De certeza que já deve ter ouvido falar no formato MP3, usado para armazenar músicas.
O MP3 utiliza um esquema de compressão de áudio usando um algoritmo baseado em perda de dados. Isto é, as informações armazenadas num arquivo MP3 não são iguais às da sua fonte original. Por essa razão, ao contrário do que muita gente pensa, a qualidade de áudio de um arquivo MP3 não é igual ao de um CD. Na prática, para a maioria das pessoas, o áudio parece ter a mesma qualidade.
Para se perceber melhor este assunto pode-se fazer uma analogia ao famoso padrão de arquivos JPG, por exemplo. O formato de arquivos JPG também comprime os dados originais através de um algoritmo baseado em perdas de dados. Para um utilizador comum, imagens JPG parecem ter uma excelente qualidade, no entanto existem pontos que estejam em falta na imagem. Existem profissionais que trabalham com imagens que conseguem perceber com facilidade a diferença de qualidade entre a imagem original e a imagem comprimida JPG. O mesmo acontece com o MP3.
Num simples CD de áudio, onde os dados são armazenados de forma não comprimida, os dados são transferidos a uma taxa de 1411,2 Kbps, ou seja, cada segundo de áudio ocupa 176,4 KB. Cada minuto ocupa cerca de 10 MB. Não é preciso pensar muito para calcular que uma música de 4 minutos é um arquivo de cerca de 40 MB dentro de um CD de áudio.
O algoritmo usado pelo MP3 remove do som original dados redundantes e irrelevantes, que normalmente não são percebidos pelo ouvido humano. Com isso, os arquivos gerados ficam menores. A taxa de compressão de um arquivo MP3 normalmente varia entre 10:1 e 12:1 (128 Kbps a 112 Kbps). Quanto mais comprimido for o som, menor será essa taxa de transferência, mas em compensação, pior será a sua qualidade. Ou seja, quanto maior for a taxa de transferência (expressa em Kbps), maior será o arquivo e melhor será a sua qualidade de áudio.
Outro factor que influencia directamente na qualidade de áudio de um arquivo MP3 é o equipamento usado. Para criar um arquivo MP3, é preciso uma placa de som e um aparelho de som conectado ao computador.
No entanto, hoje em dia é difícil de arranjar uma boa placa de som. A maioria das placas de som existentes no mercado têm uma péssima relação sinal/ruído. Para obtermos uma boa qualidade de áudio, a placa de som deve ter uma relação sinal/ruído acima de 96 dB. Quanto maior esse valor, melhor. A maioria das placas tem uma relação de 90 dB ou menor. As placas de som mais baratas possuem normalmente uma relação de apenas 80 dB! A consequência directa disso é que a placa de som irá gerar um ruído (um famoso chiado de fundo) que irá ser injetado no arquivo MP3 que estiver a ser criado. Poderá ver essa característica da sua placa de som no manual da mesma ou no site do fabricante na Internet.
Além da placa de som, a fonte de som também influencia. Se for usado um aparelho de CD com uma relação sinal/ruído menor que 96 dB ou cabos de baixa qualidade, também acabará por gerar ruído no arquivo.
Com um arquivo com compressão de 10:1 (taxa de 128 Kbps), cada minuto de áudio ocupará 10 vezes menos do que ocuparia num CD, ou seja, apenas 1 MB por minuto. Como os arquivos ficam audivelmente com uma boa qualidade e com tamanho reduzido, acabam por gerar polémica em relação à distribuição de músicas protegidas por direitos de autor através da Internet.