Os problemas mais frequentes nos Pés
Quando nascemos, todos temos os pés chatos. O arco plantar desenvolve-se pouco a pouco e os pés apenas adquirem a sua forma normal por volta dos seis anos. Portanto, antes dessa idade, não vale a pena preocuparmo-nos muito com isso.
Mas, por outro lado, os pés chatos também podem ter uma causa hereditária ou, além disso, surgirem mais tarde, como resultado de longos períodos em pé ou de peso excessivo. Muitas vezes, são acompanhados por dores nos calcanhares, tornozelos e joelhos. As palmilhas ortopédicas constituem, regra geral, um excelente remédio para este mal. Mas é necessário que elas estejam perfeitamente adaptadas ao utilizador e, portanto, convém consultar um ortopedista. (Um ortopedista é um médico especializado em problemas relacionados com deformações ou malformações ósseas).
Inversamente, o pé cavo reconhece-se pela concavidade exagerada do arco plantar, aproximando os dedos do calcanhar de forma anormal. A deformação começa, geralmente, entre os 8 e os 15 anos. Também neste caso, o uso de calçado ou de palmilhas ortopédicas, prescritos por um especialista, pode ser uma excelente ajuda para o suporte do pé.
Tanto no caso de pés chatos como de pés cavos, uma ginástica apropriada e regular evita, tanto o agravamento rápido desses problemas, como o enfraquecimento dos músculos, além de ajudar à manutenção da flexibilidade.
Um joanete aparece, geralmente, devido a um desvio considerável do dedo grande do pé, a que se chama hallux valgus. O osso que forma a base desse dedo inclina-se excessivamente para dentro e empurra-o contra os outros. Do lado exterior do dedo, a pele roça, constantemente, no calçado e acaba por se irritar, os tecidos subjacentes incham e tomam-se dolorosos.
Trata-se, muitas vezes, de uma tendência hereditária, mas que é, certamente, agravada pelo uso de sapatos com salto demasiado alto e demasiado apertados. Pode-se recorrer a pensos especiais, que exercem sobre a dor um efeito atenuante, mas só a cirurgia poderá remediar, completamente, este tipo de deformação.
As calosidades aparecem, quase sempre, na planta dos pés ou no calcanhar, os calos sobre as articulações e o olho-de-perdiz, ou calo mole, entre os dedos, onde a pele fica macerada.Tanto uns como outros são formados por um espessamento das camadas córneas da epiderme, quando estas ficam irritadas devido ao roçar de um sapato muito apertado.
Pode-se tentar eliminar uma calosidade ou um calo. Para isso, basta mergulhar o pé em água bem quente, até que a pele fique mole. Esfregue suavemente a zona afectada com uma pedra-pomes, mas nunca tente cortar o calo, com uma lâmina de barbear, por exemplo, porque correria o risco de se ferir seriamente. De seguida, proteja a zona tratada com um penso especial. Serão necessárias, certamente, várias sessões de tratamento.
Compre calçado mais adequado aos seus pés e respeite, escrupulosamente, os necessários cuidados de higiene. Mas talvez seja preferível, sobretudo se tiver tendência para esse tipo de incómodos, ir regularmente ao calista, que poderá, logo que o mal apareça, efectuar a sua ablação. E possível encontrar à venda diversos produtos calicidas, na sua maioria, à base de ácido salicílico. Utilize-os com prudência, porque podem provocar inflamações. Proteja os tecidos sãos à volta da zona afectada, cobrindo-os, por exemplo, com verniz para as unhas ou aplicando um penso circular, aberto ao centro, que rodeie o calo e permita ao calicida agir, somente, no centro do penso.
Verrugas
As verrugas devem-se a um vírus Podem nascer debaixo de uma unha e ser extremamente dolorosas. Como vimos no capítulo sobre a pele, existem vários tratamentos para este problema, Por vezes, é necessário extrair completamente a unha, o que é feito, evidentemente, sob anestesia local.
As comichões persistentes requerem uma ida ao médico. A sua causa pode ser, por exemplo, uma micose, cuja cura nunca é espontânea.
Pé-de-atleta
O pé-de-atleta, em particular, é relativamente corrente, Trata-se de uma afecção benigna, mas contagiosa, que se deve a certas variedades de fungos. Caracteriza-se pelo aparecimento de gretas e pelo espessamento da pele entre os dedos, mas pode passar para a planta do pé e mesmo para outras regiões do corpo, É favorecida, sobretudo, pela maceração do pé no seu próprio suor e pela presença em locais quentes e húmidos onde as pessoas andam descalças, como, por exemplo, as piscinas. Se tiver contraído esta doença, mude todos os dias de meias e de sapatos, lave os pés todas as noites com água quente, polvilhe-os com pó de talco e, sobretudo, evite frequentar piscinas, até à cura completa.
Não perfure uma bolha que tenha sido causada pelo roçar dos sapatos, contente-se em secar a pele superficial com um algodão embebido em álcool ou éter.
Atenção às pequenas feridas que demoram a sarar ou a uma coloração violácea persistente, pois estes podem ser os primeiros sinais de uma arterite dos membros inferiores ou de diabetes.