Na perspectiva económica qualidade de vida diz respeito ao suporte financeiro e aos bens materiais que cada indivíduo possui bem como aos sentimentos que a eles se encontram associados.
Alguns indivíduos consideram possuir qualidade de vida a nível económico, apesar de não possuírem muitos recursos financeiros, enquanto outros, pelo contrário, apesar de possuírem muitos recursos financeiros não se consideram com qualidade de vida, nesta perspectiva, uma vez que aspiram, ainda, a uma maior riqueza e a adquirirem todos os bens materiais desejados.
A este nível é corroborada a ideia de que não existe um consenso acerca do conceito de qualidade de vida nesta perspectiva, apesar de cada vez mais indivíduos relevarem o facto de ser importante possuir o suficiente e não estar preocupado com o acumular de bens materiais. Neste sentido, Aron Belinky (2007) refere “o importante é planejar-se
para ter o suficiente, sem consumir com exagero e desperdício.” Ainda neste contexto podemos afirmar não é o excesso de bens materiais e financeiros sinónimo de qualidade
de vida em termos económicos.
Efectivamente, o ideal era que todos os indivíduos possuíssem o necessário para a sua subsistência condigna e que assim o percepcionassem, o ideal era que todos tivessem emprego e não sobrasse mês no final do ordenado, mas existem outros pontos de vista para qualidade de vida a nível económico.
Em outro ponto de vista, qualidade de vida em termos económicos é ostentação, e neste propósito Conrado Navaro ( 2007) afirma “gostamos daquilo que pode ser considerado exclusivo ou que nos diferencia dos demais à nossa volta.” Para este autor é importante o destaque em relação ao próximo através de riqueza, mas e se antes ele se preocupa-se com esse destaque através da superioridade moral?
Nesta acepção entramos no campo da bioética onde o ser humano é dignificado e respeitado, e assim, a noção de qualidade de vida nesta perspectiva é importante no contexto de reflexão bioética na medida que intervém com solicitude no que concerne à existência de condições de vida mínimas e razoáveis para a subsistência condigna de
todos e para a realização de cada um como pessoa, na exigência de implementação dos princípios de solidariedade e justiça social.
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