Fumar cigarros é a causa mais importante de doenças evitáveis e de morte prematura nos países desenvolvidos. O fumo do tabaco contém mais de 4.000 substâncias químicas, muitas das quais são altamente tóxicas, como o arsénico, o formol, o cianeto, o benzeno, o tolueno e a acroleína.
Como os hábitos tabágicos aumentam pelo menos em 50% o risco de desenvolver problemas de saúde – desde o cancro e as doenças cardíacas à infertilidade, aos problemas digestivos e à demência -, têm um forte impacto na esperança de saúde. Quase um terço das mortes por cancro (nomeadamente 90% das mortes por cancro do pulmão), 80% das mortes por bronquite e enfisema e cerca de 17% das mortes por doenças cardíacas (que em conjunto correspondem a uma grande parte de todas as mortes) estão directamente associadas ao tabagismo. Quem fumou durante toda a vida tem apenas 50% de probabilidades de ultrapassar os 65 anos, mas, ainda que chegue à velhice, é provável que sofra de problemas respiratórios crónicos e doenças cardiovasculares e que tenha uma má qualidade de vida.
Cerca de metade dos fumadores morrem devido à dependência do tabaco
Um estudo realizado em 2004 pelos médicos ingleses R. Dolí, R. Pet, J. Boreham e I. Sutherland permitiu concluir que os fumadores perdiam em média 8 anos de vida. Mas os que deixavam de fumar antes da meia idade tinham a mesma esperança de vida dos não–fumadores.
Fumar interfere com alguns dos prazeres elementares da vida
Fumar pode destruir o apetite e o prazer da comida, porque afecta gravemente o paladar e o olfacto, e aumenta o risco de impotência, pois reduz a irrigação sanguínea dos órgãos genitais. Além disso, acelera o processo de envelhecimento – as rugas e os cabelos brancos aparecem até 10 anos mais cedo do que seria de esperar se os fumadores não tivessem o hábito de consumir 20 cigarros por dia.
Mas é possível inverter a situação
Assim que os fumadores abandonam os cigarros, os seus riscos de saúde diminuem rapidamente, e passados uns anos quase podem voltar à normalidade. Por exemplo, o risco de ataque cardíaco numa pessoa que deixou de fumar desce para o mesmo nível de outra que nunca fumou ao fim de três anos. E em geral, desistir de fumar permite fazer poupanças : consideráveis e, consequentemente, diminuir a preocupação com as finanças, além de permitir que os ex-fumadores desfrutem prazeres mais saudáveis, como as férias.
Acredite que será bem sucedido no seu plano de deixar de fumar
Deixe de fumar quando estiver completamente lúcido. Se sabe que está a viver uma semana difícil ou a ter problemas de outra ordem, não é o momento certo para tomar essa decisão.
Não se isole – faça-se acompanhar de um amigo ou participe numa sessão especialmente destinada ao efeito. Com o máximo apoio e tratamentos médicos eficazes, até 30% de fumadores terão abandonado essa prática ao fim de um ano.
Siga um plano estruturado – recorra a uma clínica especializada ou a um programa para deixar de fumar.
Assegure o necessário apoio psicológico.
Recorra a tratamentos médicos, como
a terapia de substituição da nicotina ou a medicamentos especializados, prescritos por profissionais de saúde. Está provado que estes métodos duplicam as suas hipóteses de sucesso quando comparados com o apoio psicológico puro e simples. E se uma terapia de substituição da nicotina não der resultado, experimente outra.
Se não conseguir deixar de fumar, não desista. Não perca de vista o objectivo final: identifique o que resultou ou não no seu caso para que seja bem sucedido na tentativa seguinte.