RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1.
DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO
DIGASSIM®,20 mg, cápsula dura
2.
COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada cápsula contém cloridrato de fluoxetina equivalente a 20 mg de fluoxetina.
Lista completa de excipientes. Ver 6.1
3. FORMA FARMACÊUTICA
Cápsula
4.
INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1. Indicações terapêuticas
Episódios Depressivos Major.
Perturbação Obssessivo-Compulsiva.
Bulimia Nervosa: Digassim® está indicado como complemento da psicoterapia destinada àredução da ingestão compulsiva e actividade purgativa.
4.2. Posologia e modo de administração
Para administração oral apenas em adultos.
Episódios Depressivos Major
Adultos e idosos: 20 mg/dia a 60 mg/dia. É aconselhada uma dose inicial de 20 mg/dia.
Embora possa haver um aumento potencial de efeitos indesejáveis com doses mais elevadas,pode considerar-se um aumento da dose no caso de não haver uma resposta adequada apóstrês semanas de tratamento.
De acordo com a declaração de consenso da OMS, a medicação antidepressiva deve sercontinuada durante, pelo menos, 6 meses.
Perturbação Obssessivo-Compulsiva – Adultos e idosos: 20 mg/dia a 60 mg/dia. Éaconselhada uma dose inicial de 20 mg/dia. Embora possa haver um aumento potencial deefeitos indesejáveis com doses mais elevadas, pode considerar-se um aumento da dose nocaso de não se observar resposta terapêutica após duas semanas de tratamento.
Se não se verificar qualquer melhoria no espaço de 10 semanas, deve reconsiderar-se otratamento com fluoxetina. Se tiver sido obtida uma boa resposta terapêutica, pode continuar-
se com o tratamento utilizando uma posologia ajustada individualmente. Embora não existamestudos sistemáticos para responder à pergunta sobre durante quanto tempo se devecontinuar a terapêutica com fluoxetina, considerando que a Perturbação Obsessivo-
Compulsiva é uma doença crónica, é razoável considerar a continuação da terapêutica paraalém das 10 semanas, em doentes que respondam à terapêutica. Devem fazer-se ajustescuidadosos da dose numa base individual, de forma a manter o doente na dose mínima eficaz .
Deve ser reavaliada periodicamente a necessidade do tratamento. Alguns clínicos defendemuma psicoterapia comportamental concomitante em doentes que respondam bem àfarmacoterapia.
Na Perturbação Obsessivo-Compulsiva não foi demonstrada eficácia a longo prazo (superior a
24 semanas).
Bulimia Nervosa – Adultos e idosos: é recomendada uma dose de 60 mg/dia.
Na bulimia nervosa não foi demonstrada eficácia a longo prazo (superior a 3 meses).
Todas as indicações: A dose recomendada pode ser aumentada ou diminuída.
Doses superiores a 80 mg/dia não foram avaliadas sistematicamente.
A fluoxetina pode ser administrada como dose única ou em doses divididas durante ou fora dasrefeições.
Quando o tratamento é interrompido, as substâncias farmacologicamente activas permanecemno organismo durante semanas. Este facto deve ser tido em consideração quando se inicia ouinterrompe o tratamento. Na maioria dos doentes é desnecessária a redução progressiva dadose.
Idosos: Recomenda-se precaução no aumento da dose e a dose diária não deve, geralmente,exceder os 40 mg. A dose máxima recomendada é de 60 mg/dia.
Deve considerar-se uma dose mais baixa ou menos frequente (por ex. 20 mg, em diasalternados) em doentes com insuficiência hepática (ver 5.2 Propriedades farmacocinéticas) ounos doentes em que a medicação concomitante poderá ter interacção com FLUOXETINA (ver
4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção).
4.3
Contra?indicações
Hipersensibilidade à fluoxetina ou a qualquer dos excipientes.
Inibidores da Monoamino?Oxidase: Foram notificadas reacções graves, nalguns casos fatais,em doentes a tomar um inibidor selectivo da recaptação da serotonina (ISRS) em combinaçãocom um inibidor da monoamino oxidase (IMAO) e em doentes que tinham descontinuado recentemente um ISRS e começaram um IMAO. O tratamento com fluoxetina apenas deve seriniciado 2 semanas após a descontinuação de um IMAO irreversível.
Alguns casos apresentaram características semelhantes ao síndrome da serotonina (que podeassemelhar-se ao síndrome neuroléptico maligno e ser diagnosticado como tal). Aciproheptadina e o dantroleno podem beneficiar os doentes que desenvolvam estas reacções.
Os sintomas de uma interacção com um IMAO incluem: hipertermia, rigidez, mioclonias,instabilidade autonómica com possíveis flutuações rápidas dos sinais vitais, alterações doestado mental que incluem confusão, irritabilidade e agitação extrema progredindo para delírioe coma.
Assim, a fluoxetina está contra-indicada em combinação com um IMAO não selectivo. De igualmodo, devem decorrer, pelo menos, 5 semanas entre a interrupção da terapêutica comfluoxetina e o início da terapêutica com um IMAO. Se a fluoxetina tiver sido prescrita para usocrónico e/ou numa dose elevada, deverá considerar-se um intervalo mais longo entre as doses.
Apesar da combinação não ser recomendada, o tratamento com fluoxetina pode ser iniciado nodia seguinte à descontinuação de um IMAO reversível (p.ex. moclobemida).
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Advertências:
Exantema e reacções alérgicas: Exantema, reacções anafilactóides e efeitos sistémicosprogressivos, algumas vezes graves (envolvendo a pele, rins, fígado ou pulmões) têm sidonotificados. No caso de aparecimento de exantema ou de outro fenómeno alérgico, para o qualnão possa ser identificada uma etiologia alternativa, o tratamento com fluoxetina deve serdescontinuado.
Precauções:
Utilização em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos: Digassim não deve serutilizado no tratamento de crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos. Foramobservados com maior frequência comportamentos relacionados com o suicídio (tentativa desuicídio e ideação suicida) e hostilidade (predominantemente agressão, comportamento deoposição e cólera) em ensaios clínicos com crianças e adolescentes que se encontravam atomar antidepressivos, em comparação com os que se encontravam a tomar placebo. Se, nãoobstante, com base na necessidade clínica, a decisão de tratamento for tomada, o doente deveser rigorosamente monitorizado em relação ao aparecimento de sintomas suicidas. Não estãodisponíveis dados de segurança a longo prazo em crianças e adolescentes no que se refere aocrescimento, à maturação e ao desenvolvimento cognitivo e comportamental.
Convulsões: As convulsões constituem um risco potencial da terapia com antidepressivos.
Assim, tal como com outros antidepressivos, a fluoxetina deverá ser introduzidacautelosamente em doentes que têm história de convulsões. O tratamento deverá serdescontinuado em qualquer doente que desenvolva convulsões ou quando haja um aumentoda frequência das convulsões. A fluoxetina deve ser evitada em doentes com perturbaçõesconvulsivas instáveis/epilepsia e os doentes com epilepsia controlada deverão sercuidadosamente seguidos.
Mania: Os antidepressivos devem ser utilizados com precaução em doentes com história demania/hipomania. Tal como com todos os antidepressivos, a fluoxetina deverá serdescontinuada em qualquer doente que desencadeie uma fase maníaca.
Função hepática/renal: A fluoxetina é extensamente metabolizada no fígado e excretada pelosrins. Uma dose inferior, por ex., administração em dias alternados, é recomendada em doentescom disfunção hepática significativa. Quando foi administrada fluoxetina 20 mg/dia durante 2meses, a doentes com insuficiência renal grave (GFR<10 mL/min) em diálise, estes nãodemonstraram diferenças nos níveis plasmáticos de fluoxetina ou norfluoxetina, quandocomparados com os controlos, com função renal normal.
Patologia cardíaca: Não foram observadas no ECG anomalias da condução que resultassemem paragem cardíaca, nos 312 doentes a quem foi administrada fluoxetina em ensaios clínicoscom dupla ocultação. No entanto, recomenda-se precaução porque a experiência clínica emdoença cardíaca aguda é limitada.
Perda de peso: Pode ocorrer perda de peso em doentes a tomar fluoxetina que é normalmenteproporcional ao peso corporal no início do tratamento.
Diabetes: Em doentes com diabetes, o tratamento com um ISRS pode alterar o controlo daglicémia. Ocorreu hipoglicémia durante a terapêutica com fluoxetina e após a descontinuaçãodesenvolveu-se hiperglicémia. Pode ser necessário ajustar a dose de insulina e/ou dehipoglicemiantes orais.
Suicídio: Uma vez que podem não ocorrer melhorias durante as primeiras semanas detratamento, tal como com todos os antidepressivos, os doentes devem ser cuidadosamentemonitorizados durante este período. A possibilidade de uma tentativa de suicídio é inerente àprópria depressão e pode persistir até ocorrer uma remissão significativa dos sintomas. Deacordo com a experiência clínica com todas as terapias para a depressão, o risco de suicídiopode estar aumentado nas fases iniciais da recuperação.
Hemorragia: Foram notificadas anomalias hemorrágicas cutâneas tais como equimose epurpura com ISRS. A equimose foi notificada como sendo um fenómeno pouco frequentedurante o tratamento com fluoxetina. Foram notificadas, raramente, outras manifestaçõeshemorrágicas (p.ex., hemorragias ginecológicas, hemorragias gastrointestinais e outrashemorragias cutâneas ou mucosas). É aconselhada precaução em doentes a tomar ISRS,particularmente em caso de utilização concomitante com anticoagulantes orais, medicamentosque se sabe afectarem a função plaquetária (p.ex., antipsicóticos atípicos como a clozapina,fenotiazinas, a maioria dos antidepressivos tricíclicos, ácido acetilsalicílico, AINEs) ou outrosmedicamentos que possam aumentar o risco de hemorragia bem como em doentes comhistória de perturbações hemorrágicas.
Terapia Electroconvulsiva (TEC): Têm sido raramente notificados episódios convulsivosprolongados em doentes a tomar fluoxetina e submetidos a TEC, pelo que devem ser tomadasprecauções.
Hipericão: Um aumento dos efeitos serotoninérgicos, tais como o síndrome da serotonina,pode ocorrer quando são utilizados concomitantemente Inibidores Selectivos da Recaptaçãoda Serotonina e preparações à base de plantas contendo erva de S. João (Hypericumperforatum).
Em ocasiões raras, o desenvolvimento de síndrome da serotonina ou de casos do tiposíndrome neuroléptico maligno têm sido notificados em associação ao tratamento comfluoxetina, mais especificamente quando administrada em associação com outros fármacosserotoninérgicos (L-triptofano, entre outros) e/ou neurolépticos. Uma vez que destes síndromespodem resultar condições que potencialmente colocam a vida em risco, o tratamento comfluoxetina deve ser descontinuado se tais episódios (caracterizados por conjuntos de sintomascomo hipertermia, rigidez, mioclonias, instabilidade autonómica com possíveis flutuaçõesrápidas dos sinais vitais, alterações do estado mental incluindo confusão, irritabilidade,agitação extrema progredindo para delírio e coma) ocorrerem e deverá ser iniciado tratamentosintomático de suporte.
4.5. Interacções medicamentosas e outras formas de interacção
Semi-vida: As elevadas semi-vidas de eliminação da fluoxetina e do seu principal metabolito, anorfluoxetina, deverão ser tidas em conta (ver “Propriedades Farmacocinéticas”) quando seconsideram interacções medicamentosas por razões de farmacodinâmica ou farmacocinética
(p.ex., quando se muda da fluoxetina para outros antidepressivos).
Inibidores da Monoamino- Oxidase: (ver “Contra-indicações”).
Combinações não recomendadas: IMAO-A (ver secção 4.3)
Combinações que requerem precauções na utilização:
IMAO-B (selegelina): Risco de síndrome da serotonina. É recomendada monitorização clínica.
Fenitoína: Quando combinada com a fluoxetina, foram observadas alterações dos níveisséricos. Em alguns casos ocorreram manifestações de toxicidade. Deverá ter-se emconsideração a utilização de esquemas conservadores de titulação do fármaco concomitante eproceder à monitorização clínica.
Fármacos Serotoninérgicos: A co-administração com fármacos serotoninérgicos (ex.: tramadol,triptanos) pode aumentar o risco de síndrome da serotonina. O uso com triptanos acarreta umrisco adicional de vasoconstrição coronária e hipertensão.
Lítio e triptofano: Têm sido notificados casos de síndrome da serotonina quando os ISRS sãoadministrados com lítio ou triptofano e, por isso, o uso concomitante de fluoxetina com estesfármacos deve ser feito com precaução. Quando a fluoxetina é usada em combinação com olítio, é necessária uma monitorização clínica mais cuidada e frequente.
Isoenzima CYP2D6: Dado que o metabolismo da fluoxetina utiliza o sistema isoenzimático docitocromo hepático CYP2D6 (como os antidepressivos tricíclicos e outros antidepressivosselectivos da serotonina), a terapêutica concomitante com fármacos também metabolizadospor este sistema enzimático pode levar a interacções medicamentosas. A terapêuticaconcomitante com fármacos predominantemente metabolizados por esta isoenzima, e quepossuem um índice terapêutico estreito (tal como a flecainida, encainida, carbamazepina eantidepressivos tricíclicos) deve ser iniciada com ou ajustada à dose mais baixa do intervaloterapêutico. O mesmo se aplica se tiver tomado fluoxetina nas 5 semanas anteriores.
Anticoagulantes orais: A alteração dos efeitos anticoagulantes (valores laboratoriais e/ou sinaise sintomas clínicos), sem um padrão consistente, mas incluindo um aumento de hemorragia,foi notificado com pouca frequência quando a fluoxetina foi administrada concomitantementecom anticoagulantes orais. Os doentes em terapêutica com varfarina devem ser objecto demonitorização cuidadosa da coagulação quando iniciarem ou descontinuarem a fluoxetina (ver
4.4. “Advertências e precauções especiais de utilização”, Hemorragia).
Terapêutica Electroconvulsiva (TEC): Foram notificados raramente casos de convulsõesprolongadas em doentes a tomar fluoxetina e a fazer terapêutica electroconvulsiva, sendo porisso aconselhável cuidado.
Álcool: Em testes formais, não se verificou que a fluoxetina aumentasse os níveis sanguíneosde álcool ou potenciasse os efeitos do álcool. No entanto, a combinação do álcool com otratamento com ISRS não é aconselhável.
Hipericão: À semelhança dos outros ISRS, podem ocorrer interacções farmacodinâmicas entrea fluoxetina e o produto à base de plantas erva de S. João (Hypericum perforatum), quepoderão resultar num aumento de efeitos indesejáveis.
4.6. Gravidez e aleitamento
Gravidez: Dados sobre um elevado número de mulheres grávidas expostas não indicam umefeito teratogénico da fluoxetina. A fluoxetina pode ser usada durante a gravidez, mas comprecaução, especialmente durante o final da gravidez ou imediatamente antes do início dotrabalho de parto, visto terem sido notificados os seguintes efeitos em recém-nascidos:irritabilidade, tremor, hipotonia, choro persistente, dificuldade de sucção e em dormir.
Estes sintomas podem indicar tanto efeitos serotoninérgicos como síndrome de abstinência. Ointervalo de tempo para a ocorrência e a duração destes sintomas pode estar relacionado como elevado tempo de semi-vida da fluoxetina (4-6 dias) e do seu metabolito activo, norfluoxetina
(4-16 dias).
Lactação: A fluoxetina e o seu metabolito, norfluoxetina são excretados no leite maternohumano. Têm sido notificados acontecimentos adversos em crianças a serem amamentadas.
No caso de o tratamento com fluoxetina ser considerado necessário, a descontinuação daamamentação deverá ser considerada; no entanto, se se mantiver a amamentação, deve serprescrita a dose mínima eficaz de fluoxetina.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Apesar de se ter demonstrado que a fluoxetina não afecta o desempenho psicomotor emvoluntários saudáveis, qualquer fármaco psicoativo pode comprometer o discernimento e assuas capacidades. Os doentes devem ser avisados para evitarem conduzir automóveis ouoperar com máquinas potencialmente perigosas até estarem certos que o fármaco não afecta oseu desempenho.
4.8
Efeitos indesejáveis
Os efeitos indesejáveis podem diminuir em intensidade e frequência com a continuação dotratamento e, em geral, não implicam a interrupção da terapêutica.
Conforme descrito para outros ISRS, verificaram-se os seguintes efeitos indesejáveis:
Organismo como um todo: Hipersensibilidade (ex.: prurido, exantema, urticária, reacçãoanafilactóide, vasculite, reacção do tipo doença do soro, angioedema) (ver 4.3.Contra-
indicações e 4.4. Advertências e precauções especiais de utilização), arrepios, síndrome daserotonina, fotossensibilidade, muito raramente Necrólise Epidérmica Tóxica (síndrome de
Lyell).
Aparelho Digestivo: Distúrbios gastrintestinais (ex.: diarreia, náusea, vómitos, disfagia,dispepsia e perturbações do paladar), xerostomia. Foram notificados, raramente, testesanómalos da função hepática, muito raramente hepatite idiossincrática.
Sistema nervoso: Cefaleias, alterações do sono (ex.: sonhos anormais, insónia), tonturas,anorexia, fadiga (ex.: sonolência, torpor), euforia, movimento anormal transitório (ex.:contracções musculares, ataxia, tremores, mioclonias), convulsões e agitação psicomotora.
Alucinações, reacções maníacas, confusão, agitação, ansiedade e sintomas associados (ex.:nervosismo), concentração e processo de raciocínio diminuídos (ex.: despersonalização),ataques de pânico (estes sintomas podem ser devidos à doença subjacente), muito raramente
Síndrome da Serotonina.
Aparelho geniturinário: Retenção urinária, aumento da frequência urinária.
Função reprodutiva: Disfunção sexual (ejaculação demorada ou ausência de ejaculação,anorgasmia), priapismo, galactorreia.
Outros: Alopécia, bocejo, alterações visuais (por ex. visão turva, midríase), sudorese,vasodilatação, artralgia, mialgia, hipotensão postural, equimoses. Outras manifestaçõeshemorrágicas (ex.: hemorragias ginecológicas, hemorragias gastrintestinais e outrashemorragias cutâneas ou mucosas) foram raramente notificadas (ver 4.4.”Advertências eprecauções especiais de utilização”, Hemorragia).
Hiponatrémia: Foi raramente notificada hiponatrémia (incluindo sódio sérico inferior a 110mmol/l), que parece ser reversível quando a fluoxetina é descontinuada. Alguns destes casosforam possivelmente devidos à Síndrome de Secreção Inapropriada da Hormona Antidiurética.
A maioria das notificações foram associadas a doentes idosos e em doentes tratados comdiuréticos ou com qualquer outra diminuição da volémia.
Aparelho respiratório: Faringite, dispneia. Foram raramente notificados eventos pulmonares
(incluindo processos inflamatórios de histopatologia variada e/ou fibrose). A dispneia pode sero único sintoma precedente.
Na sequência da interrupção do tratamento, foram notificados sintomas de abstinência emassociação com os ISRS, embora os dados disponíveis não sugiram que estes sejam devidosa dependência. Os sintomas mais frequentes incluem tonturas, parestesia, cefaleias,ansiedade e náusea, sendo a maioria moderados e auto-limitados. A fluoxetina foi apenasraramente associada a estes sintomas. As concentrações plasmáticas de fluoxetina enorfluoxetina diminuem gradualmente no final da terapêutica, tornando a diminuição da dosedesnecessária na maioria dos doentes.
4.9. Sobredosagem
Os casos de sobredosagem devidos unicamente à fluoxetina, têm em geral umdesenvolvimento moderado. Os sintomas em casos de sobredosagem, incluem náuseas,vómitos, convulsões, disfunções cardiovasculares que variam de arritmias assintomáticas aparagem cardíaca, disfunções pulmonares e sinais de alteração do SNC desde excitação aocoma. Foram extremamente raros, os casos de mortes atribuídas à sobredosagem unicamentecom fluoxetina. Recomenda?se a monitorização dos sinais cardíacos e vitais, juntamente commedidas de suporte geral e sintomáticas. Desconhece-se a existência de um antídotoespecífico para a fluoxetina.
É pouco provável que a diurese forçada, diálise, hemoperfusão e exsanguíneotransfusão,
sejam benéficos. O carvão activado, que poderá ser utilizado juntamente com sorbitol, podeser tanto ou mais eficaz que a emese ou lavagem. Na presença duma sobredosagem, deveconsiderar-se a possibilidade da existência de múltiplos fármacos. Poderá ser necessário umperíodo suplementar de observação clínica cuidada para doentes que tenham tomado umaquantidade excessiva de antidepressivos tricíclicos, no caso de estarem a tomar, ou teremtomado recentemente fluoxetina.
5.
PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1. Propriedades farmacodinâmicas
Classificação Farmacoterapêutica: 2.9.3 Antidepressores
ATC: N06AB03
A fluoxetina é um inibidor selectivo da recaptação da serotonina e supõe-se que seja essefactor o responsável pelo seu mecanismo de acção. A fluoxetina não tem praticamente
afinidade para outros receptores tais como ?1-, ?2- e ?-adrenérgicos serotoninérgicos,dopaminérgicos, histaminérgicos, muscarínicos e receptores GABA.
Episódios Depressivos Major: Foram realizados ensaios clínicos em doentes com episódiosdepressivos major versus placebo e controlos activos. FLUOXETINA mostrou sersignificativamente mais eficaz que o placebo, tal como demonstrado pela Escala Depressivade Hamilton (HAM-D). Neste estudos, FLUOXETINA atingiu uma taxa de resposta e de
remissão significativamente superior (definida por uma diminuição de 50% na escala HAM-D),quando comparado com placebo.
Perturbação Obsessivo-Compulsiva: Em ensaios de curta duração (inferior a 24 semanas), afluoxetina demonstrou ser significativamente mais eficaz que o placebo. Verificou-se efeitoterapêutico com uma dose de 20 mg/dia, mas doses superiores (40 a 60 mg/dia) apresentaramuma taxa de resposta superior. Em ensaios de longa duração (fase de extensão de trêsensaios clínicos de curta duração e um de prevenção da recaída) a eficácia não foidemonstrada.
Bulimia Nervosa: Em ensaios de curta duração (inferior a 16 semanas), em doentes emambulatório a cumprir os critérios do DSM-III.R para a bulimia nervosa, a fluoxetina a 60mg/dia demonstrou ser significativamente mais eficaz do que o placebo na redução daingestão compulsiva e da actividade purgativa. No entanto, quanto à eficácia a longo prazo,não pode ser retirada nenhuma conclusão.
Dois estudos controlados com placebo foram realizados em doentes com Perturbação
Disfórica Prémenstrual (PDPM) diagnosticada de acordo com os critérios da DSM-IV. Asdoentes incluídas teriam de apresentar sintomas suficientemente graves de modo acomprometer a vida social e profissional, assim como a relação com os outros. Foramexcluídas doentes a utilizar contracepção oral. No primeiro estudo com 20 mg/diacontinuadamente durante 6 ciclos, observaram-se melhorias no parâmetro de eficácia primário
(irritabilidade, ansiedade e disforia). No segundo estudo, com uma dose intermitente em faselútea (20 mg diariamente durante 14 dias) durante 3 ciclos foram observadas melhorias noparâmetro de eficácia primário (valor do Registo Diário de Gravidade de Problemas). Noentanto, conclusões definitivas quanto à eficácia e duração do tratamento não podem serextraídas destes estudos.
5.2. Propriedades farmacocinéticas
Absorção: A fluoxetina é bem absorvida a partir do tracto gastrintestinal após administração
oral. A biodisponibilidade não é afectada pela ingestão de alimentos.
Distribuição: A fluoxetina liga-se extensamente às proteínas do plasma (95%) e é largamente
distribuída (Volume de Distribuição: 20 – 40 L/Kg). O estado estacionário das concentraçõesplasmáticas atinge-se após várias semanas de tratamento. As concentrações plasmáticas noestado estacionário após tratamento prolongado são semelhantes às concentraçõesobservadas após 4 a 5 semanas.
Metabolismo: A fluoxetina tem um perfil farmacocinético não-linear com efeito de primeira
passagem hepático. A concentração plasmática máxima é, em geral, atingida em 6 a 8 horasapós administração. A fluoxetina é extensamente metabolizada pela enzima polimórfica
CYP2D6. A fluoxetina é metabolizada principalmente pelo fígado no seu metabolito activonorfluoxetina (dimetilfluoxetina), por desmetilação.
Excreção: A semi-vida de eliminação da fluoxetina é de 4-6 dias e a da norfluoxetina é de 4-16
dias. Estas longas semi-vidas são responsáveis pela persistência do fármaco durante 5-6semanas após descontinuação. A excreção é feita principalmente (cerca de 60%) pelos rins. Afluoxetina é excretada no leite materno.
Populações de Risco:
? Idosos:
Parâmetros cinéticos não são alterados em idosos saudáveis quando comparados comindivíduos mais jovens;
? Insuficência hepática:
Em caso de insuficiência hepática (cirrose alcoólica), as semi-vidas da fluoxetina e norfluoxetina são aumentadas para 7 e 12 dias, respectivamente. Deve serconsiderada a diminuição de dose ou de frequência de administração.
? Insuficiência renal:
Após administração de uma dose única de fluoxetina a doentes com insuficiência renalligeira, moderada ou grave (anúria), os parâmetros cinéticos não se alteraram emcomparação com voluntários sãos. No entanto, após administração repetida pode serobservado um aumento da concentração plasmática no estado estacionário.
5.3
Dados de segurança pré-clínica
Em estudos “in vitro” e realizados em animais, não houve evidência de carcinogenicidade,mutagenicidade ou diminuição de fertilidade com a fluoxetina.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Amido de milho, dimeticone, gelatina, dióxido de titânio, óxido de ferro vermelho.
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
Não conservar na embalagem de origem e a uma temperatura não superior a 30ºC. Protegerda luz.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
As cápsulas de DIGASSIM® são acondicionadas em blisters de PVC/folha de alumínio.
6.6 Instruções de utilização e manipulação
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Laboratórios Vitória, S.A.
Rua Elias Garcia, 28 ? Venda Nova
2700-327 AMADORA
(Sob licença Lilly Pharma)
8. NÚMERO(S) DE AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Os números de registo do medicamento são os seguintes:
4539490- DIGASSIM 20 mg, embalagem de 30 cápsulas
2219590 – DIGASSIM 20 mg, embalagem de 60 cápsulas
2051191 – DIGASSIM 20 mg, embalagem de 10 cápsulas
Algumas das apresentações referidas podem não estar comercializadas.
9. DATA DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data 1ª AIM: 22-01-1992
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO