Os resultados de um amplo estudo relacionando a depressão e as taxas de ômega 3 na alimentação mostram que esses ácidos graxos têm um efeito antidepressivo. Mas, para os cientistas, ainda é cedo para se pensar em se tratar depressão e desordem bipolar apenas com o nutriente. O estudo foi publicado no “Journal of Clinical Psychiatry”.
Segundo o médicos do Hospital da Universidade de Medicina da China em Taiwan, outros estudos serão necessários para determinar a dosagem apropriada e a melhor composição dos suplementos de ômega 3, além de se determinar que tipo de paciente seria beneficiado com a terapia.
Peixes, como o salmão, e alguns grãos são fontes de dos ácidos graxos poliinsaturados ômega 3. Como nas regiões onde seu consumo é alto a incidência de depressão é baixa, os médicos se interessaram em pesquisar seu uso como antidepressivo.
Eles apostam particularmente no uso de ômega 3 para depressão resistente, nas crianças e no pós-parto. Os médicos analisaram dez estudos clínicos com um mínimo de quatro semanas de duração que usaram dois tipos de ômega 3 – ácido eicosapentaenóico ou docosahexaenóico – para tratar depressão ou desordem bipolar. Quando os pesquisadores reuniram todos os dados, encontraram efeitos antidepressivos significativos.
Como o ômega-3 é seguro e oferece muitos outros benefícios , o nutriente poderia ser interessante para pacientes depressivos com problemas cardíacos, diabéticos ou mulheres durante a gravidez e a amamentação.
Omega-3 protege neurônios contra epilepsia, indica estudo
Entenda a relação entre cérebro, corpo, saúde e bem-estar
Pesquisa foi coordenada por cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Este é o primeiro estudo realizado no mundo sobre a ação do ômega-3 no tecido cerebral
O omega 3, um precioso lipídio que promove a saúde cardíaca, pode ajudar nosso cérebro. Estudos experimentais e clínicos apontam que os ácidos graxos poliinsaturados (Omega-3) são importantes para o desenvolvimento e manutenção das funções do sistema nervoso central.
“Pesquisa foi publicada mês passado na Revista Epilepsy and Behavior* revelou que o ômega-3, forma de gordura presente em algumas espécies de peixe, pode ajudar no combate à epilepsia. Em experimentos com animais, os pesquisadores verificaram que o ômega-3 é capaz de minimizar a morte de neurônios (células nervosas) durante as crises epilépticas e ajudar na regeneração do tecido cerebral”
Com relação às epilepsias, tem sido demonstrado que a suplementação dos ácidos graxos poliinsatuados previne e reduz a duração e freqüência de crises epilépticas em ratos e seres humanos, no entanto, os mecanismos para este fenômeno ainda são desconhecidos. Nesse sentido, encontrar alternativas que minimizem as lesões neuronais induzidas por crises epilépticas é importante para elaborar estratégias terapêuticas.
Diante da importância aparente dos ácidos graxos poliinsaturados e da facilidade em se obter um tratamento eficaz, seguro e, sobretudo, com múltiplos benefícios, existe um interesse em se explorar os mecanismos envolvidos com as ações dos ácidos graxos poliinsaturados nas epilepsias. O ômega-3 é encontrado principalmente em peixes (salmão, atum e sardinha), mas também pode ser vendido em cápsulas. No passado, as pessoas tomavam o conhecido “óleo de fígado de bacalhau”, sem saber do efeito de proteção dos neurônios.
Uma pesquisa coordenada por cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) foi publicada no mês passado na Revista Epilepsy and Behavior* revelou que o ômega-3, forma de gordura
presente em algumas espécies de peixe, pode ajudar no combate à epilepsia. Em experimentos com animais, os pesquisadores verificaram que o ômega-3 é capaz de minimizar a morte de neurônios (células nervosas) durante as crises epilépticas e ajudar na regeneração do tecido cerebral.
A pesquisa coordenada por Fulvio Scorza, Ricardo Arida, Esper Cavalheiro da Unifesp e Roberta Cysneiros da Universidade Mackenzie, mostrou um papel neuroprotetor do ômega-3 em animais com epilepsia. Nesta pesquisa, após dois meses de tratamento com Omega-3, ratos com epilepsia apresentaram uma menor perda de neurônios na região do hipocampo (área central do cérebro que desempenha papel fundamental na memória e aprendizado) em relação aos animais com epilepsia sem tratamento.
A próxima etapa será repetir o experimento com seres humanos. No entanto, é importante salientar que as pessoas com epilepsia não podem abdicar de seus remédios: o ômega-3 é só mais uma forma de minimizar as crises da doença. Este é o primeiro estudo realizado no mundo sobre a ação do ômega-3 no tecido cerebral e pode ser um grande passo para ajudar a minimizar os danos causados pelas crises epilépticas nos neurônios e, com isso, melhorar a qualidade de vida do indivíduo com epilepsia. *Neuroprotective activity of omega-3 fatty acids against epilepsy- induced hippocampal damage: Quantification with immunohistochemical for calcium-binding proteins. Epilepsy Behav. 2008. Ferrari D, Cysneiros RM, Scorza CA, Arida RM, Cavalheiro EA, de Almeida AC, Scorza FA.
Ricardo Arida
é graduado em Educação Física (USP) e possui pós-doutorado em Medicina (Neurologia) pela Universidade de Oxford – UK