e aindometacina. Esta reduzida irritação da mucosa gastrointestinal pelo etodolac parece serdevida a uma inibição selectiva de prostaglandinas, com efeito quase nulo naquelas queexercem uma acção protectora gastrointestinal (grupos E e F), mas com efeito inibitóriopotente em outros locais.
5.2. Propriedades farmacocinéticas
O etodolac é bem absorvido após administração oral, atingindo a concentração plasmáticamáxima em cerca de 1 hora. A sua semivida plasmática é de cerca de 7 horas, e éexcretado, na maior parte como metabolitos, pela urina.
5.3. Dados de segurança pré-clínica
Estudos animais não evidenciaram sinais de teratogenicidade e somente foram detectadosefeitos menores sobre a fertilidade e a função reprodutora. Contudo, os fármacos queinibem a biossíntese das prostaglandinas podem causar distócia e atraso do parto, tal comoevidenciaram os estudos efectuados em fêmeas grávidas. Não há estudos adequados e bemcontrolados em mulheres grávidas.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1. Lista dos excipientes
Lactose, amido glicolato de sódio; celulose microcristalina, sílica coloidal anidra,povidona, estearato de magnésio, hidroxipropilmetilcelulose, polietilenoglicol 6000,glicerol, laurilsulfato de sódio, dióxido de titânio, óxido de ferro amarelo e óxido de ferrovermelho.
6.2. Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3. Prazo de validade
3 anos.
6.4. Precauções especiais de conservação
Cnservar a temperatura inferior a 25ºC.
Conservar na embalagem de origem para proteger da luz e humidade.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
10, 20, 30, e 60 comprimidos revestidos, acondicionados em blisters constituídos por fita
PVC e folha de alumínio.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6. Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
ITF – Farma, Produtos Farmacêuticos, Lda.
Rua Consiglieri Pedroso, nº 123
Queluz de Baixo
2730-056 Barcarena
8. NÚMEROS DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
4565099: Emb. 10 comprimidos
2358091: Emb. 20 comprimidos
4565198: Emb. 30 comprimidos
2358190: Emb. 60 comprimidos
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data de AIM: 29.12.1995
Data da renovação da AIM: 29.12.2005
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO