Unir no sentido do comprimento consiste na disposição de duas peças de madeira lado a lado. As faces em contato são serradas de tal maneira que as peças possam ser reunidas. Existem vários métodos de procedimento.
União por recobrimento
Recobrimento diz bem a maneira como é feito este tipo de união. O princípio básico é de que uma das peças recubra a outra em todo o seu comprimento, sem nenhuma diferença de horizontalidade, dando ao conjunto um plano perfeito.
O resultado é obtido da seguinte maneira: as duas peças terão, no sentido do comprimento, uma ranhura ou rebaixamento que corresponderá à metade de sua espessura, de sorte que, uma sobreposta à outra ao longo de suas partes de união, as duas peças venham formar um encaixe perfeito.
Essa união lembra o princípio do entalhe inglês, com uma diferença que aqui os entalhes são executados em todo o comprimento da peça (a união do entalhe inglês junta duas peças em ângulo pelas extremidades).
A preparação das peças necessita um ferramental um pouco diferente. Se os instrumentos de traçado são os mesmos (particularmente o graminho), será necessário uma plaina para executar os entalhes mais importantes.
Uma régua é disposta ao longo do traçado da borda da madeira para guiar a plaina. Assim a peça será rebaixada até o limite traçado pelo graminho.
União por cavilhas
É uma simplificação que não merece ser chamada de união. As cavilhas são, na verdade, as intermediárias que unem as duas peças, sem nenhuma serragem específica entre elas.
As cavilhas constituem um modo de união independente da maneira pela qual as peças possam estar unidas (pelo lado mais estreito da peça, no comprimento, de topo etc).
Os dois lados estreitos da peça que recebem as cavilhas são furados em seu centro, com os furos regularmente espaçados.
A profundidade dos furos deve permitir que as cavilhas passem igualmente por eles, para que, depois de coladas, possam penetrar no lado estreito da segunda peça.
Outras uniões no comprimento
Para concluir, citamos três outros tipos de uniões no comprimento, chamadas também de “uniões por superposição” .
• superposição com ranhura e lingueta, para a qual é necessário utilizar uma goveta para fazer o macho e uma goveta para fazer a fêmea;
• superposição com lingueta bastarda, a qual é obtida numa das peças da mesma maneira que na união por recobrimento, encaixando na ranhura feita na segunda peça;
• superposição com lingueta falsa, na qual as duas peças são ranhuradas, com uma barra sendo inserida nas duas ranhuras de uma só vez.