É fácil ser mordida pelo bichinho da bricolage. Encontra-se a relaxar no seu interior bastante melhorado, feliz por ter prateleiras e um cabide atrás da porta, quando de repente resolve ir à cozinha buscar uns aperitivos e os seus olhos novamente críticos caem sobre o armário com uma porta descaída, a bancada ligeiramente lascada, o espaço de armazenamento inapropriado, o design ultrapassado… E sem dar por isso, dá consigo novamente instalada no sofá com uma pilha de revistas de decoração de interiores, brochuras e catálogos, ocupada a planear uma nova cozinha a qual, é claro, instalará você mesma.
É claro que temos o direito de sonhar e, por vezes, com paciência, determinação, energia e uma dose saudável de bom senso, podemos transformar esse sonho em realidade. No que se refere à bricolage, possuir alguns conhecimentos é algo mais útil do que perigoso e, se for uma pessoa ágil a montar kits e perita a fazer furos, teoricamente tem todos os requisitos necessários para renovar uma cozinha.
Na prática, as clássicas experiências de paredes oscilantes, soalhos pouco sólidos e tectos a cair podem facilmente transformar-se em protagonistas demasiado reais de um filme de terror e serem um verdadeiro pesadelo. Contudo, se utilizar os seus conhecimentos recém adquiridos sobre problemas estruturais, poderá ser capaz de avaliar e prever os possíveis inconvenientes de embarcar num projecto desses.
Como é evidente, logo que o espumante perder o gás será capaz de perceber o sentido que fará “contratar alguém”. E quando voltar a tropeçar no escadote a caminho da cama, pode começar novamente a sonhar com um bonito barracão no jardim, com uma bancada de trabalho, fileiras de ferramentas e uma colecção de equipamentos, desde o berbequim a serras e lixadeiras.
Todos sonhamos em ter um barracão, mas pense bem. Podia passar muitas horas nele, a fazer suportes e anteparos para livros, enquanto o empreiteiro instala a sua nova cozinha!