Estamos familiarizados com o principio de que o “ar puro” é bom para nós, mas temos a tendência de o associar a passeios no exterior. Na realidade, o ar das nossas casas está constantemente a ser renovado e a circular, entrando e saindo através de respiradouros e sistemas de ventilação, chaminés, janelas e portas abertas, bem como aberturas em rodapés, portas e janelas. A ventilação é considerada adequada quando o ar das nossas casas se renova pelo menos dez vezes ao dia – uma quantidade surpreendente de actividade do ar! Qualquer valor abaixo desse e a acumulação de poluentes no ar pode tornar-se perigosa.
Síndroma da casa doente
É fácil tornarmo-nos paranóicos com fumos, viroses e outros componentes orgânicos voláteis e convencermo-nos de que nós próprios, e as nossas casas, estamos “doentes”. Não devemos reduzir a ventilação natural, de modo a pouparmos na energia utilizada no aquecimento. Quando tiver consciência da necessidade de circulação do ar, será relativamente fácil garantir que todas as janelas da casa se encontram abertas (basta uma pequena abertura) e que todos os respiradouros estão desbloqueados. As áreas perigosas são as cozinhas, onde os esquentadores e fogões a gás fazem aumentar a quantidade de gases perigosos. Existem regulamentos rigorosos de saúde e segurança relativamente à instalação de respiradouros, sendo por isso importante verificar se os seus cumprem esses mesmos regulamentos. Se a sua casa for alugada, peça ao proprietário uma prova de que isso foi feito. A falta de ventilação pode fazer-nos sentir tontos, com dores de cabeça e um mal-estar geral. Por isso, antes de recorrer a comprimidos ou ao simpósio médico, tente abrir uma janela.
Humidade
Não são só os poluentes que se encontram no ar que tornam essencial uma boa ventilação. A falta de circulação de ar faz aumentar a humidade e, consequentemente, o risco de formação de bolor e manchas de humidade. As casas de banho e cozinhas são particularmente vulneráveis. Abrir as janelas para permitir que o vapor saia é uma forma simples de manter a atmosfera relativamente seca, mas se o bolor ou condensação persistir pode ser necessário instalar uma ventoinha ou respiradouro adicional. A humidade e o bolor não só são invisíveis e por vezes mal cheirosos, como também podem provocar danos profundos na estrutura da sua propriedade. O ar tem de ser capaz de circular em áreas Inacessíveis, Inclusivamente no espaço do telhado e por baixo dos soalhos, e o isolamento excessivo e revestimentos de soalho inadequados podem agravar o problema. Se tiver problemas de humidade em
quartos do andar superior, peça a alguém que examine o telhado e verifique se o ar entra e sai convenientemente. Antes de colocar um revestimento de soalho impermeável, tal como laminado ou vinil, certifique-se de que não impedirá a circulação do ar por baixo do soalho, pois isso pode conduzir ao caruncho.
Cheiros agradáveis
É sem dúvida agradável viver em casas que cheiram bem, mas podemos abusar dos perfumes inapropriados e agressivos. Um compartimento limpo e bem ventilado não deve cheirar mal. Se assim for pode existir um problema, por exemplo humidade, ou algo estar a decompor-se por baixo das tábuas do soalho. Tornámo-nos obcecados pelos cheiros e existem à venda no mercado muitos produtos que acabam com as nossas preocupações, oferecendo-nos casas de banho sem cheiros e salas de estar a cheirar a pêssego. Os perfumes de muitos destes produtos são artificialmente criados, com a utilização de químicos que apenas agravam a poluição do ar, em vez de o “purificar”. É aconselhável evitar os aerossóis, os quais não são ecológicos e geralmente contêm aditivos desagradáveis. Se estivermos rodeados de perfumes intensos, os nossos narizes tornar-se-ão insensíveis e não conseguimos apreciar os aromas subtis das flores, ervas, madeira ou lençóis acabados de lavar.